A procura crescente e as disrupções causadas pela pandemia do novo coronavírus provocaram escassez de pequenas barras de ouro, mais populares entre consumidores. Os que conseguem encontrar o metal precioso têm de pagar um preço elevado - bem acima das cotações por onça dos mercados financeiros de Londres e Nova Iorque.

Alguns revendedores correm atrás de clientes dispostos a vender as suas barras e moedas de ouro e oferecem um prémio pouco habitual em relação aos preços à vista. Outros desistiram de tentar negociar.

"As pessoas querem comprar, não vender ouro", disse Mark O’Byrne, fundador da GoldCore, um revendedor com sede em Dublin. "Temos uma lista de espera de compradores e enviamos um e-mail aos nossos clientes, para saber quem deseja vender ouro. Atualmente, existem apenas um ou dois vendedores para cada 99 compradores".

O tamanho é uma das principais razões para a falta de barras. Embora haja muito ouro num grande centro de negociações como Londres, bancos e outros investidores institucionais normalmente usam barras grandes de 400 onças. O tamanho não é prático para uma pessoa comum, que pode não querer gastar mais de 600 mil dólares numa única barra. Em vez disso, os investidores de retalho preferem kilobars (cerca de 32 onças), barras de 1 onça e moedas, ou ainda menores.

Esses itens mais pequenos estão cada vez mais difíceis de encontrar por vários motivos. Primeiro, claro, a procura disparou. Mas também há pressão sobre a oferta, já que as viagens globais estão suspensas e algumas refinarias e casas da moeda pararam de operar ou limitaram a produção devido a confinamentos locais.

Os prémios no mercado de retalho "explodiram", disse Markus Krall, presidente da retalhista alemã de metais preciosos Degussa. O preço médio dos produtos nas lojas está entre 10% e 15% acima dos preços spot, algo a que nunca assistiu antes, não se recordando também de uma procura tão elevada.