ADRs brasileiros despencam em NY com escalada do coronavírus; Wall Street tem pior dia desde 2018

Papéis de Petrobras e Vale caíram mais de 6% na sessão; Bolsa brasileira segue fechada até quarta-feira

Anderson Figo

SÃO PAULO – O principal índice de ADRs (na prática, as ações de empresas de fora dos EUA negociadas em Nova York) do Brasil fechou em forte queda nesta segunda-feira (24) na Bolsa de Valores Nova York (NYSE).

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Ele acompanhou o mau humor visto nos índices americanos, no pior dia para Wall Street desde dezembro de 2018. Os mercados europeus também derreteram na sessão.

Sem pregão na B3 por causa do feriado do Carnaval, os investidores ficaram de olho no avanço da epidemia de coronavírus fora da China, especialmente com o aumento de casos na Itália, Coreia do Sul e Irã. Por aqui, a Bolsa só reabrirá na quarta-feira (26), às 13h.

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O Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que compila o desempenho dos 20 ADRs brasileiros mais líquidos no mercado americano, teve queda de 4,81%, para 21.134 pontos — o índice perdeu 1.068 pontos só no pregão de hoje.

Já o ETF EWZ iShares MSCI Brazil Capped, fundo de índice que replica o Ibovespa em dólar, perdeu 4,90%, para US$ 40,38.

É importante acompanhar o desempenho dos ADRs nos mercados internacionais, pois qualquer movimento registrado nestes dois dias em que a B3 estará fechada deve ser refletido na abertura do pregão de quarta-feira (26) para que não haja descompasso entre os preços das ações negociadas no Brasil e nos EUA.

Entre as blue chips brasileiras, o ADR da Petrobras (PETR4,PETR3) ajudou a ampliar a perda do Dow Jones Brazil Titans 20. O papel amargou baixa de 6,77%, para US$ 13,08. Na mínima do dia, o ADR chegou a cair mais de 8%.

No mesmo sentido, os ADRs da Vale (VALE3) e do Itaú (ITUB4) recuaram 7,53% e 3,67%, respectivamente, para US$ 10,56 e US$ 7,34. O ADR do Bradesco (BBDC4) cedeu 3,31%, a US$ 7,00, enquanto o da Gerdau (GGBR4) afundou 3,42%, para US$ 4,23.

Os índices americanos Dow Jones e S&P 500 registraram baixas de 3,56% e 3,35%. Já o Nasdaq caiu 3,71%.

Só hoje, o Dow Jones perdeu 1.031 pontos. É a segunda maior perda diária em pontos já registrada pelo índice em seus 124 anos de história. Ele fechou próximo da mínima da sessão, de 27.912 pontos.

Foi a primeira vez desde 4 de dezembro de 2018 que os três índices americanos — S&P 500, Dow Jones e Nasdaq — fecharam com perdas de mais de 3% cada um.

O tombo desta segunda-feira também apagou o ganho acumulado em 2020 pelo Dow Jones, que agora cai 2% no ano, e o S&P 500, com leve perda de 0,15%.

Na Europa, os mercados fecharam com quedas ainda mais intensas. A maior delas foi a da Bolsa de Milão, que perdeu 5,43%. O inglês FTSE 100 caiu 3,34%, enquanto o francês CAC 40 teve baixa de 3,94%. Na Alemanha, o DAX teve desvalorização de 4,01%.

Enquanto a tensão crescia nos mercados de ações, os investidores correram para ativos considerados mais seguros. Um deles é o ouro, que chegou a subir mais de 2% ao longo do dia nos Estados Unidos, mas fechou em alta mais comedida, de 081%.

Coronavírus avança

O governo italiano informou nesta segunda-feira que o número de pacientes confirmados com o coronavírus no país ultrapassou 200, com a quinta morte confirmada hoje.

A maioria dos casos ocorre nas regiões da Lombardia e do Vêneto — 11 cidades onde o vírus foi identificado estão isoladas. O Carnaval de Veneza, uma das festas mais conhecidas do país, foi suspenso.

A Áustria anunciou que iria restringir trens entre o país e a Itália para evitar que o vírus cruze a sua fronteira.

Já na Coreia do Sul, em apenas três dias o número de casos subiu de 31 para 763, com nove mortes. O governo sul-coreano elevou o alerta com o surto para o máximo.

Israel começou a exigir quarentena de pessoas que tiveram contato com sul-coreanos nos últimos dias.

No Irã, segundo informações da rede americana CNBC, em apenas três dias foram reportados 61 casos, com 12 mortes.

A Turquia fechou no domingo os quatro passos de fronteira com o Irã e impediu a entrada de pessoas que tinham sinais de gripe.

Segundo o boletim mais recente da Organização Mundial da Saúde, já são 79.339 casos de coronavírus confirmados em 30 países, com 2.619 mortes registradas até agora.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.