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Redução de corretagem fortalece posicionamento da XP, afirmam analistas

14 set 2020, 17:01 - atualizado em 14 set 2020, 17:01
XP Investimentos
Para o UBS, a medida fortalecerá ainda mais o posicionamento do XP no mercado, especialmente em um momento de maior competição (Imagem: Renan Dantas/ Money Times)

Em medida que irá acirrar ainda mais a concorrência no mercado de renda variável, a XP Investimentos (XP) zerou a corretagem da Rico e reduziu em 75% a sua taxa na plataforma XP Direct. A operação só é válida para negociações online de ações e BDR.

De acordo com a XP, esses tipos de corretagem online totalizaram R$ 76 milhões no primeiro semestre, 2% da receita bruta total.

Para o UBS, a medida fortalecerá ainda mais o posicionamento da XP no mercado, especialmente em um momento de maior competição e número crescente de investidores no mercado de ações. No ano, 1,2 milhões de pessoas físicas já ingressaram na Bolsa.

O Credit Suisse afirma que a decisão de reduzir as taxas reforça a visão de que o ambiente competitivo está ficando mais disputado.

“A mudança da XP segue a tendência do mercado dos EUA, quando as maiores corretoras online zeraram a comissão”, afirmou.

Segundo a corretora, a experiência nos EUA puxou mais clientes para o mercado de renda variável, embora a quarentena imposta pelo coronavírus e a alta nas Bolsas também tenham atraído os investidores.

“O grande risco, em nossa opinião, é a redução do lucro geral no setor, à medida que mais produtos locais da XP e dos concorrentes sigam o exemplo, e se tal movimento acaba ou não levando à comissões mais baixas para as negociações”, afirma o banco.

XP Inc. XP Investimentos
A XP anunciou uma parceria em gestão de riquezas (wealth management) com um grupo de ex-executivos da Credit Suisse (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Além disso, o Credit destaca que no modelo americano, ao contrário do Brasil, as corretoras podem monetizar os pedidos dos clientes com os criadores de mercado e Bolsas.

Nova parceria

Também na última sexta (11), a XP anunciou uma parceria em gestão de riquezas (wealth management) com um grupo de ex-executivos do Credit Suisse.

De acordo com o comunicado, a XP terá uma fatia minoritária de 49,9% na empresa, com foco em clientes com grande patrimônio.

“Isso também é importante, especialmente no momento em que a XP perdeu grandes escritórios autônomos para a concorrência”, afirmou o UBS.

Crescimento

O UBS mantém a classificação neutra para os papéis da XP, com preço-alvo de US$ 49.

“Apesar do aumento da concorrência, continuamos a ver a empresa bem posicionada para se beneficiar de um crescimento do mercado de investimento”, afirmou.

Para o banco, os principais riscos da corretora incluem crescimento econômico mais lento, competição, o fim da exclusividade IFA, um potencial conflito de interesses com o Itaú (ITUB4) e a regulamentação.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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