Ação da PetroRio salta 7,6% e Petrobras avança até 6% com petróleo; Vale sobe 4% e vai a R$ 71, enquanto Magalu cai 3%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (23)

Lara Rizério

(Getty Images)

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SÃO PAULO – O otimismo com relação ao anúncio da AstraZeneca – Oxford sobre a sua vacina, que pode atingir eficácia até os 90%, guiou mais um dia de otimismo para os mercados mundiais e também para o Brasil, fazendo o Ibovespa subir 1,26%, a 107.378 pontos. 

Por mais uma vez, o grande destaque ficou para a PetroRio (PRIO3, R$ 46,51, +7,64%), que subiram mais de 7%. Na última quinta-feira, o papel PRIO3 saltou 30% após a companhia petroleira assinar contrato com a BP Energy do Brasil para a aquisição das participações de 35,7% no Bloco BM-C-30 no Campo de Wahoo e de 60% no Bloco BM-C-32 no Campo de Itaipu, no pré-sal, por US$ 100 milhões. Já na sexta, o ativo devolveu uma parte dos ganhos, com queda de 6,07%, voltando a subir nesta segunda.

Também em destaque, estiveram os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 25,10, +6,13%;PETR4, R$ 25,48, +4,86%), com ganhos superiores a 6% para os ativos ON e de quase 5% para os papéis PN em meio à alta do petróleo com as boas notícias sobre a vacina. Os preços da commodity subiram mais de 2%, ampliando os ganhos da última semana, após notícias otimistas sobre testes de uma vacina contra o coronavírus levarem operadores a antecipar uma recuperação de demanda.

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O Brent fechou em alta de 2,45%, a US$ 46,06 por barril, enquanto o petróleo dos Estados Unidos teve alta de 1,51%, para US$ 43,06 o barril. Ambos tinham saltado 5% na semana passada.

Papéis de empresas de commodities, tanto de siderúrgicas como de frigoríficos, também fecharam com fortes ganhos. CSN (CSNA3,R$ 21,35, +6,80%), Usiminas (USIM5, R$ 11,76, +4,63%), Bradespar (BRAP4, R$ 53,21, +4,25%), Vale (VALE3, R$ 71,29, +4,16%) e Gerdau (GGBR4, R$ 22,05, +2,99%) subiram forte, com a ação da Vale ultrapassando os R$ 71, apesar da leve queda do minério de ferro na sessão. No radar da Vale, ela comunicou que continua em diálogo com Minas Gerais e com o poderes judiciários estadual e da União para um acordo com a população afetada pelo rompimento da barragem de Brumadinho.

Ainda em destaque, o Bradesco BBI ressaltou após conferência anual com líderes de grandes empresas do setor que projeta que o momento continue robusto em 2021.

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BRF (BRFS3, R$ 22,03, +5,91%), Marfrig (MRFG3, R$ 14,72, +2,22%) e JBS (JBSS3, R$ 22,33, +1,55%) também fecharam com ganhos.

Os ativos de Azul (AZUL4, R$ 35,62, +2,86%) e Gol (GOLL4, R$ 22,71, +2,67%), após chegarem a subir mais de 5% na máxima intradiária, diminuíram os ganhos, mas ainda registrando ganhos. A alta se justifica uma vez que os papéis do setor são os mais prejudicados em meio às restrições de mobilidade por conta da pandemia de coronavírus e a esperança de uma vacina leva a projeções de volta à normalidade mais cedo. Os ativos da CVC (CVCB3, R$ 16,33, +1,81%) também fecharam com ganhos, ainda que mais modestos, com alta de 1,81%.

Os ativos do IRB (IRBR3, R$ 7,17, + 2,87%), chegaram a subir 5,88%, mas diminuíram a alta. No radar do mercado, o IRB lançou um serviço de inteligência de dados, o IRB+Inteligência, que oferece ao mercado informações e estatísticas para a compreensão do comportamento do setor, com base em dados públicos da Susep.

O relatório mostra que os prêmios cedidos às resseguradoras no país subiram 28,9% em setembro deste ano frente igual período de 2019, e acumulam alta de 30,3% nos nove primeiros meses de 2020 em relação a 2019. Já os prêmios emitido pelas seguradoras aumentaram 17,4% em setembro, com crescimento de 3,6% de janeiro a setembro.

“Os números indicam reaquecimento das atividades. Ter acesso à informação de qualidade e analisar comportamentos e tendências são premissas para entender como nosso segmento funciona”, destacou o CEO e presidente do Conselho de Administração do IRB, Antônio Cássio dos Santos.

