Ação da Braskem tem nova alta e avança 15% em janeiro; Gol avança após dados fortes e frigoríficos saltam

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (8)

Lara Rizério

(Divulgação/Braskem)

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SÃO PAULO – A sessão foi de leves quedas para o Ibovespa, após um início de dia que prometia ser de tensão após o Irã atacar bases americanas no Iraque, sem que houvesse feridos. O petróleo chegou a disparar no fim da noite da véspera, mas as perdas foram amenizadas após o presidente dos EUA, Donald Trump, fazer um discurso em tom conciliador. Trump disse que o Irã está recuando dos ataques, pediu à Otan para que se envolva mais e anunciou a imposição de sanções adicionais. Aliás, a commodity WTI registrava queda de 4,15% e o brent tinha baixa de 3,37%, o que ajudou a pressionar os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4).

Entre os destaques de alta, estão as ações da Gol (GOLL4) após a apresentação de dados operacionais de dezembro e com a queda do dólar e petróleo, enquanto BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) registraram um dia de fortes ganhos. Na véspera, Marfrig teve a recomendação elevada pelo Santander e, nesta quarta, foi a vez da JBS ter a recomendação elevada pelo Bradesco BBI.

Além disso, vale destacar a avaliação de que os incêndios que atingem a Austrália podem favorecer as exportações brasileiras de carne bovina para a Indonésia e também os embarques de gado vivo, segundo destacou o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. “Estes incêndios são cíclicos, mas o fogo afetou a pecuária de corte e tende a prejudicar o desempenho australiano no comércio internacional de carne e boi”, afirmou ele ao Broadcast Agro.

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Já a Cia. Hering (HGTX3) teve um novo dia de queda: ontem, o Morgan Stanley iniciou cobertura para os ativos com recomendação equivalente à venda (veja mais recomendações clicando aqui). Confira os destaques do mercado nesta quarta-feira (8):

Braskem (BRKM5)

A Braskem chegou a subir até 7,1%, para R$ 34,83, maior alta desde 20 de maio. A petroquímica subiu 13% desde que enviou comunicado na sexta-feira afirmando que assinou um acordo para apoiar a desocupação e compensação de cerca de 17.000 moradores de áreas de risco em Maceió (AL). No ano, os ganhos são de quase 15%.

“O acordo é crédito positivo porque reduz o risco de liquidez e a incerteza relacionada a ações e passivos futuros, pois a Braskem enfrenta ambiente operacional difícil”. disse a Moody’s em nota de 7 de janeiro. No ano passado, as ações BRKM5 tiveram a maior queda do Ibovespa.

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JBS (JBSS3)

O Bradesco BBI elevou a recomendação para JBS de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado), elevando o preço-alvo de R$ 35 para R$ 37, ao avaliar que o valuation é atrativo e que há oportunidade de compra uma vez que os desafios se dissipam, com a evolução nas negociações entre EUA-China ainda não precificada no setor de proteínas.

São catalisadores positivos, na visão do analista Leandro Fontanesi, a expectativa de listagem nos EUA em 2020  e os fortes compromissos que a empresa assumiu no país ao adquirir várias empresas, fusões e aquisições no segmento de comida processada e remoção do “overhang” (excesso de ações no mercado, o que no caso acontece no processo de desinvestimento de um grande acionista) do BNDES em 2020 com a conclusão da operação de venda de ativos do banco de fomento.

Petrobras (PETR3;PETR4)

Segundo informações da agência de notícias Dow Jones, Petrobras, Bahri e outras petroleiras suspenderam a navegação pelo estratégico Estreito de Ormuz em meio às tensões entre EUA e Irã. É por lá onde passa todo o tráfego marítimo dos principais países exportadores de petróleo.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil comunicou à CVM na noite de ontem que aprovou onze contratos de fianças bancárias para a Petrobras, envolvendo R$ 698,6 milhões. Segundo o BB, os contratos são para a Petrobras comprar capacidade de transporte de gás natural na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). Oito fianças têm duração até 31 de dezembro de 2020, no valor de R$ 516,6 milhões, enquanto outras três têm duração até 31 de dezembro de 2021, no valor de R$ 181,7 milhões.

Burger King (BKBR3) e IMC (MEAL3)

Segundo o Valor Econômico, Vinci, Burger King, IMC têm interesse em comprar Outback no Brasil. Negociações com a gestora Vinci Partners e
com o Burger King estão em estágio preliminar, enquanto a IMC, Dona das redes Frango Assado e Viena, pode iniciar conversas caso consiga um sócio ou parceiro, destacaram fontes ao jornal.

Além das 100 unidades do Outback no Brasil, o comprador ficará com 12 pontos da rede de comida italiana Abbraccio e uma unidade
da steakhouse Fleming’s. A Bloomin’Brands, controladora das redes, quer receber em dinheiro e não aceita troca de ações, diz a reportagem.

