Tem havido uma certa polémica associada às plataformas a que as marcas do Grupo Volkswagen recorrem para produzir os seus veículos eléctricos. Com a MEB não houve grandes questões, sendo utilizada para os ID da VW, Q4 e-tron da Audi, Born da Cupra e iV da Skoda. Mas já o mesmo não aconteceu com a plataforma PPE, destinada a servir Audi, Bentley e Porsche e cujo desenvolvimento foi confiado à Porsche juntamente com a Audi.

A Audi foi muito crítica em relação ao trabalho realizado pela Porsche, com o então CEO da marca dos quatro anéis a acusar a PPE de ser cara e ultrapassada tecnologicamente.

Tesla provoca crise na Porsche e Audi. E atrasos…

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As críticas do ex-CEO da Audi, Bram Schot, à Porsche surgiram numa entrevista dada por este à Manager Magazin, a que já aqui fizermos referência. De acordo com Schot, a Audi importou um par de Tesla Model 3 dos EUA, para desmontar e estudar, o que, de acordo com as opiniões expressas pelo gestor holandês à publicação alemã, permitiu à Audi concluir que a PPE estava muito atrás da concorrência.

Audi revela o Skysphere, luxo com e sem volante

Desconhecemos se foi esta polémica, com quase três anos, que levou a Porsche a abandonar o projecto Artemis, liderado pela Audi, que deveria servir as marcas do Grupo VW que produzem veículos de grandes dimensões. Mas o construtor germânico de SUV e desportivos preferiu pagar uma compensação de 100 milhões de euros à Volkswagen Veículos Comerciais, para se desvincular do acordo, segundo reporta o Automotive News.

Quer ver como será o próximo Audi A7 100% eléctrico?

O projecto Artemis previa a construção de uma nova plataforma, cuja produção ficaria a cargo da fábrica de Hanôver que produz os comerciais do grupo. Essas plataformas seriam depois encaminhadas para a Audi, Bentley e Porsche, onde dariam origem aos modelos destinados a cada um dos fabricantes.

A Porsche acredita que os seus clientes estão mais interessados na performance do que na condução autónoma, o que a leva a seguir outro rumo. Não é improvável que esta nova solução passe por recorrer a mais tecnologia dos croatas da Rimac para conceber eléctricos mais sofisticados e potentes.