O dólar avançou ante rivais nesta segunda-feira, com ataques na Arábia Saudita gerando um clima de aversão ao risco que favoreceu a moeda americana. Pelo mesmo motivo, o dólar depreciou em relação a divisas ligadas à produção petrolífera, como a canadense e a russa.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 108,07 ienes, enquanto o euro caía a US$ 1,1010 e a libra recuava a US$ 1,2426. O índice DXY, que mede o dólar em relação a uma cesta de outras moedas, teve alta de 0,36%, a 98,610 pontos.

Os ataques a instalações de produção de petróleo na Arábia Saudita também tiveram influência no mercado cambial. As consequentes tensões geradas após o bombardeio fortaleceram o dólar de um modo geral, mas a divisa americana cedeu ante moedas ligadas à produção petrolífera. Nesta segunda, o dólar caiu a 1,3250 dólares canadenses e a 64,026 rublos.

“A incerteza geopolítica no Oriente Médio aumentou o apetite por moedas de commodities e refúgios como o dólar”, diz um relatório do Western Union, divulgado a clientes. “Com os medos em voga, o dólar forte deve continuar em jogo”, ressalta o ING.

De acordo com o Western Union, o recuo do euro ainda se deve ao pacote de estímulos monetários anunciados na última quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).

Em Londres, o impasse do Brexit segue pressionando a libra esterlina ante o dólar. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se reuniu nesta segunda-feira com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que disse ao premiê do Reino Unido para ele apresentar propostas viáveis para substituir o backstop, que envolve a questão da fronteira entre Irlanda do Norte e República da Irlanda.

Segue no radar dos investidores, ainda, a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), cuja decisão será anunciada nesta quarta-feira. A depender da dimensão do estímulo monetário – a aposta majoritária é que haverá corte de juros – o dólar tende a perder força.