Empresa
CEO do Uber chama de ‘erro’ assassinato de jornalista e vira alvo de campanha de boicote
Pelo Twitter, usuários pediram boicote do aplicativo depois de Dara Khosrowshahi dizer que governo da Arábia Saudita merecia ser perdoado pela morte de Jamal Khashoggi
2 min de leituraPara o CEO do Uber, o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi foi um “erro” do governo da Arábia Saudita. Em entrevista ao programa Axios, na HBO, Dara Khosrowshahi comparou o caso com o acidente o carro autônomo da Uber — que atropelou e matou, no ano passado, uma mulher que atravessava a rua. O comentário despertou revolta nas redes sociais, com os usuários pedindo boicote à plataforma.
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"É um erro sério [o assassinato de Jamal]. Também cometemos erros com veículos autônomos e estamos nos recuperando desse erro”, afirmou Dara durante a entrevista. “Acho que as pessoas cometem erros, isso não significa que nunca poderem ser perdoadas."
A opinião não foi bem recebida pelos usuários. Pelo Twitter, os usuários pediram boicote do Uber. A hashtag #BoycottUber (boicote Uber, em tradução do inglês) chegou a ficar entre os assuntos mais comentados nos Estados Unidos.
Depois da repercussão negativa, Dara também usou sua conta no Twitter para explicar os seus comentários. O CEO escreveu estar “errado” e que “não tem como perdoar ou esquecer o que aconteceu com Jamal”.
O jornalista foi morto, ano passado, pelo governo saudita na embaixada da Arábia Saudita na Turquia. O crime gerou uma crise diplomática entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos, porque Jamal tinha cidadania americana.
O comentário de Dara foi feito quando o CEO foi perguntado pelo programa sobre a relação da empresa com a Arábia Saudita. O país é o quinto maior investidor do Uber. Segundo Dara, a presença de Yasir Othman Al-Rumayyan, que lidera o fundo de investimento da Arábia Saudita, no conselho da empresa é “muito construtivo” e traz "valiosa contribuição".
Essa não é a primeira vez que a empresa se envolve em polêmica e gera repercussão negativa entre os usuários. Em 2017, depois do apoio do Uber às políticas de imigração de Donald Trump, foi criada a hashtag #DeleteUber – mais de 200 mil pessoas removeram o aplicativo.
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