A Smiles (SMLS3), empresa de programa de fidelidade da Gol (GOLL4), tem apresentado um ritmo de troca de milhas por passagens mais rápido do que foi previsto em julho.

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A afirmação foi feita nesta quarta-feira (28) pelo presidente da Smiles, André Fehlauer, durante teleconferência com analistas e investidores para divulgar os resultados do terceiro trimestre de 2020.

O executivo foi questionado sobre o tempo que a Smiles levaria para ter de volta em seu caixa os R$ 1,2 bilhão que foi transferido em julho para a Gol como contrato de compra antecipada de passagens.

Fehlauer disse que o acordo garante à Smiles um percentual mínimo de passagens em tarifa promocional da Gol até 31 de junho de 2023.

“Temos um saldo importante com a Gol, mas em três meses desde o início do acordo estamos com um ritmo de troca por passagens Gol muito mais rápido do que o previsto inicialmente".

"Estamos capturando muito valor desse acordo com o acesso exclusivo a descontos nas tarifas”, afirmou Fehlauer.

Pelo acordo, a Gol vai oferecer à Smiles um desconto médio de 11% nos preços das passagens aéreas no resto do ano de 2020, e um percentual de passagens em tarifa promocional até junho de 2023.

O saldo dos créditos que não forem usados na compra de passagens aéreas serão remunerados a uma taxa equivalente a 115% do CDI.

A taxa incidirá sobre o montante do desembolso desde a data que for transferido à subsidiária Gol Linhas Aéreas até a sua efetiva amortização.

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Novas fontes de receita

A Smiles espera uma economia, nos próximos três anos, de R$ 85 milhões com o resgate de passagens aéreas e com o surgimento de novas fontes de receita.

Entre as novas fontes de receita estão o uso de milhas para pagamento da taxa de embarque nos voos, uma opção que tem sido bastante usada pelos clientes, segundo Fehlauer.

Outra nova fonte consiste na venda de cartões da Smiles no site da Gol.

A companhia informou ainda que já se iniciaram as discussões com a Gol sobre a definição do preço de transferência de passagens da companhia aérea para a empresa de fidelidade.

Tradicionalmente, o reajuste de preços é anunciado em dezembro, com validade para o ano seguinte.

Fehlauer ponderou que a companhia tem um volume grande de recursos com a Gol para compra antecipada de passagens, R$ 1,6 bilhão.

Segundo ele, parte das compras será feita com passagens em tarifas promocionais, o que deve contribuir para compensar parte do aumento de preços para 2021.

Dividendos

Questionado sobre a possibilidade da Smiles distribuir ganhos de juros sobre capital próprio (JCP), considerando a perspectiva de geração de caixa mais forte daqui em diante, Fehlauer disse que é cedo para falar sobre rendimentos.

“Ainda pairam muitas incertezas por causa dos efeitos da covid-19. Nosso foco por enquanto é entregar um bom resultado em 2020."

"As discussões sobre dividendos relativos ao ano de 2020 virão mais à frente”, afirmou.

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Pontos vencidos

A Smiles estima que o nível de receita com pontos vencidos e não resgatados (“breakage”) permanecerá estável no quarto trimestre, em comparação com o terceiro trimestre do ano.

No balanço de resultados divulgado, a companhia reportou uma receita de pontos não resgatados de R$ 581,5 milhões.

O valor é 3,5% acima do registrado no terceiro trimestre de 2019 e 5,5% abaixo do valor obtido no segundo trimestre deste ano.

No terceiro trimestre, a receita diferida da Smiles totalizou R$ 1,6 bilhão, com aumento de 1,8% em relação ao segundo trimestre e de 42% em relação ao ano passado.

O presidente da Smiles observou que, por causa da pandemia de covid-19, houve uma drástica queda no mercado de viagens, levando os clientes a postergar por mais tempo a troca de milhas.

Fehlauer destacou que a troca de milhas por passagens avançou bastante no terceiro trimestre, em comparação com o segundo trimestre deste ano.

Em relação ao terceiro trimestre de 2019, há queda de 35,6%.

“Em outubro, continuamos vendo recuperação”, afirmou o executivo.

A elevação no saldo da receita diferida indica o maior potencial de geração de resultados em exercícios futuros.

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Fonte: Valor Econômico