Economia

Bolsa cai 1,33% e perde os 100 mil pontos; dólar fecha em R$ 5,39

No fim do pregão, o novo fechamento da Califórnia por conta do aumento de contaminados tirou o otimismo do mercado, que subia com expectativa de queda menor do PIB em 2020

Correio Braziliense
postado em 13/07/2020 18:33
No fim do pregão, o novo fechamento da Califórnia por conta do aumento de contaminados tirou o otimismo do mercado, que subia com expectativa de queda menor do PIB em 2020O mercado abriu otimista nesta segunda-feira (13/7), com o principal índice de lucratividade da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Ibovespa, segurando os 100 mil pontos conquistados na sexta-feira. Apesar de passar a maior parte do pregão em alta, o Ibovespa sofreu uma virada na reta final, depois das 16h, e fechou em queda de 1,33% aos  98.697 pontos. O cavalo de pau acompanhou o movimento dos índices norte-americanos, que, após subirem mais de 1%, terminaram o dia com desvalorização por conta do avanço do coronavírus nos Estados Unidos, que está impedindo a reabertura de estados como a Califórnia, que anunciou novo fechamento. O dólar subiu 1,26% cotado em R$ 5,39.

Para o analista de investimento da Mirae Asset Pedro Galdi, as bolsas abriram fortes e a do Brasil acompanhou. “À tarde, um membro do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) disse não estar tão otimista com a recuperação dos EUA e a Califórnia fechou tudo. Bastou para os índices de Nova York irem para o vermelho”, explicou. Galdi prevê uma semana amena, apesar do movimento de hoje. “Quarta-feira sai uma bateria de dados, se muito se vierem bem, como eu acho que virão, podem dar uma alegrada no mercado”, projetou.

Segundo Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, a semana começou otimista, após um fechamento positivo na sexta-feira passada. “O fast track (decisão da FDA -- a Anvisa dos EUA -- de garantir velocidade às vacinas da Pfizer e da BioNTech) para acelerar vacinas, que o mercado vem acompanhando, trouxe o positivismo aos investidores pela manhã”, avaliou. As estimativas do Boletim Focus, que projetaram nesta segunda uma queda mais branda do Produto Interno Bruto (PIB) do país para 2020 também colaborou. O Focus reduziu de 6,50% para 6,10% a retração do PIB brasileiro. 

No fim do pregão, o novo fechamento da Califórnia por conta do aumento de contaminados tirou o otimismo do mercado, que subia com expectativa de queda menor do PIB em 2020Bertotti destacou que a expectativa para a temporada de balanços também deixa o mercado volátil. “O primeiro trimestre não teve efeito completo do novo coronavírus. O segundo trimestre trará o impacto cheio. Mas a nossa bolsa está decorrente do mercado internacional. Mesmo com os resultados estão saindo, e muitos não vão ter bons números, há o incentivo dos bancos centrais.  Isso é positivo”, ponderou.

Essa volatilidade é que não deixou a bolsa consolidar os 100 mil pontos, na opinião de Bertotti. “Os 100 mil não têm consolidação, porque os dados econômicos vão trazer a realidade, que não é boa. O mercado andava descolado da realidade”, disse. Para a semana, há dados de seguro desemprego que serão divulgados nos EUA. “As novas contaminações, que provocaram novos lockdowns, preocupam, porque os países elevaram a relação dívida/PIB para combater a primeira onda. Se vier a segunda onda, de onde virão os recursos?”, indagou.

Dados da balança comercial da China, que devem sair na madrugada, podem dar um alívio ao mercado e o Ibovespa deve testar os 100 mil pontos novamente amanhã. “Como o minério fechou em alta hoje e a China está voltando ao normal, os dados da balança podem animar o pregão porque o Brasil tem uma relação comercial muito forte com a China”, estimou. 

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