Bloomin’Brands, controladora do Outback, disse ao Valor que contratou BofA Securities para analisar diversas possibilidades para gerar valor às ações das marcas do grupo globalmente e reforçou a importância da operação no Brasil. Disse ainda que o plano de expansão local de suas marcas está confirmado com crescimento de cerca de 12% no número de unidades em 2020.  As demais empresas citadas não se manifestaram, segundo a publicação.

Cemig (CMIG4

A estatal de energia elétrica Cemig, geradora e transmissora em Minas Gerais, enviou uma nota à CVM, negando que tenha interesse em vender sua participação de 21,7% na sua subsidiária Taesa, como foi publicado ontem por um jornal de economia. “A Cemig informa que até a data de hoje, não foi tomada nenhuma decisão pelos seus órgãos de governança”, comunicou a empresa à CVM. Rumores sobre a venda da Taesa são constantes no mercado. Em 2017, a Cemig vendeu 10% da sua participação na Taesa por R$ 717 milhões. A empresa manteve um bloco controlador de ações ordinárias.

Iguatemi (IGTA3)

A Iguatemi, administradora de shopping centers, comunicou ontem a compra de 47% do capital da Maiojama, dona de 14% do Shopping Iguatemi Porto Alegre. O negócio teve um valor de R$ 123 milhões, que a Iguatemi pagou à vista. Com a operação, a Iguatemi passa a ter 42,58% do shopping na capital gaúcha e mais uma torre comercial anexa, chamada Iguatemi Business.

“Apesar de se tratar de uma transação relativamente pequena (cerca de 1,3% do valor de mercado da Iguatemi e uma adição de menos de 5% da área bruta locável própria da empresa), a transação está alinhada com o discurso da empresa de aumentar sua relevância nos ativos atuais e foi feita em um múltiplo atrativo. Além disso, o ativo em questão (Iguatemi Porto Alegre) está entre os mais relevantes em termos de receita de aluguel”, aponta a equipe de análise da XP Investimentos.

Vulcabras (VULC3)

A Vulcabras Azaleia, fabricante de calçados, informou ontem ao mercado que comprou a fatia da Dok Participações na fábrica da Vulcabras Azaleia no Estado de Sergipe. Segundo a empresa, que possui fábricas atualmente no Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará, foram pagos R$ 25 milhões na aquisição, incluindo a absorção de passivos pela compradora.

Gol (GOLL4)

A Gol reportou prévia para o quarto trimestre, projetando receita unitária por passageiro com um crescimento saudável de 11% na base de comparação anual, enquanto (ii) os custos unitários deverão ser reduzidos em cerca de 10% na mesma base de comparação (excluindo despesas não recorrentes). Com isso, as margens esperadas no trimestre deverão ser fortes, com margem EBITDA esperada entre 37 e 39% e EBIT (operacional) entre 26% e 27%;

A Gol também reportou seus dados operacionais de dezembro, com um aumento de 1,1% na comparação anual da demanda consolidada e de 3,1% na oferta, culminando em uma queda de 1,6 ponto percentual na Taxa de Ocupação. Quando comparados os resultados trimestrais, houve um aumento de 6,1% na oferta consolidada, enquanto a demanda cresceu 5,5%, gerando uma queda na Taxa de Ocupação de 0,4 p.p. “Os números ficaram levemente abaixo das nossas estimativas, mas ainda assim representam um crescimento robusto”, aponta a XP.

Os aumentos de demanda e oferta reportados foram impulsionados pelo mercado doméstico, que representou cerca de 89% da demanda reportada pela companhia no mês. A oferta doméstica teve alta de 5,2% em dezembro, enquanto a demanda cresceu 3,1%, com uma Taxa de Ocupação de 83%, queda de 1,7 p.p. Os resultados do mercado internacional tiveram queda de 9,3% na oferta, enquanto a demanda caiu 12%.

“Mantemos recomendação neutra para a Gol que, embora deva continuar se beneficiando de um ambiente saudável de demanda e oferta, possui (i) maior exposição à competição, devido à grande sobreposição de rotas com a concorrência e (ii) apresenta crescimento esperado relativamente inferior à Azul”, avaliam a equipe de análise da XP.

Caixa Seguridade

A Caixa Seguridade Participações S.A. recebeu nesta quarta-feira um comunicado da sua controladora, o banco estatal Caixa Econômica Federal, informando que foi aprovada a formação e contratação do Sindicato de Bancos para conduzir, após avaliação, a oferta pública de ações (IPO) da empresa.

A Caixa Econômica Federal também comunicou à sua subsidiária que estuda as possibilidades de desinvestimento na Caixa Seguridade. O IPO, segundo o banco estatal, faz parte desta estratégia de desinvestimentos.

(Com Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.