Já entre as maiores quedas, estão os papéis de e-commerce, mais uma vez influenciados pelo movimento de rotação das ações que acabaram registrando um desempenho mais positivo durante a pandemia frente aéreas, bancos e petroleiras. Magalu (MGLU3, R$ 23,42, -3,22%) viu seus papéis caírem mais de 3%.

Mas a maior baixa do índice ficou com o Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 19,30, -5,35%), com baixa superior a 5%. A rede de supermercados enfrentou um final de semana turbulento com onda de protestos após seguranças espancarem e assassinarem João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, no estacionamento de uma das lojas da rede, em Porto Alegre na quinta-feira (19). O assassinato ocorreu na véspera do Dia da Consciência Negra, e se tornou alvo de protestos em atos que já estavam marcados ao redor da data. Veja mais clicando aqui. 

Na sequência entre as baixas, estiveram os papéis do Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 70,10, -3,97%), após subirem 4,55% na sexta-feira. Na sessão anterior, a GPA repercutiu o fato relevante na sexta informando que eles obtiveram as aprovações dos credores para prosseguir com a potencial segregação do seu negócio de cash & carry, além de informar que não haverá realocação de dívidas entre o Grupo e a controlada (Assaí). “O mercado reagiu positivamente à notícia, uma vez que alguns investidores estavam preocupados com uma potencial realocação das dívidas do Grupo para o Assaí com a potencial segregação”, destacou a XP Investimentos.

Fora do índice, quem subiu forte foi a Oi (OIBR3, R$ 1,90, +4,40%; OIBR4, R$ 2,83, 7,60%). Na sexta-feira, o Bradesco BBI destacou visão positiva para a ação ON da companhia em meio aos planos de cortes de custos, venda de ativos e foco em fibra ótica da companhia. Veja mais aqui. 

Confira mais destaques:

Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 19,30, -5,35%)

Após seguranças do Carrefour Brasil espancarem e assassinarem em uma unidade de Porto Alegre João Alberto Freitas, um homem negro de 40 anos, lojas da rede foram alvo de protestos em diversas partes do Brasil. Um grupo de manifestantes atacou e incendiou uma loja em São Paulo após a 17ª Marcha da Consciência Negra, que pediu justiça pela morte.

Segundo a Brigada Militar do Rio Grande do Sul, o espancamento teria ocorrido após João Alberto ter se desentendido com uma funcionária do Carrefour.Dois suspeitos pelo assassinato foram presos em flagrante, um deles é policial militar. A primeira necropsia indicam que João Alberto morreu por asfixia.

O Carrefour Brasil informou neste sábado que as vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados serão doadas para entidades ligadas à luta pela consciência negra, posicionamento adotado Em nota à imprensa, a varejista afirmou que o Dia da Consciência Negra, celebrado na véspera em várias cidades do Brasil, deveria ser marcado pela conscientização da inclusão de negros e negras na sociedade, mas “foi o mais triste da história do Carrefour”.

Em um comunicado no horário nobre da TV, o presidente do Grupo Carrefour no Brasil, Noel Prioux, afirmou: “O que aconteceu na loja do Carrefour foi uma tragédia de dimensões incalculáveis, cuja extensão está além da minha compreensão como homem branco e privilegiado que sou. Então, antes de tudo, meus sentimentos à família de João Alberto e meu pedido de desculpas aos nossos clientes, à sociedade e aos nossos colaboradores”. Na sexta, ele havia afirmado no Twitter que haveria uma “revisão completa no treinamento” oferecido pela rede.

No mesmo anúncio, João Senise, vice-presidente de recursos humanos do Carrefour Brasil, afirmou: “O que aconteceu em nossas lojas não representa quem somos e nem os nossos valores. Cinquenta e sete por cento dos nossos colaboradores são negros e negras, e mais de um terço dos gestores se autodeclaram pretos ou pardos. Mas estamos conscientes que precisamos de mais ações concretas e efetivas para o fortalecimento da nossa cultura de diversidade”.

Na sexta-feira, o MPF (Ministério Público Federal) defendeu, por meio de nota, que o Carrefour adote medidas de compliance em toda a rede para combate ao racismo, e que a família de João Alberto Freitas seja indenizada. Veja mais clicando aqui. 

