Ações de bancos sobem e Petrobras avança com petróleo; IRB cai forte e acumula queda de 28% em três dias

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (2)

Lara Rizério

(Divulgação Petrobras)

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SÃO PAULO – Em um dia que começou positivo, o Ibovespa perdeu força e fechou próximo da estabilidade descolando do dia positivo nos EUA após o dado positivo de emprego no país, com a criação de 4,8 milhões vagas de trabalho em junho, apesar dos ganhos terem sido amenizados durante a manhã.

Com isso, o dia acabou sendo misto para as ações de empresas aéreas, como Azul (AZUL4, R$ 20,76, +0,44%), Gol (GOLL4, R$ 18,87, -0,79%), além de CVC (CVCB3, R$ 19,28, +1,00%) e Embraer (EMBR3, R$ 8,17, +0,86%), que registraram algumas das maiores baixas do Ibovespa no primeiro semestre de 2020.

Os bancos fecharam majoritariamente em alta, em meio ao cenário mais positivo do mercado, caso de Santander Brasil (SANB11, R$ 28,69, +0,99%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,16, +0,27%), Bradesco (BBDC3, R$ 19,43, +0,85%; BBDC4, R$ 21,21, +0,31%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,55, +1,72%).

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Os principais contratos de petróleo WTI e brent subiram mais de 1% e também impulsionaram os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 22,64, +1,25%; PETR4, R$ 22,06, +1,61%), que tiveram a sua recomendação equivalente à compra reforçada pelo Credit Suisse.

A Vale (VALE3, R$ 55,49, +1,74%), apesar da leve queda de 0,3% do minério de ferro negociado em Qingdao, a US$ 100,45 a tonelada, também viu suas ações subirem; o Bradesco BBI também atualizou as suas perspectivas para a companhia, reiterando recomendação outperform.

Por outro lado, as ações do IRB (IRBR3, R$ 8,96, -12,24%), após tentarem subir no início da sessão, fecharam em forte queda, acumulando perdas de 28,09% em apenas três pregões em meio à divulgação dos resultados do primeiro trimestre, que fizeram Credit Suisse e JPMorgan rebaixarem a recomendação a equivalente à venda (veja mais clicando aqui).

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Também entre as maiores baixas, ficaram as ações de empresas do setor de saúde, com destaque para o Notre Dame (GNDI3, R$ 65,50, -4,07%), que teve a recomendação para as ações reduzida de compra para neutra pelo UBS.

Conforme apontam os analistas do banco, o desempenho superior a 20% do acumulado do ano da GNDI3 contra o Ibovespa ocorre em meio a uma mudança na percepção sobre as operadoras de seguros de saúde com bom desempenho durante a pandemia. A defensividade em meio a uma recessão e a execução disciplinada de iniciativas orgânicas e fusões e aquisições apoiam a visão mais positiva de crescimento para as companhias.

“No entanto, acreditamos que os níveis atuais de preços já embutem a maioria dos aspectos positivos, o que implica uma relação risco-recompensa menos atrativa e um potencial de alta limitado”, destacam.

Confira os destaques:

Petrobras (PETR3, R$ 22,64, +1,25%; PETR4, R$ 22,06, +1,61%)

O Credit Suisse atualizou as projeções para os papéis da Petrobras, com manutenção da recomendação de “outperform” e a elevação do preço-alvo dos recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) de US$ 14 para US$ 15.

Devido a uma maior produção em 2020 e preço do petróleo mais alta, a instituição espera um avanço de 41% no Ebitda de 2020 e de 10% no de 2021. Essa avaliação leva em conta um barril de US$ 41 em 2020 e de R$ 50 para o ano que vem.

“As iniciativas para o corte de Opex (despesas operacionais) e também de Capex (investimentos em bens de capital) dentro de uma realidade de menor geração de caixa deveriam ser vistas como um ótimo sinal. Os índices de utilização das refinarias também se mostraram bastante resilientes”, avaliaram os analistas do Credit Suisse.

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 21,99, +0,87%) e Ultrapar (UGPA3, R$ 18,64, -0,85%)

O Bradesco BBI revisou suas estimativas para BR Distribuidora e Ultrapar, mantendo recomendação outperform para ambas, incorporando m cenário de curto prazo mais difícil para volumes, além de diminuir estimativas de volume para 2020 e 2021. O preço-alvo da Ultrapar foi elevado de R$ 21 para R$ 23 – o da BR foi mantido em R$ 28.

