O Bitcoin, aqui representado em moeda ilustrativa. — Foto: AFP via BBC
Nesta quinta-feira (30), o bitcoin voltou a acelerar o ritmo de alta e atingiu US$ 29.124, a nova máxima da criptomoeda no ano.
O rali ocorre apesar do ambiente ainda incerto na macroeconomia, com os ajustes na política monetária global, a crise bancária e investidas dos reguladores dos EUA contra as maiores corretoras de ativos digitais em operação, notadamente a Binance e a Coinbase.
Com a retomada a valorização nos últimos dias, o bitcoin caminha para encerrar março com alta de 22%. No trimestre, o ganho acumulado deve ser de 73%, um dos maiores desempenhos trimestrais alcançados pela moeda digital.
Segundo Thiago Rigo, analista da Titanium Asset, a alta nesta quinta é apoiada pelas expectativas de cortes de juros nos EUA no decorrer do ano e por uma estabilidade na situação do sistema bancário americano e europeu.
“As projeções de juros mais baixos até o final do ano têm sido positivas para os mercados e é caminhando nessa esteira que o bitcoin vem performando muito bem desde o início do ano, acima dos principais ativos globais”, disse.
Para André Franco, chefe do Research do MB, as últimas notícias envolvendo articulações da China para tornar o dólar mais fraco acabaram tendo um efeito positivo no bitcoin.
“Olhando puramente para o gráfico, vejo o bitcoin rompendo seu topo anterior em US$ 28.700 para buscar uma região de novas máximas, que deve ser em US$ 31 mil”, disse Fernando Pereira, analista da Bitget.
Analistas, no entanto, ainda temem os efeitos na indústria de ativos digitais do processo judicial contra a Binance, que tem uma fatia de mercado estimada em 60% das negociações à vista e de derivativos, além de forte presença na infraestrutura do setor.