• Agência O Globo
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Gol Linhas Aéreas (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

Gol Linhas Aéreas (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Gol Linhas Aéreas anunciou nesta terça-feira que fechou um acordo com a Carlyle Aviation para a venda de 11 aviões Boeing 737 Next Generation (NG), que inclui um contrato de arrendamento para substituições dessas aeronaves por outras Boeing 737 Max-8 ao longo dos próximos anos. Esse modelo da fabricante americana está com as operações suspensas desde março de 2019, após dois acidentes fatais com o modelo terem resultado em quase 350 mortos.

A Gol é uma companhia que atua com o modelo de frota única, tendo a Boeing como seu fornecedor. Atualmente, a aérea tem sete aviões 737 Max-8 impedidos de voar em todo o mundo. Sobre a opção de expandir a frota com esse modelo, a empresa reiterou o foco em redução de custos, reafirmando a confiança na fabricante americana. A Gol espera que os voos do modelo serão liberados este ano. A Boeing faz ajustes no avião.

“A mudança de frota é gradual e progressiva, de acordo com as entregas e disponibilidade. No momento, aguardamos a liberação das aeronaves 737 Max 8 pelas autoridades, prevista para acontecer no meio de 2020. Reforçamos a confiança na Boeing, parceira exclusiva desde o início da Companhia, em 2001, e reiteramos que o Max continua sendo o pilar da estrutura de custos e estratégia de internacionalização da malha aérea”, disse a Gol em nota.

Em comunicado distribuído ao mercado, a empresa explica que a venda desses 11 aviões vai reduzir a dívida líquida da Gol em cerca de R$ 500 milhões, que seria alcançada ao combinar uma redução de R$ 130 milhões na dívida de arrendamento financeiro e um aumento de R$ 370 milhões em liquidez de caixa.

A ideia é, depois, usar aproximadamente R$ 330 milhões desses recursos para resgatar títulos de dívida emitidos pela companhia com vencimento em 2022 e com taxas de 8,875%. A Gol afirma ainda que com a receita gerada pelo gerenciamento desses ativos e a redução nos custos com juros vão trazer mais US$ 420 milhões em lucro à companhia este ano, melhorando o perfil de crédito da voadora.

A meta da Gol é ter perto de 50% de sua frota compostos de aviões 737 Max até 2025. A transição deve aumentar a produtividade da companhia em mais de 20%, além de diminuir em 15% o consumo de combustível. Nesse período, a Gol espera criar mais de R$ 4 bilhões em valor aos acionistas, sendo R$ 2 bilhões em valor patrimonial em ativos e outros R$ 2 bilhões em aumento da receita operacional, vinda de mais produtividade e menor consumo de querosene.

A Gol vai divulgar o resultado financeiro do quarto trimestre de 2019 no próximo dia 20. Entre julho e agosto do último ano, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 171,1 milhões, uma melhora de 60,5% na comparação com a perda registrada em igual trimestre de 2018.