Economia

Dinheiro público continua a pagar “swaps” de empresas públicas de transportes: mais de 1,5 mil milhões em cinco anos

Dinheiro público continua a pagar “swaps” de empresas públicas de transportes: mais de 1,5 mil milhões em cinco anos
TIAGO PETINGA/LUSA

Entre 2017 e 2021, Metro de Lisboa, Metro do Porto e Carris pagam mais de 1,5 mil milhões pelos produtos complexos comprados para baixar os custos de financiamento das empresas. Os juros negativos agravam a situação

Entre 2017, ano em que o Estado fez um acordo com o banco Santander a propósito dos swaps, até outubro deste ano, a Metro de Lisboa, a Metro do Porto e a Carris já entregaram ao Santander 1,2 mil milhões de euros, referentes aos contratos dos derivados financeiros. As contas foram feitas pela revista "Sábado" com base nos dados enviados pelas empresa e pelo Ministério das Finanças. A "Sábado" estabelece uma comparação com o setor da saúde, sendo este valor semelhante ao do reforço do Sistema Nacional de Saúde entre 2017 e 2019.

Segundo as previsões do Metro de Lisboa e do Metro do Porto, estes dois operadores deverão gastar no próximo ano mais 197 milhões de euros com os juros dos swaps contratados ao banco Santander. A soma deste valor com outros mais baixos que as empresas tiveram de entregar devido a derivados de outros bancos significa que, entre 2017 e 2021, os produtos complexos comprados para baixar os custos de financiamento das empresas vão absorver mais de 1,5 mil milhões de euros de dinheiro público.

Tanto o Santander como o Ministério das Finanças explicaram que parte dos contratos foram expirando naturalmente, avançando que a Carris já não tem qualquer swap ativo. No entanto, o último contrato dos metropolitanos só termina em 2027.

A queda das taxa de juro Euribor para valores negativos, tendência que se verifica desde abril de 2017, penaliza as empresas públicas com os swaps do Santander e, por exemplo, a Metro do Porto pagou em 2018 76 milhões de euros em juros e prevê pagar 97 milhões de euros em 2021.

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