Depois de uma série de medidas para redução de gastos, como o plano de fechar mais de 400 agências até o final de 2020, o Bradesco anunciou que deve fazer novas reformas nos prédios mais antigos da Cidade de Deus, como é conhecida a sede do banco em Osasco.
Só neste ano, o banco já investiu R$ 30 milhões para inaugurar novas estruturas de conceito sustentável na área de 350 mil metros quadrados em que está instalado. Não informou, porém, quanto deve gastar na renovação das demais estruturas ao longo dos próximos anos.
A abertura dessas novas instalações ocorreu apenas um mês depois de o Bradesco ter feito o anúncio de um PDV (Programa de Demissão Voluntária), em agosto. Foram desligados do banco 3.500 funcionários —500 deles aderiram no último dia.
O gasto do banco para pagar benefícios aos funcionários que aceitaram sair do Bradesco subiu de R$ 1,5 bilhão para R$ 2,1 bilhões —esse custo deve se diluir ao longo dos próximos trimestres. Mas já tiveram impacto sobre os números da instituição.
O segundo maior banco privado do país apresentou alta de custos operacionais de 10,1% no terceiro trimestre deste ano ante igual período de 2018, para R$ 11,1 bilhões, refletindo os maiores gastos com salários e encargos sociais.
As obras iniciaram em janeiro deste ano e levaram seis meses. Ocupam 25 mil metros quadrados e, segundo o banco, foram feitas seguindo princípios de arquitetura sustentável, como uso de energia solar.
A estrutura atende cerca de 15 mil funcionários fixos e flutuantes que circulam na Cidade de Deus —o Bradesco tem cerca de 100 mil empregados. As novas instalações incluem um novo restaurante, auditório com capacidade para 300 pessoas, academia e piscina, além de áreas de convivência, com dois refeitórios, minimercado, barbearia, cabeleireiro, manicure, lavanderia e spa.
Uma nova área, que também faz parte do investimento de R$ 30 milhões e que será inaugurada em fevereiro de 2020, servirá como posto de atendimento médico e odontológico.
De acordo com a gerente de projetos e obras do Bradesco, Fernanda Matos, o intuito foi aproveitar toda a área que não era utilizada.
"Quisemos aproveitar todo o terreno. Também estamos montando um novo reservatório de água para manter a Cidade de Deus completamente autossuficiente", disse.
Osasco pelo mesmo conjunto de represas da Sabesp (companhia de abastecimento de água de São Paulo) e também esteve sujeita à escassez durante a crise hídrica de 2014.
Segundo Glaucimar Peticov, diretora executiva do banco, a expectativa é que todo esse investimento traga um retorno indireto para o banco. “A melhora do ambiente de trabalho faz com que as pessoas trabalhem melhor e atendam bem. É um retorno indireto, mas muito impactante”, afirma.
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