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3 ações para lucrar com a retomada do varejo, e 2 para pôr na geladeira, segundo o UBS

24 set 2020, 16:52 - atualizado em 24 set 2020, 16:52
Recuperação: Raia Drogasil registra aumento de vendas no terceiro trimestre (Imagem: Money Times/Vitória Fernandes)

A equipe de research do UBS realizou uma rodada de conversas com porta-vozes de algumas das principais varejistas do Brasil. A avaliação é que, de fato, a situação melhorou no terceiro trimestre, à medida que a quarentena é flexibilizada, embora alguns segmentos apresentem uma recuperação mais lenta.

No geral, o desempenho das lojas de rua está melhor que o das lojas instaladas em shoppings, já que eles ainda operam com horário reduzido e restrições no fluxo de clientes. Roupas e calçados ainda se ressentem da forte queda do segundo trimestre, e mantêm a estratégia de atrair o consumidor com descontos.

Em contrapartida, o UBS nota que as varejistas de alimentos estão repassando o aumento recente das commodities agrícolas, a fim de preservarem suas margens de lucro. E, no e-commerce, o ritmo de expansão das vendas está menor. Ainda assim, os analistas sublinham que o crescimento é bem maior que antes da pandemia de coronavírus.

Tudo somado, Gustavo Piras Oliveira, Gabriela Katayama e Rodrigo Alcantara, que assinam o relatório do UBS obtido pelo Money Times, reforçaram a recomendação de compra de três ações, e colocaram duas na geladeira. Veja quais são:

Raia Drogasil (RADL3) – compra, com preço-alvo de R$ 25

Segundo o UBS, a rede de farmácias registrou alta de 0,8% nas vendas em julho, pelo critério mesmas lojas (aquelas em operação há, pelo menos, um ano). Quando se excluem as unidades instaladas em shoppings, o desempenho sobe para 5%. Enquanto as lojas de shoppings ainda perdem um terço das vendas, em relação ao período pré-pandemia, as lojas de rua avançam acima da inflação. Parte desse incremento vem das vendas online.

Americanas ao Vivo, streaming de compras ao vivo criado pela B2W BTOW3
Fôlego: apesar de desaceleração, B2W ainda vende o dobro do primeiro trimestre (Imagem: YouTube/ Americanas.com)

B2W (BTWO3) – compra, com preço-alvo de R$ 133

A reabertura das lojas físicas durante o terceiro trimestre, com o relaxamento do isolamento social, reduziram o ritmo de crescimento da B2W. Se, entre abril e junho, as vendas da B2W dispararam 70% sobre o mesmo período do ano passado, os números mais recentes indicam uma expansão de 50%. O UBS sublinha que, apesar da freada, trata-se do dobro da alta de 25% registrada no primeiro trimestre.

Pão de Açúcar (PCAR4) – compra, com preço-alvo de R$ 93

As vendas do Grupo Pão de Açúcar continuam acelerando, em relação ao segundo trimestre, puxadas pela rede de atacarejo Assaí. A bandeira se beneficia, de um lado, com a reabertura de restaurantes e hotéis, e, de outro, com a migração dos consumidores para marcas mais baratas ou compras por atacado para diluir custos.

Lojas Renner (LREN3) – neutro, com preço-alvo de R$ 40

Apesar de todas as lojas físicas já estarem abertas, a varejista se ressente da disparidade de desempenho entre elas. As unidades do Norte e Nordeste, onde o isolamento social é menos rígido, estão se recuperando mais rapidamente que a de outras regiões, que ainda mantêm restrições mais severas de circulação. Além disso, para atrair consumidores, o setor de vestuário em geral adotou a conhecida estratégia de promoções, que, no fim, pressionam as margens de lucro.

Carrefour Brasil (CRFB3) – neutro, com preço-alvo de R$ 21,50

O principal desafio do Carrefour é encontrar uma nova política de preços, já que o setor de varejo de alimentos, no Brasil, costuma apostar pesadamente em descontos. Segundo o UBS, em média, os varejistas mantêm 40% dos itens em promoção, ante 20% na Europa. O Carrefour restringiu a 30% o número de produtos nessa situação. Além disso, a companhia congelou os preços de seus itens de marca própria no início da pandemia, e alguns deles ainda estão assim.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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