Magazine Luiza lança “pacote de medidas” com captação de R$ 800 mi e uso de MP que prevê redução de jornada

Companhia está fazendo plano para avaliar utilização da MP que permite redução de jornada e de salário de funcionários

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Diante da crise causada pelo surto do novo coronavírus, o Magazine Luiza (MGLU3) comunicou nesta terça-feira (7) uma série de medidas para enfrentar a situação.

Entre elas está uma captação de R$ 800 milhões e um plano de estudo para utilização da Medida Provisória 936/2020, que permite a redução da jornada de trabalho e dos salários dos trabalhadores.

De acordo com a varejista, as decisões foram tomadas “em função, sobretudo, da situação sem precedentes gerada pela pandemia de Covid-19 — uma crise de feições ainda não totalmente conhecidas e que não poupa indivíduos, organizações ou economias”.

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Diante disso, o Magalu anunciou a captação de R$ 800 milhões por meio de uma emissão de debêntures. Sem dar mais detalhes, a empresa explica que terminou 2019 com cerca de R$ 7 bilhões em caixa e em recebíveis, mas que optou por este movimento para preservar ao máximo o caixa.

“Ainda que confortáveis do ponto de vista de liquidez, é dever da liderança da empresa preservar ao máximo o caixa da empresa — tanto por não termos uma visão clara da dimensão e da extensão da atual crise, quanto para estarmos financeiramente preparados para a retomada econômica e as oportunidades de negócios que surgirão com ela”, diz o comunicado.

O Magalu também informou que, para não fazer demissões, vai lançar mão da MP publicada em 1º de abril, que permite a suspensão de contratos de trabalho por até 60 dias, com pagamento parcial dos salários via seguro-desemprego, e a redução proporcional por três meses de até 70% de jornadas e salários, com complementação dos vencimentos pelo governo federal.

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A companhia, porém, não disse quais dessas possibilidades irá realmente usar. “Estamos fazendo um capacity planning exaustivo para os próximos meses, a fim de determinar a abrangência e as modalidades dos instrumentos previstos na MP que serão aplicados”, afirma.

De acordo com a empresa, mesmo para as lojas que não forem reabertas, os vendedores poderão trabalhar graças a uma versão remota do aplicativo de vendas, sistema implantado pelo Magalu em 2016 e que agora está totalmente integrado a todas as redes sociais.

Na nota, a empresa lembra ainda que, no início de abril, a administração reduziu em 80% por três meses os salários do seu presidente, Frederico Trajano, e do vice-presidente de operações, Fabrício Bittar Garcia. Além disso, a remuneração de 12 diretores executivos e dos sete membros do conselho de administração foi cortada em 50%, e as dos demais diretores, em 25%.

Outra medida adotada foi o adiamento das assembleias gerais ordinária e extraordinária de acionistas: elas ocorreriam em abril e passaram para o fim de julho. A divulgação dos resultados do primeiro trimestre, que aconteceria em 7 de maio, ficou para o fim do mesmo mês.

A varejista ressaltou ainda que está realizando a renegociação de contratos com fornecedores para diminuir custos e estender prazos e que tem protegido seus funcionários, pagando as férias que foram dadas com o fechamento recente das lojas, além de pagar em dobro o auxílio-creche, aumentando ainda a remuneração das equipes de logística e distribuição.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.