Ação da Cielo sobe mais de 22% e Petrobras avança 5% com petróleo; IRB cai com notícia sobre prejuízo

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (8)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi novamente de ganhos para o Ibovespa, acompanhando as bolsas americanas, com otimismo após o senador Bernie Sanders desistir de ser candidato à presidência.

Entre as ações, a Petrobras viu seus papéis subirem mais de 5% seguindo a alta do petróleo em meio à expectativa de corte de produção pela Opep+, após ter registrado perdas na véspera com a divulgação dos dados de estoque da commodity nos EUA do Instituto Americano de Petróleo, com estoque maior do que o esperado.

Hoje saíram os dados do Departamento de Energia, também com estoque acima das expectativas, com avanço de 15,18 milhões de barris, ante expectativa por alta de 9,24 milhões. Contudo, o petróleo tipo Brent (referência global) teve alta de 5,5%, a US$ 33,61 por barril, e o petróleo tipo WTI (referência dos EUA) avançou 10,8%, a US$ 26,19 por barril, principalmente na expectativa pela Opep.

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O Magazine Luiza subiu: a varejista decidiu realizar uma emissão de debêntures simples no valor de R$ 800 milhões. A empresa emitiu 800 mil debêntures, cada a um valor de R$ 1 mil. A diretoria da empresa do varejo contratará uma ou mais instituições financeiras para distribuir os papéis no mercado.

A ação da Cielo, por sua vez, saltou mais de 22%, destaque na ponta positiva e na segunda sessão de alta, após ter registrado cotação mínima de fechamento desde fevereiro de 2011 na última sexta-feira. No ano, a queda das ações ainda é de mais de 40%.

Já na ponta negativa, o IRB teve leve queda, após chegar a cair 4% mais cedo. O Valor Econômico informou, usando dados da Susep, que a companhia teve seu primeiro prejuízo mensal desde agosto de 2016 em janeiro.

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras divulgou relatório de produção do primeiro trimestre em 27 de abril e o relatório de desempenho financeiro em 14 de maio, após o fechamento dos mercados, segundo comunicado. Em 15 de maio, serão realizadas duas webcasts para comentar os resultados, às 10h em português e às 11h30 em inglês.

Já a Superintendência do Cade aprovou acordo entre Petrobras e Eagle: a estatal anunciou a venda de quatro campos na Bacia Tucano para a Eagle por US$ 3,01 milhões.

A companhia ainda informou que seu Conselho de Administração aprovou a criação de um Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI), novo programa de desligamento voltado aos empregados aposentáveis com vigência até 31 de dezembro de 2023.

O Conselho também aprovou ajustes para estímulos nas adesões dos três Programas de Desligamentos Voluntários (PDVs) da companhia: (i) PDV 2019 destinado aos aposentados pelo INSS até junho de 2020; (ii) PDV específico para empregados lotados em ativos/unidades em processo de desinvestimento; (iii) PDV exclusivo para os empregados que trabalham no segmento corporativo da empresa.

“Os programas são importantes ferramentas de gestão de efetivo na companhia, sendo mais uma medida com foco na redução de custos, a fim de reforçar a resiliência dos negócios da companhia. Os quatro programas preveem as mesmas vantagens legais e indenizações”, avalia.

O PAI e o PDV 2019 tem uma estimativa de retorno adicional (custo evitado de pessoal menos o desembolso com as indenizações) de R$ 7,6 bilhões até 2025 com os novos desligamentos, estimados em cerca de 3.800 empregados. Os ajustes de incentivo no PDV 2019 vão gerar uma provisão adicional de R$ 1,29 bilhão nas demonstrações financeiras do 2T20 referente ao público já desligado e inscrito e o provisionamento das novas adesões ocorrerá conforme as inscrições forem efetivadas.

Os PDVs específicos para os desinvestimentos e o segmento corporativo são programas feitos em ciclos e com menor número de vagas, totalizando valores menores e o provisionamento também será realizado conforme as inscrições.

