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Executivos da Vale sabiam de risco de rompimento de barragem em Brumadinho, aponta relatório da PF
Estudos conduzidos por consultores da empresa nos 12 meses anteriores ao desastre mostraram que a estrutura era frágil e poderia entrar em colapso
1 min de leituraA polícia do Brasil acredita que graduados executivos e gerentes da Vale deliberadamente se protegeram de informações que poderiam incriminá-los sobre o estado de uma barragem da empresa que ruiu em janeiro, a fim de evitar problemas, segundo uma cópia de um inquérito policial obtido pelo Wall Street Journal. Estudos conduzidos por consultores da própria Vale nos 12 meses anteriores ao desastre em Brumadinho, que matou 270 pessoas, mostraram que a estrutura era frágil e eventualmente poderia entrar em colapso, afirma a Polícia Federal em relatório de 215 páginas.
O colapso da barragem em Brumadinho foi o episódio do tipo mais mortífero em mais de um século. O relatório serviu como base das primeiras acusações criminais relacionadas à catástrofe, apresentadas no mês passado contra funcionários da Vale e de sua auditora alemã, a TÜV SÜD. O grosso do relatório, que não foi publicado, detalha a evidência por trás dessas acusações, mas uma de suas conclusões trata do que a polícia diz ser a culpabilidade por parte da gerência da Vale.
A polícia afirmou em relatório que os principais chefes da Vale "fechavam seus olhos para estudos comissionados pela própria companhia, preferindo seguir ignorantes para que, num momento como este, eles pudessem alegar ignorância como sua defesa". O relatório não fornece evidência para apoiar a acusação. Não foram apresentadas acusações oficiais contra os principais executivos da Vale.
A Vale afirmou que seus principais executivos nunca tinham tido conhecimento ou recebido qualquer indicação de um risco crítico ou iminente para a estabilidade da represa. Todos os engenheiros geotécnicos da companhia e inspetores externos consideraram a barragem segura, afirmou um porta-voz da mineradora.