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Dólar: 2ª onda da Covid-19 faz economista aumentar projeção para o fim do ano

Pedro Ramos, do Sicredi, acredita que a moeda norte-americana deva ficar por volta de R$ 5,60, mas alerta para pontos sensíveis que podem mudar o cenário

A expectativa do economista-chefe do Sicredi, Pedro Ramos, era de que o dólar terminasse 2020 ao redor de R$ 5,45. Porém, com a segunda onda da Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, o especialista afirma que a projeção sofrerá ajustes, orbitando ao redor de R$ 5,60.

Ramos afirma que, desde o início da pandemia do novo coronavírus, os países emergentes vêm sofrendo com a desvalorização de suas moedas, com investidores se agarrando ao dólar em meio às incertezas econômicas globais.

Segundo ele, fatores internos do Brasil, como a dificuldade em cumprir com a meta fiscal e a taxa básica de juros baixa, também favorecem o movimento.

Mas o economista não enxerga hoje motivos suficientes para que o dólar chegue à case de R$ 6. “[No momento], a cotação está sofrendo naturais, um acúmulo de efeitos financeiros que fazem a moeda norte-americana ter grandes variações em curtos espaços de tempo. Mas devemos esperar os próximos dias para compreender a direção da moeda”, diz.

No horizonte, Ramos afirma que se a política fiscal do governo conseguir voltar a cumprir com o teto de gastos, o real pode acabar se fortalecendo, o que permitiria também que o Banco Central mantivesse a Selic em patamares baixos por mais tempo.

Já no mercado internacional, a eleição presidencial norte-americana não deve trazer grandes mudanças. O mercado financeiro trabalha com a possível vitória do candidato democrata Joe Biden, que lidera as pesquisas. Porém, se o atual presidente dos EUA, Donald Trump, conseguir reverter o quadro, isso pode levar o dólar a se fortalecer sobre o euro.