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Homossexualidade? "Não é delito nem pecado", diz bispo espanhol

O secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, Francisco César García Magán, considerou hoje que ser homossexual "não é um delito nem é um pecado".

Homossexualidade? "Não é delito nem pecado", diz bispo espanhol
Notícias ao Minuto

12:17 - 26/01/23 por Lusa

Mundo Conferência Episcopal Espanhola

"Não é delito nem é pecado", afirmou o bispo Francisco César García Magán, depois de ser questionado por jornalistas, em Madrid, sobre as declarações desta semana do Papa sobre esta questão.

O Papa Francisco afirmou, em entrevista à agência de notícias Associated Press, que as leis que criminalizam a homossexualidade são injustas e que "ser homossexual não é um crime (...), mas é um pecado".

O secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, organismo que representa os bispos espanhóis, acrescentou que as declarações do Papa seguem o que está escrito no catecismo da Igreja Católica.

Segundo o bispo espanhol, a orientação sexual, em si mesma, não é pecado, mas a concretização de uma relação, seja homossexual ou heterossexual, é que pode ir contra as regras católicas, porque "não é um vale tudo".

"Do ponto de vista da moral católica, há também aspetos numa relação heterossexual que podem não estar de acordo com a moral católica", afirmou.

O bispo Francisco César García Magán está à frente da Secretaria-Geral da Conferência Episcopal Espanhola, organismo presidido pelo cardeal Juan José Omella.

Na mesma entrevista desta semana, o Papa reconheceu que os bispos católicos, em algumas partes do mundo, apoiam as leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a comunidade LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) e admitiu que ele próprio se refere à questão em termos de "pecado".

O líder da Igreja Católica defendeu também que esses bispos, em particular, precisam de passar por um processo de mudança para reconhecer a dignidade de todos.

Cerca de 67 países ou jurisdições em todo o mundo criminalizam a atividade sexual consensual entre pessoas do mesmo sexo, 11 dos quais podem ou impõem a pena de morte, de acordo com o The Human Dignity Trust, uma organização não-governamental sediada no Reino Unido que trabalha para pôr fim a tais leis.

Declarando tais leis "injustas", Francisco disse que a Igreja Católica pode e deve trabalhar para lhes pôr fim.

O Papa citou o catecismo da Igreja Católica, defendendo que os homossexuais devem ser acolhidos e respeitados, e não devem ser marginalizados ou discriminados.

"Somos todos filhos de Deus, e Deus ama-nos como somos e pela força que cada um de nós luta pela nossa dignidade", disse Francisco.

"Ser homossexual não é um crime. Não é um crime. Sim, mas é um pecado. Muito bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime", explicou, para acrescentar, de seguida: "É também um pecado faltar com a caridade ao próximo".

Leia Também: Papa Francisco diz que ser homossexual "não é crime, mas é um pecado"

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