O Google iniciou conversas em busca de acordos para pagar a veículos de comunicação por seu conteúdo, depois de ser acusado de obter benefícios de notícias protegidas por direitos autorais, segundo fontes próximas ao assunto.

As negociações entre o gigante americano da internet e as empresas de mídia, principalmente da França e de outras partes da Europa, estão em um estágio inicial, de acordo com esta fonte.

Pagar pelas notícias seria uma ação diferente da prática da empresa, de propriedade da Alphabet, de extrair livremente da internet o material que mostra em seus resultados de pesquisa.

Provavelmente, um acordo seria bem recebido pelas organizações de notícias que afirmam que o Google lucra com os anúncios ao lado de seus conteúdos, incluindo os trechos mostrados nos resultados da busca.

Contactado pela AFP na sexta-feira, o Google afirmou estar procurando novas maneiras de ajudar os editores.

“Queremos ajudar as pessoas a encontrar jornalismo de qualidade: é importante ter uma democracia informada e ajudar a apoiar uma indústria de notícias sustentável”, disse o vice-presidente do Google Notícias, Richard Gingras, através de um comunicado.

“Nós nos preocupamos profundamente com isso e estamos conversando com parceiros e procurando outras maneiras de expandir nosso trabalho contínuo com editores, com base em programas como a Google News Initiative”, acrescentou.

O Wall Street Journal informou na sexta-feira que o Google estava considerando ofertas de um produto de notícias “premium”.

A gigante da tecnologia da Califórnia tem se mantido firme na decisão de não pagar pelos links dos artigos mostrados nos resultados da pesquisa e isso não representa uma mudança nessa posição, disseram fontes próximas à AFP.

O proprietário do mecanismo de pesquisa argumentou que direciona o tráfego para sites de notícias e, portanto, ajuda a mídia a obter receita com publicidade.

O Google News Initiative trabalha com editores para incentivar leitores e assinaturas pagas.

O Facebook, que recebeu críticas semelhantes, lançou uma “área de notícias” com conteúdo produzido profissionalmente no ano passado, um passo na rede social para promover o jornalismo e superar sua reputação como plataforma de desinformação.

Se espera que o Facebook pague a algumas das organizações de notícias, segundo relatos, milhões de dólares em alguns casos.

O Google informou no ano passado que não pagaria à mídia europeia pelo uso de artigos, fotos e vídeos em suas buscas na França, o primeiro país a ratificar a diretiva de direitos autorais, o que aumenta a possibilidade de ação legal.