Petrobras (PETR3, R$ 25,10, +6,13%;PETR4, R$ 25,48, +4,86%)

O navio MV Carmen, um rebocador de uma empresa que presta serviço à Petrobras, naufragou na madrugada de sexta-feira no campo de Albacora, na Bacia de Campos, e os 18 tripulantes foram resgatados sem ferimentos por duas embarcações de apoio que estavam próximas, informou a Marinha em nota.

A OceanPact Geociências, responsável pela embarcação, informou que o navio realizava atividade de batimetria quando naufragou por volta das 4h55.

O navio adernou às 4h25, a cerca de 53 milhas náuticas do Cabo de São Tomé, em profundidade próxima a 250 metros, e a tripulação decidiu por abandonar a embarcação conforme orientação de procedimentos de segurança, acrescentou a OceanPact. A empresa reiterou que não há desaparecidos e que ninguém se feriu.

Segundo a Marinha, a empresa proprietária do navio foi notificada a manter uma embarcação em prontidão na área, com capacidade de contenção de óleo no local do naufrágio, a fim de garantir a segurança da navegação e a prevenção da poluição.

Um inquérito administrativo foi instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.

Suzano (SUZB3, R$ 50,62, -1,19%)

A Suzano anunciou na sexta acordo com a fabricante de celulose especial Bracell para venda de terras, florestas e madeira, em uma transação que totaliza cerca de R$ 1 bilhão voltada a reduzir o endividamento da companhia.

As terras estão localizadas no Estado de São Paulo, onde a Bracell tem fábrica e está investindo em um projeto de expansão que tem conclusão prevista para 2021.

Os imóveis envolvem 21.066 hectares na região central do Estado de São Paulo dos quais “parte” será vendida e o restante referem-se a contratos de arrendamento da Suzano.

O acordo inclui florestas já estabelecidas e as em crescimento e compromisso de aquisição “de volume de madeira adicional”, informou a Suzano em comunicado ao mercado sem dar detalhes.
“A transação está alinhada com o plano de desalavancagem da companhia (…) e confirma a disciplina financeira adotada pela Suzano”, afirmou a empresa.

Venda de refinarias

Segundo o Estado de S. Paulo, a Raízen, controlada pela Cosan (CSAN3, R$ 84,76, +3,33%), e o Grupo Ultra (UGPA3, R$ 20,59, +1,13%), dona dos postos Ipiranga, lideram a disputa pelas refinarias Repar (Presidente Getúlio Vargas), no Paraná, e Refap (Alberto Pasqualini), no Rio Grande do Sul, ambas da Petrobras (PETR4).

O jornal avalia que a Raízen está à frente na disputa pela Repar. A Ultrapar, por sua vez, levaria a refinaria do Rio Grande do Sul, que se somaria às suas operações no Estado.

Segundo o jornal, o fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos deve liderar a disputa na Bahia, onde a Petrobras vende sua refinaria Landulfo Alves.A Petrobras deve receber as propostas vinculantes por Repar e Refap no próximo dia 10 de dezembro. As propostas pela Repar, no Paraná, devem ficar em torno de US$ 3 bilhões, enquanto pela Refap, no Rio Grande do Sul, de US$ 2 bilhões, afirmou o Estadão.

O Bradesco BBI afirmou que avalia a Refap em US$ 1,9 bilhão, e a Repar em US$ 2,5 bilhões, ou US$ 4,4 bilhões, que considera “levemente abaixo” da estimativa de US$ 5 bilhões apresentada pelo jornal. O valor fica dentro da margem de entre US$ 3,5 bilhões e US$ 5,8 bilhões estimada pelo banco em um relatório anterior.

IMC (MEAL3, R$ 3,92, 1,55%)

A International Meal Company (IMC), dona das redes Frango Assado e Viena, recebeu correspondência do Itaú Unibanco informando que a soma das ações detidas pelos fundos de investimentos sob gestão do banco atingiu 8,8% das ONs da companhia. É uma redução considerável da posição do banco no capital da empresa de restaurantes cujos fundos, até então, somavam 19,5% da empresa.

Setor de matérias-primas

Após uma conferência com CEOs de grandes empresas do setor de matérias-primas, o Bradesco BBI destacou em relatório suas principais impressões. O Bradesco BBI afirmou que a Vale (VALE3, R$ 71,29, +4,16%) está registrando progresso em negociações com autoridades quanto ao desastre de Brumadinho, sua produção de minério em 2021 deve começar em em uma taxa de 318 milhões de toneladas. O banco também afirmou que a Vale tem um plano para solucionar problemas de segurança em barragens de rejeitos. Além disso, os dividendos mínimos devem atingir um patamar considerável em março de 2021.

