Economia

Família Azevedo animou última semana da Bolsa de Lisboa. Mas arrisca desanimá-la em breve

Família Azevedo animou última semana da Bolsa de Lisboa. Mas arrisca desanimá-la em breve
Horacio Villalobos/Getty Images
Sonae Capital valorizou-se 38% na sequência da OPA lançada pela holding da família Azevedo, dos supermercados Continente. Sonae Indústria disparou 66%.
Família Azevedo animou última semana da Bolsa de Lisboa. Mas arrisca desanimá-la em breve

Diogo Cavaleiro

Jornalista

A bolsa portuguesa foi animada na última semana com o anúncio de duas ofertas públicas de aquisição (OPA), que trouxeram uma grande valorização para as visadas. A Sonae Capital disparou 38%, enquanto a Sonae Indústria valorizou-se 66%. Porém, se trouxeram ânimo aos mercados nacionais neste mês de agosto, também é verdade que, no futuro, o deverão deixar mais vazio, já que é intenção da família Azevedo tirar as empresas da bolsa.

A última sexta-feira, 31 de julho, foi surpreendida pelos anúncios de que a Efanor, a holding da família dos herdeiros de Belmiro de Azevedo, quer reforçar a sua participação nas duas empresas do universo Sonae. A Efanor já tem 64% da Sonae Capital e 69% da Sonae Indústria, sendo que pretende obter, com as OPA (Oferta Pública de Aquisição), pelo menos 90% do capital.

No caso da Sonae Capital, empresa que integra o PSI-20, a Efanor propõe pagar 70 cêntimos por ação. No fecho da sessão da semana passada, os títulos negociavam nos 48 cêntimos. Logo na segunda-feira dispararam e acabaram nos 66,4 cêntimos esta sexta-feira. Uma soma de 38%.

Já na Sonae Indústria, que não entra na composição do índice PSI-20, o preço a pagar aos acionistas proposto pela Efanor é de 1,14 euros. Aqui, os títulos seguiam nos 66 cêntimos na semana passada, tendo terminado esta semana nos 1,1 euros. Um ganho de 66%.

As ações de ambas as empresas aproximaram-se, portanto, da contrapartida oferecida nestas OPA, que ainda têm agora de ser validadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Efanor já assumiu que pretende retirar as empresas de bolsa, seja se conseguir os 90% dos direitos de voto das empresas, seja se alcançar os 90% dos direitos de voto abrangidos pelas ofertas. Ou seja, podem estar de saída duas sociedades da bolsa de Lisboa, sendo que uma delas integra o PSI-20, que já só tem 18 empresas, e não as 20 que lhe dão o nome.

A Sonae Capital foi a empresa do índice português que mais valor ganhou na semana, que foi, também, positiva para o próprio PSI-20. Apesar de ter perdido 0,25% da pontuação esta sexta-feira, a semana foi positiva, já que o PSI-20 ganhou 1,7%.

Já a EDP valorizou-se 1,6% na semana em que concluiu, com sucesso, o aumento de capital de 1020 milhões de euros, sem precisar da ajuda dos bancos contratados para o caso de não haver procura suficiente.

Pelo mundo, os dados do impacto macroeconómico da pandemia de covid-19 bem como a expectativa de sucesso de uma vacina para o novo coronavírus têm vindo a fazer oscilar os mercados. As tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China também têm vindo a promover mexidas nos mercados, que, esta semana, até evoluíram de forma positiva um pouco por todo o mundo (a Turquia foi a exceção).

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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