“Cabe destacar que o impacto esperado no caixa da companhia não será imediato para 2020, mas sim diluído ao longo dos próximos três anos. Isso porque, no PAI, os desligamentos só ocorrerão quando da concessão da aposentadoria dos empregados constantes do público alvo e, no PDV 2019, a existência de categorias no programa que preveem a saída em até 24 meses produzem o efeito de diluir os desligamentos no tempo. Além disso, a companhia optou por diferir o pagamento das indenizações em duas parcelas, sendo uma no momento do desligamento e a outra em julho de 2021 ou um ano após o desligamento, o que for maior”, avalia.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza decidiu ontem realizar uma emissão de debêntures simples e não conversíveis no valor de R$ 800 milhões. Foram emitidas 800 mil debêntures, cada uma no valor de R$ 1 mil. As debentures vencerão em 340 dias, ou seja, em 13 de março de 2021. Os papéis pagarão 100% da taxa diária DI e mais uma sobretaxa de 1,5% de juros ao ano. As debêntures serão inicialmente negociadas na B3, que fará a custódia eletrônica dos papéis.

A diretoria do Magazine Luiza informou que contratará uma ou mais instituições financeiras para fazer a distribuição dos papéis no mercado.

O Magalu também informou que, para não fazer demissões, vai lançar mão da MP publicada em 1º de abril, que permite a suspensão de contratos de trabalho por até 60 dias, com pagamento parcial dos salários via seguro-desemprego, e a redução proporcional por três meses de até 70% de jornadas e salários, com complementação dos vencimentos pelo governo federal. Veja as outras iniciativas adotadas pela varejista clicando aqui. 

“A notícia é levemente positiva para a empresa e deve impactar as ações no curto prazo. A Magazine Luiza já era uma das empresas brasileiras mais bem posicionadas para suportar a crise diante da sua enorme posição de 7 bilhões de reais em caixa. Por isso, os 800 milhões a mais ajudam, mas representam pouco percentualmente ao que há em caixa.

Quanto ao uso da MP, não vemos impacto negativo pois se trata de um direito legal. Muitas outras empresas devem se valer do mesmo mecanismo em breve. A empresa está se aproveitando do seu tamanho para negociar com fornecedores as condições de pagamento, como custos e prazos de pagamento. No momento atual, as grandes empresas devem se beneficiar e ganhar mercado em detrimento das empresas menores que estão com o caixa mais pressionado”, avalia a equipe de análise da Levante.

Banco do Nordeste (BNBR3)

O Banco do Nordeste, que atua nos nove Estados da região Nordeste, decidiu ontem em assembleia aumentar o capital social, através da incorporação da reserva de lucros. Segundo o banco estatal, o capital social foi aumentado em R$ 1,75 bilhão, passando de R$ 3,80 bilhões para R$ 5,56 bilhões.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil comunicou ontem que vai cumprir a resolução 4.797 do Conselho Monetário Nacional (CMN) e pagará dividendos de 25% aos acionistas em 2020, como foi estabelecido na segunda-feira desta semana.

O Banco do Brasil destaca que “o cumprimento da resolução CMN nº 4.797/20 não implica a redução ou suspensão dos juros dos instrumentos de dívida subordinados de emissão do BB e elegíveis a capital nível 1.”

Klabin (KLBN11

O Bradesco BBI elevou a recomendação para as ações da Klabin, de neutra para desempenho acima da média (outperform). O BBI destacou a “sólida flexibilidade operacional” da Klabin no mercado de papel e celulose, levando em conta o cenário atual, que é de queda na demanda ao redor do mundo por causa da pandemia, mas com projeções de recuperação dos preços no quarto trimestre de 2020. Neste contexto, avalia o BBI, o papel da Klabin “oferece uma boa proteção no lado da baixa e sólido upside”.

