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Brasileiros convertem o café mais antigo do Porto numa Casa Guedes

Os donos da rede carioca de restauração “Boteco Belmonte”, que adquiriram a portuense Casa Guedes, vão abrir, a 9 de dezembro, a terceira unidade deste espaço no ex-Café Progresso, que vai vender sandes de pernil onde o grupo José Avillez quis fazer um restaurante de luxo.

Rui Neves ruineves@negocios.pt 03 de Dezembro de 2020 às 10:24

Em plena pandemia, na próxima quarta-feira, 9 de dezembro, abre um novo restaurante no Porto. O espaço onde existiu o café mais antigo da cidade, entre 24 de setembro de 1899 e o Natal de 2018, foi transformado numa Casa Guedes, a terceira do grupo portuense de restauração adquirido por Vinicius Fraga, Leonardo Bevilacqua e António Rodrigues, empresários ligados à rede Botecos Belmonte, no Rio de Janeiro, Brasil.

 

"No final da discussão interna, decidimos manter a abertura no meio da pandemia em prol da garantia dos postos de trabalho", afirmou Vinicius Fraga ao Negócios.

 

"Não vamos demitir ninguém. Iremos manter os 60 funcionários que atualmente temos nas duas casas, que irão agora ser diluídos pelas três", explicou o empresário.

 

Na terceira Casa Guedes, situada na Rua Ator João Guedes, junto à Praça de Carlos Alberto, vai ser replicado o conceito original da casa original, como as famosas sandes de pernil, mas terá algumas novidades - "Vamos resgatar a tradição do café de saco do Progresso", realçou Vinicius Fraga.

 

A Casa Guedes Progresso junta-se às duas existentes na Praça dos Poveiros, a escassos metros uma da outra - a original, que era gerida desde 1987 pelos irmãos César e Manuel Correia, e a mais recente, aberta há cerca de um ano, num edifício de três andares.

 

Foi em 2018 que o grupo José Avillez comprou ao empresário Vasco Mourão o controlo (75%) do grupo portuense Cafeína, constituído por restaurantes como o Cafeína, o Terra, o Portarossa, o Margherita ou a Casa Vasco, a que viria a somar o edifício do Café Progresso, onde pretendia abrir um restaurante de luxo.

 

A ideia passava por replicar o conceito Cafeína no centro da cidade do Porto. Instalado numa charmosa casa do século XIX, na zona nobre da Foz, o Cafeína é o espaço mais internacional deste grupo de restauração, que Mourão recomprou a Avillez em junho passado.

 

Mas o tempo passou, a pandemia chegou, sem que o Cafeína Downtown tomasse conta do antigo Progresso, que tinha fechado no final de 2018.

 

"Não sei o que irei lá fazer, mas já não será Cafeína Downtown. Tenho tido algumas propostas para o imóvel. Admito até vender ou alugar", confidenciava Vasco Mourão ao Negócios, no final de julho passado.

 

Um mês depois, o dono do grupo de restauração Cafeína chegou a acordo com os donos da Casa Guedes, à qual arrendou o imóvel.

 

"Fui abordado, no final de agosto, por um dos sócios da Casa Guedes, que tem em curso um projeto de expansão", contou Mourão, na altura, ao Negócios. "Interessa-me ter um inquilino em que perceba que tem um projeto que vai ter sucesso, sendo que a Casa Guedes é uma marca com muita força no Porto, que tem uma probabilidade grande de ter sucesso", explicou o empresário.

 

Vasco Mourão encarou esta operação de arrendamento como uma boa solução em tempos de pandemia. "É uma forma segura para minimizar o meu risco, pois vivemos tempos muito incertos", rematou.

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