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Fachada de agência do Santander (Foto: Marcelo Del Pozo/Reuters)

Espanhol Santander economiza 1,6 bilhões de euros após suspender dividendos (Foto: Marcelo Del Pozo/Reuters)

O espanhol Santander economizou 1,6 bilhão de euros (1,7 bilhão de dólares) ao suspender seu dividendo de 2019, permitindo que o banco ofereça mais 30 bilhões de euros em empréstimos a famílias para mitigar o impacto da pandemia de coronavírus, disse a presidente do conselho administrativo Ana Botín a investidores nesta sexta-feira.

O Banco Central Europeu já havia dito aos bancos para não fazer pagamentos de dividendos e cancelar recompras de ações até outubro e usar os lucros para apoiar uma economia prejudicada pela paralisação implementada para impedir a propagação do vírus.

"Hoje, mais do que nunca, é imperativo seguir a recomendação do supervisor", disse Botín a investidores em uma reunião anual de acionistas realizada remotamente.

O banco disse na quinta-feira que suspenderá o dividendo final de 0,13 euro por ação de seu lucro de 2019 para aumentar a proteção de capital. A empresa também cancelou sua política de dividendos para 2020, com Botín dizendo que o capital economizado com as duas medidas representava 90 bilhões de euros adicionais em empréstimos disponíveis.

Mesmo com uma ampla paralisação desde 14 de março, a Espanha registrou um aumento nos casos de coronavírus para mais de 117 mil. O número de mortos chegou a quase 11 mil nesta sexta-feira.

O presidente-executivo do banco, José Antonio Álvarez, por sua vez, garantiu a investidores que está tomando todas as medidas necessárias para reduzir o impacto do vírus nos resultados da instituição.

"Tomaremos as medidas necessárias para mitigar, na medida do possível, o impacto que a volatilidade e a desaceleração previsível do crescimento global possam ter nos negócios e nos de resultados deste ano", afirmou.

Embora seja muito cedo para avaliar o impacto total da pandemia, Botín disse que espera que o lucro subjacente do primeiro trimestre de 2020 esteja em linha com o mesmo período do ano passado, com um "impacto muito marginal da crise do coronavírus nos resultados dos negócios no primeiros 3 meses do ano".

"Considerando a incerteza atual e a baixa visibilidade sobre a evolução da economia no curto prazo, reavaliaremos nossas metas de médio prazo quando a situação se estabilizar", afirmou Botín.

Ela também disse que "agora é a hora da Europa estar à altura da situação e liderar uma resposta mais rápida e coordenada" ao coronavírus.