Com investidores preocupados, stablecoin da Binance perde 35% de seu valor de mercado

Mesmo perdendo US$ 7,6 bilhões em valor de mercado nos últimos meses, o preço da BUSD segue estável na casa de 1 dólar.

A stablecoin BUSD — que leva o nome da Binance, mas é emitida pela Paxos — já perdeu 35,5% de seu valor de mercado nos últimos dois meses. A principal razão pode estar associada a desconfiança dos investidores.

O maior motivo seria a descoberta que a BUSD nem sempre teve um lastro em 1:1. Segundo dados da ChainArgos, analisados pela Bloomberg, a stablecoin “frequentemente” funcionou sem reservas equivalentes ao número de tokens entre 2020 e 2021.

Em resposta, no início deste mês, a Binance assumiu que sua stablecoin nem sempre teve lastro. No entanto, alegou que o problema estava relacionado a como a manutenção da mesma era feita, afirmando que o lastro era ajustado periodicamente e não em tempo real.

“Agora, reequilibramos [as reservas] com muito mais frequência para garantir que [a BUSD] esteja sempre com lastro de 1:1”, escreveu a Binance em seu blog no dia 10 de janeiro.

No entanto, os problemas de confiança continuaram, com investidores trocando mais BUSD por dólares do que o contrário.

Apesar de tudo, preço da stablecoin BUSD segue estável

Mesmo perdendo US$ 7,6 bilhões em valor de mercado nos últimos meses, o preço da BUSD segue estável na casa de 1 dólar. Afinal, os cem maiores pares de negociação de BUSD estão na própria Binance, fato que pode tranquilizar alguns e causar pânico em outros.

Na lista, o par BUSD/USDT na KuCoin aparece na 135ª posição por volume de negociação. Enquanto isso, o par BUSD/USD na Coinbase aparece apenas na 294ª posição. Todos os outros trezentos maiores pares por volume estão na Binance.

Maiores pares de negociação de BUSD estão na própria Binance. Fonte: CoinMarketCap.

O motivo disso está relacionado a mudanças feitas pela corretora em setembro do ano passado. Na data, a corretora abandonou as stablecoins USDC, USDP e TUSD de suas negociações, causando maior exposição à BUSD.

No entanto, vale notar que a Binance ainda processa depósitos e saques nestas stablecoins. Ou seja, a corretora apenas agrupou as mesmas para ter uma melhor liquidez em seus livros de negociação.

A única outra que foi mantida foi a Tether (USDT), provavelmente pelo seu volume ou maiores taxas de redenção. Na data, alguns pensaram que a força da Binance pudesse fazer com que a BUSD ameaçasse a USDT, mas não foi o que aconteceu.

Segundo dados do CoinMarketCap, a USD não teve grandes mudanças em seu volume. No entanto, fica claro o declínio em seu valor de mercado.

Volume da BUSD não cresceu após mudanças na Binance, mas stablecoin perdeu bastante valor de mercado desde então. Fonte: CoinMarketCap.

Outras stablecoins também perderam boa parte de seu capital desde maio do ano passado devido à desconfiança do mercado por conta da quebra da UST, stablecoin ligada à LUNA. Ou seja, não é um problema único da BUSD.

Afinal, a stablecoin da Binance é segura?

Conforme pode ser visto na resposta da Binance às acusações, o problema não era dinheiro, mas sim um gerenciamento mal-feito pela própria corretora, que, embora não administre a BUSD, emite tokens “embrulhados” (wrapped) em outras blockchains.

Embora o problema parecesse estar resolvido, novas denúncias atingiram a corretora nesta semana. Segundo a Bloomberg, a Binance estaria misturando fundos de usuários com reservas destes tokens embrulhados. A Binance também admitiu este erro.

Dentre os 94 tokens embrulhados administrados pela Binance, a stablecoin BUSD é uma delas, contando com US$ 5,43 bilhões. Fonte: Binance/Reprodução.

Portanto, é difícil pensar que a BUSD tenha algum problema de liquidez, mas os alertas serviram para que a corretora corrigisse falhas graves em sua administração, minando a confiança dos holders de sua stablecoin.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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