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Proposta do AE da Carris visa "gozar com quem trabalha"

A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) considerou que as sugestões apresentadas pela administração da Carris na primeira reunião de negociação do Acordo de Empresa são uma provocação, sublinhando que a proposta visa "gozar com quem trabalha".

Proposta do AE da Carris visa "gozar com quem trabalha"
Notícias ao Minuto

11:50 - 19/01/23 por Lusa

Economia Fectrans

Em comunicado, a Fectrans revelou que a reunião, que decorreu na segunda-feira, para negociação do Acordo de Empresa (AE) é uma "provocação com um guião que se resume a cinco atos".

Em relação ao primeiro ato, sobre salários, o sindicato questionou se o conselho de administração (CA) ao apresentar uma proposta de aumento salarial de 5,1% estaria a pensar nos trabalhadores ou na própria administração.

"Feitas as contas, concluímos que com esta percentagem ou com o valor nominal de 52 euros continuaríamos a perder poder de compra, o que, por razões óbvias, é inaceitável", refere o sindicato, lembrando que o aumento de 5,1%, aplicado aos vencimentos dos membros do CA corresponderia a "aumentos dos 250 euros para o presidente e 225 para os seus colegas da administração".

Alertou ainda o sindicato que, nestes aumentos, não estão contabilizadas "as despesas de representação e outras mordomias que ultrapassam em muito os dois mil euros mensais".

"Daqui se conclui que o que é bom para eles é mau para nós", criticou.

Questionada pela Lusa, fonte da Carris confirmou que teve início o processo negocial de revisão do Acordo de Empresa, com cinco organizações, mas que tendo em conta que se trata de uma negociação em curso, a empresa, "naturalmente, reserva-se de fazer quaisquer comentários sobre o teor dos trabalhos que estão a decorrer".

"No âmbito da negociação foram apresentadas propostas por todas as partes intervenientes, que estão de momento a ser objeto de análise, ponderação e discussão, encontrando-se agendada nova reunião de negociação para o próximo dia 25 de janeiro", referiu a fonte.

De acordo com a Fectrans, apesar de a empresa apresentar lucros, o CA "quer pagar em três anos a dívida que tem obrigação de regularizar num só ano", referindo ainda que, para agravar a situação, "a administração continua a fugir ao pagamento dos anos que antecederam à municipalização da Carris (2017)".

"Para o STRUP [Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal] -- Fectrans, é tempo de a empresa acabar com os calotes e pagar a totalidade daquilo que deve aos trabalhadores", pode ler-se na nota.

"Se querem poupar cortem nas despesas supérfluas e nas mordomias dos administradores e não nos direitos e rendimentos dos trabalhadores", frisou a Fectrans, numa referência à intenção de reduzir as tolerâncias de ponto.

O sindicato acusou ainda o CA de dar o dito por não dito, sublinhado que a empresa agora "diz que só em janeiro de 2024 pode aplicar o novo sistema de folgas", segundo a Fectrans, a empresa alega que "só no final deste ano terá o número de motoristas e guarda-freios necessários para concretizar" a medida.

Em relação ao passe para a área metropolitana, uma reivindicação antiga dos trabalhadores, o CA comprometeu-se em propor à Área Metropolitana de Lisboa que o passe seja atribuído aos trabalhadores da Carris, nas carreiras que operam na Carris Metropolitana.

"Um passo que importa concretizar urgentemente e que precisa de ser complementado com o alargamento da gratuitidade do transporte a outros operadores", sublinhou.

A primeira reunião de negociação do Acordo de Empresa visouos trabalhadores da Carrisbus, CarrisTur e Carris.

A Carrisbus é uma empresa do grupo Carris, fundada em 2005, e que tem como principal atividade a manutenção e reparação de veículos pesados de passageiros, bem como de carros elétricos. Desenvolve atividades no âmbito do recondicionamento de veículos, desempanagem e reboques dos autocarros e elétricos sob assistência e executa tarefas preventivas/curativas, dos primeiros níveis, nos equipamentos embarcados nos veículos.

Já a CarrisTur é um dos maiores operadores locais de circuitos turísticos, sob a marca Yellow Bus. Está presente em Lisboa, Porto, Funchal, Coimbra, Braga, Guimarães e em São Miguel, nos Açores.

Em Lisboa, opera, em regime de exclusividade, circuitos em elétrico histórico e um serviço de ligação regular em autocarro entre o Aeroporto Humberto Delgado e os principais hotéis da cidade (Aerobus).

Por seu turno, a Carris é responsável atualmente pelo serviço de transporte público urbano de superfície de passageiros na cidade de Lisboa sendo, desde 01 de fevereiro de 2017, gerida pela Câmara Municipal de Lisboa.

Leia Também: Acidente entre dois elétricos em Lisboa causa quatro feridos ligeiros

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