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CNA: índices econômicos apontam avanço da pecuária e recuo da agricultura

Estudo da CNA aponta que, no geral, o VBP do setor produtivo deve encerrar 2019 praticamente estável, enquanto o PIB crescerá 1%

frango
Segundo a CNA, os destaques ficam com as produções de milho, carne de frango, algodão e carne bovina. Foto: Canal Rural

O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deve encerrar 2019 em R$ 609,7 bilhões, praticamente estável, projeta a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em balanço divulgado nesta quarta-feira, 4. “Enquanto o resultado da agricultura deve retrair 4%, caindo para R$ 376,8 bilhões, a pecuária deve apresentar crescimento robusto, 7%, e um valor de R$ 232,9 bilhões”, diz o documento.

As principais culturas com tendência de queda no faturamento são: café arábica (-35%), soja (-12%) e arroz (-12%). “A queda na produção de café e arroz influenciaram o resultado ao longo deste ano, enquanto, para a soja, os preços pagos aos produtores foram menores que os observados em 2018”, esclarece a entidade.

Por outro lado, aumentaram em faturamento: milho (+15%), carne de frango (+14%), algodão em pluma (+13%) e carne bovina (+4%). “A maior produção de milho, algodão e carne bovina foi responsável pelo crescimento, 24%, 36% e 3% respectivamente. Para carne de frango, os preços maiores impulsionaram o resultado da proteína, diz.

E o PIB?

Com a receita do setor praticamente estável este ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio segue a mesma tendência. A estimativa é de encerrar este ano com crescimento de 1% quando comparado a 2018.

Segundo a confederação, o destaque é o setor de insumos agropecuários, que deve crescer substancialmente (+8%), enquanto a agroindústria e os agrosserviços devem encerrar o ano com variação de 1%.

O setor primário, também chamado de dentro da porteira, deve se cair 3%. A entidade lembra que o indicador, além de faturamento, considera os custos, que tiveram um crescimento representativo ao longo do ano. “Para o ramo agrícola, a estimativa é de queda no PIB do Agronegócio na ordem de 2%, enquanto o ramo pecuário deve apresentar crescimento de 7%”, informa.

Exportações até outubro

A CNA afirma que em termos de balança comercial, o agro brasileiro conquistou espaço em alguns importantes mercados em 2019, entre eles Japão, Taiwan, Estados Unidos, México e Vietnã. “Esses países têm importância estratégica para o agronegócio nas áreas de promoção comercial e de imagem, além de serem vistos como referência por outras nações para questões de segurança do alimento”, informa, na publicação.

Os produtos brasileiros com maiores altas nas exportações nos dez primeiros meses foram milho, com aumento de US$ 27 bilhões (+123%), o algodão, com incremento de US$ 798 milhões (+86%), a carne de frango in natura com US$ 449 milhões (+9%), a carne bovina in natura com US$ 427 milhões (+10%) e o café verde com US$ 372 milhões (+11,3%).

As exportações brasileiras de proteína animal – carne bovina, suína e de aves – foram impulsionadas, pela crise causada pela peste suína africana na Ásia desde setembro de 2018, segundo a CNA. “A demanda asiática por proteína culminou com o aumento do volume exportado e de preços pagos das carnes brasileiras no exterior, com destaque para o aumento de 23% no volume da carne de frango exportada para a China (84 mil toneladas) e de 21% no preço médio da carne suína para o mesmo destino, incrementando o valor pago em US$ 0,40 por quilo”.

A entidade diz que, enquanto a guerra comercial entre o país asiático e os Estados Unidos favoreceu o aumento nas exportações brasileiras de frango para a China, para os demais mercados o impacto foi negativo. “Houve queda de 18% no volume de carne de frango embarcado para os países árabes (Mena) e de 15% no volume das exportações globais de ovos, registrando quedas de volume de 267 mil e 9,7 mil toneladas, respectivamente”, diz.

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