Segundo o BBI, a Klabin consegue mudar rapidamente a sua produção para atender diferentes setores dos mercados doméstico e internacional. “A Klabin tem a habilidade de mudar rapidamente a produção de papel, de caixas para sacolas de papelão, papel corrugado, embalagens, conforme a demanda do mercado doméstico e também do externo por esses produtos”, avalia o BBI. O banco escolheu a ação como sua “top pick” de papel e celulose na América Latina, mas manteve o preço-alvo da ação em R$ 21,00 para 2020.

Elétricas

A Aneel autorizou repasse de R$ 2 bilhões para distribuidoras e agentes do mercado livre por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, para aliviar o setor em meio a crise do Covid-19. A agência reguladora também suspendeu por 90 dias os reajustes de tarifas aprovados em três estados, referentes às empresas CPFL Paulista, Energisa Mato Grosso do Sul e e Energisa Mato Grosso.

Houve também medidas de apoio às distribuidoras de energia adotadas ontem. A primeira delas foi uma proposta de destinação de R$900 milhões pelo governo para o programa Tarifa Social, que atende famílias de baixa renda por até 3 meses. A segunda delas foi a aprovação pela Aneel do uso de um fundo de reserva de R$2,02 bilhões que beneficiará distribuidoras e agentes do mercado livre.

“Acreditamos em uma reação negativa do setor de distribuição de energia na bolsa hoje em função das decisões de diferimento dos reajustes tarifários de ontem. Apesar de haver uma compensação para que o impacto das decisões seja Neutro do ponto de vista econômico, a medida pode acarretar uma aversão a risco pelo impacto sobre uma regulação normalmente considerada sólida, principalmente tendo em vista que tais processos são apenas reajustes, que incorporam índices de inflação e variações de custos de energia”, avalia a XP Investimentos.

Comgas (CGAS5)

A Companhia de Gás de São Paulo – Comgas, decidiu suspender as suas projeções financeiras (guidance) para 2020, que foram divulgadas em 11 de fevereiro. Segundo a empresa, a epidemia do coronavírus tornou o cenário imprevisível.

Anima (ANIM3)

O Banco Morgan Stanley reduziu a nota da Ânima Educação de overweight (acima da média) para underweight (abaixo da média) em relatório sobre os impactos da epidemia do coronavírus sobre o setor educacional privado brasileiro.

O preço-alvo da ação ANIM3 em 2020 foi reduzido de R$ 38,00 para R$ 22,50. A Ânima não foi a única empresa com nota rebaixada: o banco americano também rebaixou a Laureate Education Inc. (LAUR), empresa dos EUA que tem uma rede de escolas privadas bilíngues no Brasil mas é listada na NYSE.

“Nós rebaixamos as notas da LAUR e da ANIM3 baseados na experiência da última recessão, quando ambas foram mais afetadas que suas concorrentes”, explicou o Morgan Stanley. Cogna (COGN3) – antiga Kroton, Yduqs (YDUQ3) – antiga Estácio, e Ser Educacional (SEER3) mantiveram as notas atuais. O Morgan Stanley ressaltou que as ações das empresas de educação foram umas das mais atingidas pela atual crise no Ibovespa.

Cosan (CSAN3)

A Cosan suspendeu as projeções financeiras para 2020 (guidance) com a evolução e os impactos do coronavírus em seus negócios e das empresas do grupo.

A empresa disse que o atual contexto é de incertezas, e os cenários mudam rapidamente a cada dia.

“A companhia poderá retomar a publicação de projeções tão logo tenha maior clareza acerca dos possíveis impactos em seus resultados.”

A Cosan ainda informou ter implementado, desde o início, um plano de contingência visando garantir a preservação da saúde e integridade de seus colaboradores, bem como a segurança e a continuidade das operações essenciais de cada uma das suas empresas. Este plano vem sendo avaliado a cada dia e atualizado em função da evolução desta pandemia.