Os analistas levaram em conta um cenário de curto prazo mais difícil e reduziram os volumes para 2021 – uma queda de 3% na comparação com 2019, ante uma alta de 1%.

De modo geral, a equipe de análise acredita que à medida que a quarentena seja mais flexibilizada, o segmento deve estar entre os primeiros a se beneficiar – demanda de diesel tem melhorado significativamente (já em 90% da média diária dos níveis pré-Covid), enquanto ainda existe bastante espaço para recuperação de volume de combustíveis leves – ainda 30-40% dos níveis pré-Covid).

A preferência é pela BR Distribuidora pelo balanço da companhia em melhor situação e por melhor expectativa de crescimento de lucro por ação em 2021.

Vale (VALE3, R$ 55,49, +1,74%)

O Bradesco BBI manteve a recomendação da Vale como “outperform”. No entanto, elevou o preço-alvo dos recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) para US$ 17 (R$ 85). A estimativa para o Ebitda foi elevada para 10% em 2020 e 15% para 2021.

O novo preço-alvo já leva em conta a recuperação dos preços de minério de ferro ocorrida desde março (a alta foi de aproximadamente 55%). “Acreditamos que valuation ainda não reflete de forma adequada a realidade do preço do minério de ferro, a geração mais saudável de fluxo de caixa e o potencial de remuneração aos acionistas”, disseram os analistas em relatório.

Para o Bradesco BBI, os dividendos devem ser retomados no terceiro trimestre de 2020.

A melhor alocação de capital feita pela companhia e o fim do acordo de acionistas, que poderia levar os fundos a se desfazerem da participação da empresa, também são fatores positivos para o papel.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,16, +0,27%) e BTG Pactual (BPAC11, R$ 79,00, +3,27%)

O Banco do Brasil  fez a cessão de uma carteira de créditos, a maioria em perdas, a um fundo de direitos creditórios administrado pelo BTG Pactual. O banco estatal explicou que a carteira cedida tem valor contábil de R$ 2,9 bilhões e o impacto financeiro da transação será de R$ 371 milhões, antes dos impostos, que serão lançados no terceiro trimestre.

“Esta operação é o piloto de um modelo de negócios recorrente que o banco está desenvolvendo para dinamizar, ainda mais, a gestão do portfólio de crédito”, afirmou o BB.

Sabesp (SBSP3, R$ 57,59, -2,22%)

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciou foi prorrogada a medida que garante isenção no pagamento de contas de água e esgoto para os consumidores das categorias Residencial Social e Residencial Favela até o dia 15 de agosto.

O reajuste das tarifas, autorizado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) também foi adiado para a mesma data.

Elétricas

No setor elétrico, paira a dúvida sobre a extensão do subsídio dado ao consumidor de energia de baixa renda. Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, esse consumidor pode ter que voltar a pagar a conta já neste mês. O socorro de 90 dias, que custou ao Tesouro R$ 900 milhões, venceu na terça-feira (30) e não há ainda proposta de prorrogação, apesar do desemprego ainda em alta.

O subsídio beneficiou cerca de 9,5 milhões de inscritos no programa de baixa renda Tarifa Social, desde que consumam menos de 220 kWh (quilowatts-hora) por mês. A isenção de pagamento decorre da MP 950, editada em abril.

Ânima (ANIM3, R$ 25,08, +0,72%)

A Anima Holding anunciou a aquisição de 50,01% da Insegnare Educacional, mantenedora da UniFG, de Guanambi (BA), pelo valor de R$ 57,5 milhões.

Desse montante, R$ 20 milhões já foram pagos. Uma parcela de R$ 26 milhões será quitada em dez dias úteis a partir de assembleia da Anima e, por último, R$ 11,5 Milhões em 10 dias úteis após a apresentação, pelos vendedores, do balanço auditado do mês de junho de 2020.

O acordo leva ainda em conta outros valores que serão pagos de acordo com resultados futuros e mais uma parcela referente a 4,99% do capital da UniFG que será utilizado, entre outras itens, para o pagamento de dividendos aos vendedores. Com isso, o valor da aquisição pode chegar a R$ R$ 174 milhões.

Os analistas do Itaú BBA avaliaram como positiva essa aquisição. “É uma operação estrategicamente complementar e financeiramente atraente. A aquisição da UniFG foi mais uma etapa positiva no aumento do foco da Anima na vertical da escola de medicina”, avaliaram os analistas.

