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BPI passa de 5,01% para 0,06% na NOS. A preços de mercado vendeu por mais de 91 milhões de euros

Esta venda está enquadrada no acordo assinado com a Sonaecom, onde o banco se comprometeu, na semana passada, a vender a participação na operadora, correspondente a 38 milhões de ações, ou 7,38%. De acordo com o fecho de cotação da NOS, o BPI terá vendido por cerca de 92 milhões as ações alienadas hoje.
  • BPI João Pedro Oliveira e Costa
24 Agosto 2020, 19h33

O BPI vendeu esta segunda-feira 4,95% da operadora de telecomunicações NOS, passando de uma participação de 5,01% para 0,06%.

Hoje, a cotação da NOS fechou a subir 1,58%, para 3,59 euros por ação. A capitalização bolsista da ‘telecom’, à data de hoje, é de cerca de 1,84 mil milhões de euros, pelo que, 5,01% deste valor soma 92,2 milhões de euros. Como o BPI vendeu 4,95% nesta segunda-feira, a preços do mercado isso resulta num valor da venda de 91,5 milhões de euros.

Esta venda está enquadrada no acordo assinado com a Sonaecom, onde o Banco BPI se comprometeu, na passada quarta-feira, a vender a participação na NOS, correspondente a 38 milhões de ações, o que equivale a 7,38% do capital e direitos de voto na operadora.

Os restantes 2,37% que o BPI acordou vender à Sonaecom, será uma posição que o banco terá de forma indireta.

A Sonae SGPS comunicou à CMVM no passado dia 19 de agosto que formalizou com o Banco BPI, “um contrato de compra e venda tendo por objeto a aquisição, por transação realizada fora de mercado regulamentado, de 38.000.000 (trinta e oito milhões) de ações representativas de 7,38% do capital social e direitos de votos da sociedade aberta NOS, SGPS, a preço de mercado”.

O anúncio deste acordo surgiu no mesmo dia em que a Sonaecom comunicou a dissolução da ZOPT, entidade que o grupo Sonae controla a 50%, cabendo o restante capital a duas empresas controladas por Isabel dos Santos, e que detém 52,15% da NOS.

Com a dissolução da ZOPT a aliança Sonaecom/Isabel dos Santos é rompida e a Sonaecom ficaria com 26,075% da NOS, mas entretanto assinou um acordo com o BPI para lhe comprar 38 milhões de ações correspondentes a 7,38% da operadora e passa a ter 33,45% do capital. Com isto, num primeiro momento a Sonaecom reforça os direitos de voto na NOS para 59,52% (por via da posição da ZOPT, mais as ações que comprou ao BPI) mas rapidamente desce para os 33,455% da empresas de telecomunicações com a consumação do divórcio.

Os acionistas da ZOPT “acordaram promover as diligências necessárias à dissolução da ZOPT, de modo a que os respetivos ativos, incluindo a participação na NOS, sejam repartidos proporcionalmente pelos acionistas da dita ZOPT”, segundo o comunicado enviado ao mercado pela Sonaecom na semana passada. Em resultado disto, “a NOS deixará de estar sob o controlo conjunto da Sonaecom e da engenheira Isabel dos Santos (enquanto acionista de controlo da Unitel International Holdings, BV e da Kento Holding Limited)”, refere o mesmo comunicado.

Quando estiver consumado do divórcio da Sonae com as empresas de Isabel dos Santos, a estrutura acionista da NOS passará a ser composta pelo grupo Sonae com 33,45%, por Isabel dos Santos com 26,075%, pela MFS Investment Management com 2,14% e pelo fundo soberano Norges Bank com 2,11%.

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