“A Cosan segue atenta aos desdobramentos e impactos desta pandemia na economia global e local, buscando identificar riscos e oportunidades e adequando expectativas em função dos cenários que se apresentam”, concluiu.

Iguatemi (IGTA3), Cyrela Commercial Properties (CCPR3) e BR Properties (BRPR3)

O Itaú BBA rebaixou as notas da Iguatemi, da CCP (Cyrela Commercial Properties) da BR Properties de outperform (acima da média de mercado) para market perform (na média do mercado) em um extenso relatório que fez sobre o impacto da epidemia do coronavírus sobre o setor de shopping centers e propriedades comerciais no Brasil. O BBA avalia que os shopping centers serão mais atingidos que as empresas de propriedades comerciais, principalmente se as medidas de quarentena se estenderem durante o segundo trimestre inteiro do ano.

A estimativa é de uma perda de faturamento entre 57% e 68% e o BBA prevê que as empresas poderão dar descontos de 70% para os lojistas por causa do fechamento temporário.

No caso da Iguatemi e da Cyrela Commercial, o problema é que a maioria dos shoppings das empresas, 81% e 90%, respectivamente, se situam nas regiões Sul e Sudeste, que por enquanto concentram a maioria dos casos (69%) do coronavírus no Brasil. O BBA ressalta, contudo, que o desemprego tende a aumentar mais no Nordeste, o que prejudicará empresas que possuem mais shoppings naquela região, como a Sonae.

IRB (IRBR3)

Segundo o Valor Econômico, o IRB reportou seu primeiro prejuízo (para a SUSEP) desde agosto de 2016 neste último mês de janeiro.

A perda ocorreu aparentemente devido a uma maior sinistralidade, de 104% dos prêmios (vs. uma média de 60% em 2019), lembrando que a baixa sinistralidade do IRB era o principal fator de sua alta rentabilidade. Outros dois fatores devem ser considerados: i) janeiro foi um mês que tivemos virutalmente zero impacto do coronavirus, pelo menos nos prêmios Brasil; e ii) janeiro foi o primeiro mês onde a resseguradora apresentou seus números para a SUSEP sob a nova administração;

“Acreditamos que é cedo para realizar qualquer conclusão sobre o que teria causado a maior sinistralidade, principalmente pelo fato de a SUSEP não qualificar os números reportados. Esperamos melhores explicações da administração nos resultados do 1º trimestre de 2020”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos.

BR Properties (BRPR3)

A BR Properties anunciou a emissão de R$ 250 milhões em debêntures a 137% do CDI.

Enauta (ENAT3)

A petrolífera Enauta divulgou uma série de medidas operacionais e financeiras para reduzir o impacto da crise provocada pela pandemia da Covid-19 e da queda dos preços do petróleo sobre seus negócios. Com R$ 1,5 bilhão de caixa líquido, a empresa comunicou que manterá os investimentos para 2020 e 2021, incluindo a perfuração do primeiro poço na Bacia de Sergipe-Alagoas, no Nordeste do país.

A Enauta comunicou, contudo, que não concorda com um comunicado que recebeu da Petrobras, no qual a estatal afirma que a atual epidemia do coronavírus representa um “evento de força maior” que poderá levar a Petrobras a reduzir suas compras do gás natural que a Enauta extrai do campo de Manati.

A Enauta afirma que “tomará as medidas necessárias para salvaguardar os seus direitos no âmbito do contrato de venda do gás natural do campo de Manati”. A Enauta afirma que tomou várias medidas de quarentena para trabalhadores testados positivos com o Covid-19 e assintomáticos, para evitar contágio nas plataformas, e também elaborou planos para eventuais evacuações de trabalhadores que apresentem sintomas da doença em alto-mar ou outros locais de extração de petróleo e gás natural. A Enauta informou que pagará dividendos de R$ 300 milhões aos acionistas. Segundo a empresa, o pagamento não afetará o seu caixa líquido.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.