Hypera (HYPE3, R$ 32,20, -2,87%)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomenda a aprovação do acordo entre a Hypera e a Boehringer, mas com a condicionante da venda de um dos medicamentos da empresa.

No ano passado, a Hypera anunciou a compra, entre outros ativos, das marcas Buscopan e Buscofem que pertencem à Boehringer Ingelheim por R$ 1,3 bilhão.

O parecer da superintendência-geral do Cade não viu risco de concentração no segmento de analgésicos isentos de prescrição médica (conhecido também pela sigla em inglês OTC) não chegaria a 30%.

No entanto, a superintendência viu com preocupação o segmento de mercado de antiespasmódicos combinados com analgésicos. Nesse segmento, a Boehringer Ingelheim oferta atualmente os medicamentos Buscopan Composto e Buscoduo, enquanto a Hypera atua com o Neocopan Composto.

Para evitar danos a concorrência, a Hypera já se comprometeu a vender o Neocopan Composto para a Neoquímica.

O ato de concentração será agora analisado pelo tribunal da autarquia.

Weg (WEGE3, R$ 53,57, +1,86%)

A Weg acertou a compra de controle da startup Birmind;. Com o fechamento do acordo, a empresa passa a ter 51% do capital social da BirminD, com possibilidade, prevista em contrato, de aumentar sua participação nos negócios, futuramente, segundo comunicado.

A companhia não informou detalhes financeiros da transação. A BirminD é uma empresa de tecnologia atuante no mercado de inteligência artificial aplicada à industrial analytics.

O Itaú BBA reafirmou a classificação “market perform” para a Weg, com preço alvo de R$ 55.
Na avaliação dos analistas, a companhia tem um histórico de resultados sólidos e retorno elevado. “O que lhe permite buscar confortavelmente oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico. Uma tendência que esperamos que continue no futuro”, afirmaram, em relatório a clientes.

Aliansce Sonae (ALSO3, R$ 28,58, -2,49%)

A Aliansce Sonae teve que fechar temporariamente quatro shopping centers que administra por conta do aumento na ocupação de leitos nas redes de saúde das cidades onde estão localizados. Em Fato Relevante, a companhia informa que fechou o Boulevard Shopping Bauru e o Franca Shopping, ambos no interior de São Paulo, na última segunda-feira, 29, e hoje (01)esta quarta-feira, 1º, Paraná, e o Passeio das Águas Shopping, em Goiânia (GO).

Segundo a Aliansce Sonae, atualmente são 17 unidades do portfólio próprio estão em operação, que correspondem a 62% do total da receita operacional líquida (NOI) e 50% da área bruta locável (ABL) própria da companhia. As unidades fechadas operam com serviços de delivery, drive-thru e pick-up, além de serviços essenciais.

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 21,26, -0,23%)

A Cteep anunciou o pagamento de R$ 100 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) para os detentores de ações da companhia até o dia 06 de julho. O valor do pagamento dos proventos será correspondente a R$ 0,151772 por ação e será pago no dia 16 de julho.

Eneva (ENEV3, R$ 47,13, +1,62%)

A Eneva divulgou comunicado para informar que não procurou ou iniciou qualquer tipo de tratativa com a administração da Ômega Geração, conforme noticiado pelo jornal “Valor Econômico”.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários, a companhia afirmou que constantemente avalia possíveis oportunidades, mas que não deu início a essas tratativas.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,85, +1,09%)

A Ecorodovias divulgou uma nova parcial do volume de tráfego em suas concessões, dessa vez levando em conta o período entre os dias 16 de março e 30 de junho.

O movimento de veículos pesados e de passeio caiu, nesse período, 19,3% na comparação com igual período do ano passado. Os maiores recuos ocorreram na Ecopistas, que administra o corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto (queda de 40,4%, e na Ecoponte, que liga o Rio ao litoral norte fluminense (recuo de 39,6%).

No acumulado do ano, a queda no volume do tráfego é de 6,9%.

Na avaliação do Bradesco BBI, apesar de retrações pontuais, como a registrada na Ecovias (possivelmente atrelada a uma menor exportação de grãos), a visão para a movimentação de veículos é positiva. “O tráfego deve manter uma tendência de recuperação nas próximas semanas, principalmente devido ao maior tráfego de veículos leves”, avaliaram os analistas em relatório a clientes.

A Ecorodovias é classificada como “outperform” pelo Bradesco BBI.

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(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.