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Investimentos alternativos. Opções para todos os gostos

O risco faz a diferença mais uma vez. Por alternativo podemos citar as criptomoedas, os ETF, o ouro, ou o novo produto de poupança europeu.
23 Janeiro 2022, 22h00

A definição clássica de investimento alternativo era aquele que não tinha liquidez e funcionava fora do mercado convencional. Analisámos as várias possibilidades e escolhemos aforro alternativo no sentido de novidades e vamos dividi-los por nível de risco. Vamos falar primeiro de uma novidade que se espera ver no mercado a 22 de março próximo e que é o PEPP ou Pan-European Personal Pension Product. Trata-se de uma opção de poupança para a reforma e não tem nada de semelhante com os conhecidos PPR nacionais. É um produto com a forma de seguro de vida, fundo de investimento ou fundo de pensões e pode ser adquirido em qualquer país da União Europeia. E esta é uma forma de superar a erosão de uma inflação elevada, mas também precaver um complemento de reforma. Dados de Bruxelas revelam que, dentro de 20 anos, a reforma será pouco mais de metade do último salário. Este produto – para além da característica da portabilidade – tem várias opções em termos de risco, sendo que a básica tem proteção de capital.

Ainda dentro das novidades, e embora não sendo um investimento alternativo no sentido convencional, tem tido forte procura e poderá vir a ser uma opção de poupança e reforma perante a inexistência de soluções de risco reduzido. Trata-se dos Certificados do Tesouro. São produtos do Estado, da responsabilidade do IGCP, a entidade gestora da dívida pública nacional, e que vão passar a pagar um prémio aos aforradores a partir deste mês. Estes produtos estão indexados à evolução da economia. E enquanto os Certificados de Tesouro Poupança Crescimento vão dar uma bonificação de 0,78% em janeiro, os Certificados de Tesouro Poupança Mais darão um acréscimo de 1,56% e em abril as mexidas serão ainda mais significativas. Os novos CTPV oferecem uma remuneração média de 1% e têm uma bonificação com o limite de remuneração nos 1,5%. A gestora de patrimónios BlackRock dá uma explicação para o que são os investimentos alternativos líquidos: caso dos ETF, dos fundos mútuos ou dos OICVM.

Risco
Mas falemos dos novos riscos. O ouro e as obras de arte são investimentos alternativos, mas o primeiro está sujeito às contingências dos mercados financeiros e o segundo à existência de especialistas com liquidez suficiente. A BlackRock fala ainda de opções como as aplicações em venture capital e o crowdfunding imobiliário, sendo que neste último caso o funcionamento é feito através de plataformas de financiamento coletivo que reúnem recursos de pequenos investidores. A opção recente, e que está dentro da moda para os novos investidores, é a das criptomoedas. Por isso, uma outra solução de risco passa pelo ativos digitais. O gestor de patrimónios Nuno Serafim, CEO da 2iQ Research, acredita que há setores que vão gerar liquidez e que são essencialmente de base tecnológica. Diz que esse facto irá acabar por definir o nosso futuro e consolidar o aparecimento de novas classes de ativos, caso das tokens. Mas a recente opção da FED – cuja atas indicam a possibilidade de uma subida antecipada das taxas de juro – e a redução do balanço da FED colocou as criptomoedas em “bear market”. No entanto, a análise feita pela Bloomberg para 2022 para as tokens e para as criptomoedas –como a bitcoin e a ethereum – continuarão a fazer bons resultados e o target para a bitcoin é o nível dos 100 mil dólares. Diferente é a análise para criptoativos menos conhecidos como a Solana, a Cardano ou a Avalanche. Entretanto, a maior plataforma de criptomoedas do mercado juntou-se a várias entidades portuguesas – incluindo bancos, empresas de TI e advogados – para expandir a presença em Portugal. Refere uma nota de imprensa citada pelo “Negócios” que a Binance Ibéria irá “investir em Portugal, contratar talento local e promover projetos blockchain lançados por empreendedores portugueses”. Entretanto, citado pelo “Eco”, os espanhóis da BitBase anunciaram caixas automáticas de criptomoedas e a abertura física em Lisboa e no Porto. No ATM será possível comprar oito criptomoedas, incluindo a bitcoin. Aliás, esta dinâmica resultou num recordou de fusões e aquisições de empresas ligadas a este setor em 2021. O crescimento foi da ordem das 20 vezes no mercado mundial, com destaque para o norte-americano. O destaque foi para a compra da Galaxy Digital pela BitGo, numa operação de M&A da ordem dos 1,2 mil mlhões de dólares. Mas nestes investimentos “out of the box” há grandes novidades com a tecnologia blockchain, caso dos investimentos da tecnologia metaverso e que permite transacionar ativos digitais como as criptomoedas e as NFT ou non fungible token. O metaverso liga a realidade aumentada, a realidade virtual e as redes sociais e tem sido uma aposta das indústrias dos seguros, da banca e das telecomunicações, podendo chegar às viagens e ao automóvel.

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