Segundo o Bradesco BBI, a Gerdau (GGBR4, R$ 22,05, +2,99%)  espera que a demanda no Brasil continue em alta, impulsionada pela construção e pela indústria. A alta dos preços deve continuar a impulsionar os resultados. Na América do Norte, as margens devem continuar em 2021, e não há expectativa de mudanças importantes após as eleições presidenciais. A empresa espera que as margens com a venda do aço tenham alta em 2021, impulsionadas pela recuperação do Brasil e dos Estados Unidos.

Segundo o Bradesco BBI, para a Usiminas (USIM5, R$ 11,76, +4,63%), a demanda por aço no quarto trimestre de 2020 e no primeiro trimestre de 2021 será particularmente alta, voltando aos níveis pré-covid. Os preços domésticos estão em linha com os das importações, o que pode abrir espaço para altas. A empresa também afirmou que está otimista quanto a negociações com fabricantes de carros.

Já a Suzano apresentou ao Bradesco BBI previsões positivas para 2021, com a demanda acima da oferta. A empresa destaca o projeto de produção de celulose de Ribas do RIo Pardo. A empresa também tem, entre seus projetos para geração de valor, entrar no mercado de têxteis, e a substituição de plástico por meio de pacotes de papel.

Por fim, a Duratex (DTEX3, R$ 19,13, -0,21%) afirmou ao Bradesco BBI que mantém confiança quanto a perspectiva para os próximos dois a três anos, com baixas taxas de juros, investimentos no setor imobiliário e perspectivas operacionais sólidas. A empresa espera que a demanda continue em ritmo forte em 2021, o que abre espaço para aumento dos preços.

Light (LIGT3, R$ 23,05, 0,48%)

O Bradesco BBI atualizou seu modelo para os resultados da Light em 2020 após a divulgação dos dados do terceiro trimestre e mudanças em acionistas e administradores. O banco destacou que os dados vieram um pouco acima de suas expectativas. O Ebitda ajustado de R$ 518 milhões ficou 9% acima.

O banco destaca que a reversão de provisões de contingência no valor de R$ 21 milhões foi parcialmente ofuscada por dívidas problemáticas em valor mais alto do que o esperado, além de perdas de energia.

Também afirmou que, desde 2016, houve crescimento de 14% na carga na rede em áreas consideradas de risco, territórios em que a criminalidade impede que funcionários trabalhem sem ameaça de violência. Nesses locais, é comum a perda de energia por meio de gatos.

O banco destaca que a Light tem identificado mais perdas em áreas de risco, e que esses territórios têm aumentado junto com a criminalidade no Rio e a desaceleração econômica dos últimos anos. O banco avalia que, se essa tendência continuar, as perdas da empresa não vão cair substancialmente, mesmo se a tendência de crescimento na demanda continuar.

O Bradesco BBI destaca, no entanto, que, desde 2018, a Aneel permite que 50% das perdas com roubo de energia em áreas de risco sejam repassadas aos consumidores por meio de tarifas. O banco não considera essa solução justa, porque penaliza a empresa por metade das perdas em territórios que estão sob controle do governo.

E destaca uma solução apresentada pela Light, de um subsídio nacional financiado por meio de impostos, que beneficiaria a empresa.

O Bradesco BBI espera que as perdas em áreas que não são de risco caiam no longo prazo, a 10%, frente os 14% atuais, compensando pelo aumento das perdas nas áreas de risco, entre outros fatores.

O banco manteve avaliação neutra, e elevou o preço-alvo de 2021 para R$ 28, frente os R$ 23 anteriores. Atualmente, o preço das ações está em R$ 22,94.

Unidas (LCAM3, R$ 26,61, -0,89%)

A Unidas comunicou que houve um “incidente de segurança” no domingo, que interrompeu temporariamente o funcionamento de alguns sistemas da empresa de aluguel de veículos e de subsidiárias em ambiente de tecnologia.

De acordo com a empresa, suas atividades operacionais estão sendo praticadas de maneira contingencial até o seu devido restabelecimento.

“A companhia está empreendendo seus melhores esforços no diagnóstico e na correção das causas desta indisponibilidade temporária no ambiente de Tecnologia da Informação”, afirmou em fato relevante.

Vivo (VIVT3, R$ 44,23, -2,04%)

A Telefônica Brasil informou que concluiu a conversão das ações preferenciais em ordinárias, sendo que apenas as ações ON estarão disponíveis para negociação a partir desta data.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.