Maya Angelou é a primeira afro-americana a figurar numa moeda de dólar

“Cada vez que redesenhamos a nossa moeda, temos a oportunidade de dizer algo sobre o nosso país – sobre aquilo que valorizamos e como progredimos enquanto sociedade”, afirmou Janet Yellen, presidente da Reserva Federal norte-americana, sobre a homenagem feita à poeta e romancista falecida em 2014.

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Maya Angelou recebou de Barack Obama, em 2011, a Medalha da Liberdade Presidencial Reuters/LARRY DOWNING

É uma moeda, mas esta moeda, o dólar, é, como sabemos, um dos maiores símbolos do país, os Estados Unidos. Trata-se, assim sendo, de uma primeira vez significativa: Maya Angelou, a escritora, poeta e activista falecida em 2014, é a primeira mulher afro-americana a figurar numa moeda de dólar, o “quarter”, correspondente a 25 cêntimos. “Cada vez que redesenhamos a nossa moeda, temos a oportunidade de dizer algo sobre o nosso país – sobre aquilo que valorizamos e como progredimos enquanto sociedade”, afirmou Janet Yellen, presidente da Reserva Federal norte-americana. Maya Angelou é a primeira de uma série de figuras femininas a ganhar esse destaque ao abrigo de um novo programa do Tesouro americano.

Nome fundamental das letras norte-americanas, a autora de Sei Porque Canta o Pássaro, romance autobiográfico seminal no relatar da experiência afro-americana, surge na moeda de braços erguidos, fazendo par com as asas do pássaro que, atrás de si, voa agraciado por raios solares. Um comunicado da US Mint, responsável pela cunhagem de moeda no país, refere que a imagem foi inspirada “pela sua poesia” e é “simbólica da forma como viveu”.

Activista dos direitos civis ao lado de Martin Luther King, Maya Angelou deixou quando da sua morte, em 2014, aos 86 anos, uma vasta obra literária no campo do romance, da poesia e do ensaio. Sei Porque Canta o Pássaro, publicado originalmente em 1969, foi o primeiro da série de sete romances autobiográficos (o último, Mom & Me & Mom, foi publicado em 2013) em que pesou a sua vida e relatou a sua experiência enquanto mulher negra a atravessar as transformações no seu país e na sua comunidade ao longo do século XX. Em 2011, foi distinguida pelo então presidente Barack Obama com a Medalha Presidencial da Liberdade.

A cunhagem da imagem de Maya Angelou na moeda em circulação desde esta segunda-feira inaugura o programa criado pela US Mint, através do qual outras mulheres de relevo na história americana serão homenageadas. Sally Ride, que se tornou, em 1983, a primeira mulher americana astronauta, e Wilma Mankiller, a primeira mulher a atingir a chefia da Nação Cherokee, em 1985, são outros dos rostos femininos que em breve acompanharão Maya Angelou.

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