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Ouro continua a brilhar e ganha 13% desde início do ano

O metal amarelo fixou hoje um máximo histórico pela sétima sessão consecutiva. E o movimento de subida não deve parar por aqui.

O metal amarelo foi o único, entre os preciosos, que ganhou terreno. E com retorno de dois dígitos.
Ilya Naymushin/Reuters
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 08 de Abril de 2024 às 21:40

O ouro tem vivido dias de arromba. Depois de ter sido uma das poucas “commodities” que teve saldo positivo em 2023, este ano manteve a tendência e não tem parado de subir. Nas últimas sessões, o metal amarelo tem estabelecido sucessivos máximos históricos e ontem não foi exceção, ao transacionar pela primeira vez nos 2.353,95 dólares por onça.

A impulsionar o metal precioso tem estado a perspetiva de um corte dos juros diretores, por parte da Reserva Federal norte-americana, já em julho, o que pressiona o dólar e deixa assim o ouro – que é denominado na nota verde – mais atrativo para quem negoceia com outras moedas. Embora o dólar vá recuperando algum fôlego sempre que crescem os receios de que a Fed não se decida tão cedo por flexibilizar a sua política monetária, o certo é que este tem sido um fator de peso em cima da mesa. E a perspetiva é de que o movimento de valorização do metal não fique por aqui.

“O ouro já subiu cerca de 13% este ano e está a ter um desempenho superior às ações e obrigações mundiais nas últimas semanas”, sublinha Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, num relatório a que o Negócios teve acesso. “É surpreendente que este ‘rally’ tenha evoluído sem o tradicional suporte das compras dos Exchange-Traded Funds (ETF – fundos que replicam o desempenho de ativos)”, aponta ainda o estratega do banco suíço. Assim, dado o cenário promissor, o UBS reviu em alta as suas previsões para o preço do ouro, com o “target” para o final do ano nos 2.500 dólares por onça.

Além dos juros e do efeito no dólar, também os receios de depreciação do yuan e os renovados riscos inflacionistas têm sustentado uma procura sólida por parte dos bancos centrais – como o da China e da Índia – e dos investidores asiáticos. “Desde 2022 que as compras de ouro pelos bancos centrais superam as mil toneladas anuais, um volume que representa cerca de 30% da produção anual”, sublinha Marco Mencini, diretor de “research” da Plenisfer Investments, numa análise a que o Negócios teve acesso.

 

2.353
Dólares por onça
É este o novo recorde do metal amarelo, que não tem parado de valorizar nas últimas semanas.

 

 

1.000
TONELadas
Desde 2022 que as compras de ouro por parte dos bancos centrais superam as mil toneladas anuais.

 

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