Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a dona do Pingo Doce indicou que "foi apresentado, por um acionista detentor de mais de 2% do capital social, um pedido de inclusão de assunto na ordem do dia da Assembleia Geral Anual da Sociedade".

"Porque o pedido obteve deferimento, a ordem de trabalhos da Assembleia Geral Anual anteriormente referida [em 27 de maio] passou a incluir mais um ponto, que será o ponto 5, 'deliberar sobre a alteração das cláusulas 1.ª, 2.ª e 3.ª do Plano de Pensões C do Fundo de Pensões Jerónimo Martins & Associadas'", adiantou o grupo, na mesma nota.

Num outro comunicado, que detalha a proposta, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, que detém 56,136% do capital do grupo, segundo informação no seu 'site', diz que pretende aprovar algumas alterações "no sentido de melhorar as atuais regras" deste plano de pensões, incluindo no que "se refere à definição de salário pensionável, à possibilidade de contribuições extraordinárias por parte da sociedade para o fundo e à clarificação respeitante à revogação e substituição do plano de complemento de reforma existente previamente à aprovação do atual plano de pensões".

O acionista aprofundou ainda o ponto três da convocatória, propondo que aprove um voto de "apreço, reconhecimento e confiança" ao Conselho de Administração e, de forma especial, ao seu presidente, Pedro Soares dos Santos.

"Esta é a primeira Assembleia-Geral Anual que se realiza após o desaparecimento de Alexandre Soares dos Santos", lê-se na mesma proposta, que recorda a "capacidade de liderança e gestão" do empresário, que foi presidente do Conselho de Administração tanto da Sociedade Francisco Manuel dos Santos como da Jerónimo Martins.

Recordando ainda a sua "visão e preocupação verdadeira e efetiva por causas humanas, civis e sociais", a sociedade diz que é sua "firme intenção" honrar "tal legado e continuar a apoiar o desenvolvimento continuado da Jerónimo Martins".

Os acionistas irão ainda "deliberar sobre os documentos de prestação de contas do exercício de 2019, incluindo o relatório de gestão", e "apreciar a declaração sobre a política de remunerações dos órgãos de administração e fiscalização da sociedade elaborada pela Comissão de Vencimentos", lê-se na convocatória do dia 27 de maio.

Além disso, a reunião magna irá votar a aplicação de resultados do grupo, sendo que no dia 13 de maio a administração do grupo reviu em baixa a proposta de pagamento de dividendos relativos a 2019 e vai agora propor o pagamento de 0,207 euros brutos por ação em vez dos anteriores 0,345 euros.

No comunicado dos resultados relativos ao primeiro trimestre, a dona do Pingo Doce adiantou que, "dado o atual contexto mundial e a elevada incerteza prevalecente, o Conselho de Administração decidiu propor na assembleia-geral, a realizar em 25 de junho, a distribuição, para já, de dividendos no montante de 130,1 milhões de euros, revendo a distribuição de 216,8 milhões de euros anunciada a 20 de fevereiro de 2020".

A assembleia-geral do grupo estava inicialmente marcada para 16 de abril, mas foi desconvocada por causa da pandemia de covid-19.

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