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Iguatemi prova que trimestre não foi um bicho-papão, e rivais fazem a festa na Bolsa

05 ago 2020, 17:43 - atualizado em 05 ago 2020, 18:00
Iguatemi IGTA3 Shoppings
Sobrevivente: desempenho da Iguatemi favorece setor de shoppings (Imagem: Reuters/Nacho Doce)

Geralmente, as empresas não gostam de ver suas rivais caírem nas graças de investidores e analistas, mas, é provável que o resultado trimestral da Iguatemi (IGTA3), divulgado ontem (4), tenha merecido uma comemoração secreta da BR Malls (BRML3), Multiplan (MULT3) e Aliansce Sona e (ALSO3). As ações de todas elas dispararam no pregão desta quarta-feira.

Já perto das 17h, a Iguatemi subia 7,30%, para R$ 34,83; a BR Malls, 6,67%, para R$ 10,08; a Aliansce, 5,14%, para R$ 27,82; e a Multiplan, 7,54%, para R$ 21,83. No mesmo instante, o Ibovespa ganhava 1,57% e marcava 102.803 pontos.

Os analistas gostaram de diversos pontos do balanço do segundo trimestre da Iguatemi. Um relatório do Credit Suisse, assinado por Daniel Gasparete, Eduardo Costa e Vanessa Quiroga, e obtido pelo Money Times, resume bem o sentimento do mercado.

Resiliência

“Apesar de o trimestre não jogar luz sobre as preocupações de longo prazo, ele, definitivamente, nos deu algum conforto de que o curto prazo pode não ter sido tão feio, quanto se esperava”, afirmou o trio.

Um exemplo, segundo o Credit Suisse, é a elevada margem ebitda de 46%, mesmo com os shoppings fechados por cerca de 75% do trimestre e dos grandes descontos concedidos aos lojistas para compensar a quarentena.

Por isso, o banco suíço reafirmou a recomendação de outperform para os papéis (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 45 para os próximos 12 meses.

A XP Investimentos também reforçou a recomendação de compra, após a divulgação do resultado trimestral, com preço-alvo de R$ 46.

Bruna Pezzin, analista da gestora, destaca o “portfólio forte” da Iguatemi, que apresenta “altos níveis de produtividade, o que deveria proporcionar resiliência superior uma vez que as operações gradualmente retornarem ao normal.”

Paciência

Essa retomada das operações deve ser “lenta e gradual ao longo de 2020”, segundo Raul Grego Ramos e Aléxia Wiezel, da Eleven Financial. Embora acreditem que o pior ficou para trás, junto com o segundo trimestre, os analistas frisam que apenas o desenvolvimento da vacina contra o coronavírus, no início de 2021, poderá impulsionar consistentemente a economia.

De qualquer modo, mesmo que a Iguatemi ainda sinta efeitos da pandemia pelo resto do ano, a Eleven pontua que a tese de investimento na empresa é “sólida e resiliente no médio e longo prazo”, sustentada pelo bom portfólio de shoppings, pela digitalização das suas operações e pela contenção de gastos.

Por tudo isso, a Eleven aproveitou para promover a recomendação dos papéis de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 43 para 2021.

O Santander é o mais cético com a companhia, entre quem já se manifestou. Bruno Mendonça, que assina o comentário, reforçou a recomendação de manutenção dos papéis, com preço-alvo de R$ 44. O maior problema, segundo o analista, é que o impacto da pandemia sobre o setor de shoppings demorará a desaparecer.

“Esperamos ver descontos afetando os resultados por mais 7 trimestres daqui para frente”, diz o Santander. Ou seja, quase dois anos para apagar o coronavírus da memória.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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