Robert F. Kennedy, sobrinho do antigo Presidente dos EUA que se tornou um ícone do movimento anti-vacinas Covid-19 no país, comparou as vacinas obrigatórias que foram decretadas em partes do EUA como algo ainda pior do que a Alemanha Nazi, num discurso durante uma manifestação em Washington DC, onde largos milhares protestaram contra a obrigatoriedade da vacinação contra o Sars-CoV-2.

“Até na Alemanha de Hitler, as pessoas podiam fugir para a Suíça, pelos Alpes, ou podiam esconder-se num sótão, como fez Anne Frank“, atirou Robert F. Kennedy, num dos discursos mais acesos que foram feitos no Lincoln Memorial, onde terminou a manifestação. Esta é uma referência à história da adolescente judia que se escondeu num sótão mas acabou por ser apanhada e enviada para um campo de concentração, onde viria a morrer.

O sobrinho de JFK, que é filho do antigo senador Robert F. Kennedy, acrescentou, citado pela CNN: “Eu visitei a Alemanha Oriental, em 1962, com o meu pai e conheci pessoas que tinham subido o Muro e tinham conseguido escapar – era possível escapar. Muitos morreram, é verdade, mas era possível…”. 

Washington: Thousands gather near Lincoln Memorial against vaccine mandate

Milhares de pessoas manifestaram-se na capital norte-americana contra a obrigatoriedade de vacinas contra a Covid-19, em alguns locais.

O Aushwitz Memorial respondeu às declarações de Robert Kennedy, através do Twitter, dizendo que “explorar a tragédia de pessoas que sofreram, que foram humilhadas, torturadas e assassinadas pelo regime totalitário da Alemanha Nazi – incluindo crianças como Anne Frank – num debate sobre vacinas e medidas restritivas durante uma pandemia é um triste sintoma de decadência moral e intelectual”.

Há cerca de um ano, o Instagram removeu permanentemente a conta de Robert F. Kennedy Jr. por partilhar desinformação sobre a Covid-19, numa altura em que o ativista antivacinas reunia mais de 800 mil seguidores na rede social.

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