Para CEO da Duratex, melhor momento da história para a construção civil beneficia a companhia

Para executivo, apesar do choque no início da pandemia, momento atual é positivo e existem vários fatores para estar otimista com os próximos anos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Com a maior parte de sua atuação na área de construção civil, a Duratex (DTEX3) vê o setor talvez em seu melhor momento na história, segundo o CEO da companhia, Antonio Joaquim de Oliveira.

A Duratex foi eleita a melhor empresa de materiais básicos no Melhores da Bolsa 2020 e projeta que os próximos anos devam ser bastante positivos. “Temos diversos fatores para estarmos otimistas”, disse Oliveira durante o evento, online e gratuito, que vai até dia 26. Para participar, basta se cadastrar aqui.

Segundo ele, o primeiro fator que deve favorecer a companhia são os juros baixos, que favorece não só o consumidor de materiais de construção com um crediário mais barato, mas também incentiva o investidor que tinha dinheiro na poupança ou na renda fixa a diversificar seus investimentos, inclusive na área de construção.

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Oliveira destaca que “as construtoras estão vendendo como nunca” e o setor está bem aquecido neste segundo semestre, após o choque em março com a pandemia do novo coronavírus.

Para 2021 em especial, o executivo cita ainda os baixos estoques de materiais, o que favorece as vendas da Duratex. Ele explica que a reposição desses estoques demora entre seis meses e um ano. “Alguns de nossos produtos só são usados no fim da construção, então no horizonte de um a dois anos ainda poderemos aproveitar”, afirma.

Recentemente se tem falado muito sobre falta de insumos e de mão de obra neste cenário de pandemia, pesando para muitas empresas conseguirem produzir.

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Oliveira afirma que já estão ocorrendo faltas pontuais, como cimento e concreto. “Antes a pessoa que estava construindo ou reformando ia na loja e fazia o pedido, agora é preciso se programar melhor”, explica.

Por outro lado, ele vê a indústria bem preparada e não acha que será um problema sério para o setor, com a demanda se ajustando a esse cenário.

Altos e baixos

O ranking do Melhores da Bolsa, feito pelo InfoMoney em parceria com a Economatica e com o Ibmec, leva em conta os três últimos anos das empresas, período este que Oliveira aponta que o setor de materiais básicos sofreu bastante.

Porém, ele aponta que a Duratex trabalhou em dois pontos que ajudaram a companhia a se destacar apesar das adversidades.

O primeiro foi uma grande reorganização interna, com mudança em sua cultura, troca de boa parte da equipe da liderança da empresa e um grande foco em controle de custos.

Em segundo lugar, a Duratex mudou a divisão de seu portfólio, que antes consistia basicamente em seus negócios com a marca Deca e com painéis de madeira.

Agora, além dessas duas linhas, a companhia conta também com um setor de revestimentos cerâmicos e de celulose solúveis, esta em parceria com a Lenzing.

“Somos uma grande empresa, então não dá para fazer isso da noite para o dia, leva anos […] Estamos agora na fase de colher os frutos dessa reorganização”, afirma o CEO.

Já em 2020, Oliveira destaca os altos e baixos por conta da pandemia. Segundo ele, a perspectiva no começo do ano era bem positiva, até chegar a crise da Covid-19.

“A primeira preocupação dos nossos acionistas e da nossa direção foi em como preservar a saúde dos colaboradores. Foi avassalador o impacto inicial dessa pandemia”, diz ele ressaltando que na segunda quinzena de março a demanda caiu para zero e em 15 de abril a Duratex estava com todas as suas 18 unidades fechadas.

Oliveira destaca que os custos fixos foram mantidos, sem cortes de salários. “Eu estava com o caixa, que sempre foi uma solidez da Duratex, duramente comprometido”, afirma.

Porém, a retomada teve início rapidamente no setor, principalmente com a decisão do governo de considerar lojas de materiais de construção algo essencial.

Diante disso, o executivo diz que a retomada dos negócios da companhia foi rápida, ocorrendo uma recuperação em V no setor. “Ao final de julho, a gente já tinha todas as divisões da Duratex operando em 100%”, afirma.

Por fim, o executivo ainda destacou que a companhia está atenta para realizar novas aquisições no futuro. Segundo ele, este é um setor com poucas barreiras regulatórias por ser bastante pulverizado, o que facilita esses movimentos.

Por outro lado, Oliveira diz que diante do bom momento do setor, existem muitos ativos caros no mercado. “A gente não vai sair fazendo bobagem”, afirma ele completando: “Estamos sempre olhando oportunidades de crescimento”.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.