[weglot_switcher]

CMVM acompanha investigação do Deutsche Bank à venda de produtos complexos a clientes portugueses

O Financial Times noticiou que o Deutsche Bank está a investigar a venda enganosa de produtos de banca de investimento em Espanha e Portugal. A investigação interna inicialmente concentrou-se numa divisão em Espanha, que vende hedge funds, swaps, derivados e outros produtos financeiros complexos. O FT avançou ainda que o Deutsche Bank acredita que apenas os clientes de Espanha e Portugal foram afetados.
28 Janeiro 2021, 16h16

O Financial Times noticiou que o Deutsche Bank está a investigar internamente a alegada venda indevida de produtos financeiros complexos por algumas divisões do banco. A investigação foi desencadeada por reclamações de clientes no ano passado, noticiou o Financial Times.

A notícia avançava que teriam sido afetados clientes espanhóis e portugueses.

Um vez que está em causa uma suspeita de ter havido mis-selling (venda enganosa de produtos financeiros), em violação das regras da UE, o Jornal Económico questionou a CMVM sobre se estaria a levar a cabo alguma investigação ao Deutsche Bank em Portugal.

Em resposta fonte oficial do supervisor dos mercados disse que “a CMVM está a recolher informação e a averiguar os factos de forma a concluir sobre eventuais impactos no mercado português”.

A investigação interna – com o nome de código Projeto Teal – foi acionada por reclamações de clientes no ano passado, avança o FT que cita fontes.

O Jornal Económico apurou que o impacto em Portugal é marginal e que estarão em causa clientes portugueses que comercializaram os referidos produtos através do Deutsche Bank em Espanha.

Os produtos financeiros complexos não foram originados em Espanha mas foram comercializados pela divisão de banca de investimento do Deutsche Bank no país vizinho.

Há ainda rumores que entre as equipas do Deutsche Bank que comercializaram os produtos complexos a clientes que não tinham o perfil de risco adequado, estaria um português.

No entanto não há ainda confirmação destas informações.

O Financial Times noticiou que o Deutsche Bank está a investigar a venda enganosa de produtos de banca de investimento em Espanha e Portugal. Segundo o jornal, a investigação interna inicialmente concentrou-se numa divisão em Espanha, que vende hedge funds, swaps, derivados e outros produtos financeiros complexos.

Embora o Projeto Teal tenha se concentrado inicialmente em Espanha, o âmbito da investigação foi posteriormente estendido ao resto da Europa. Mas, segundo o FT, o Deutsche Bank acredita que apenas os clientes de Espanha e Portugal foram afetados, diz o jornal que cita fontes. No centro estará um ex-funcionário do banco que já saiu da instituição financeira, acrescentou o FT.

O Deutsche Bank esteve em Portugal com a área de private banking, vendida entretanto ao Abanca, e mantém-se no mercado português apenas com a banca de investimento.

A auditoria interna constatou que o Deutsche Bank classificou erradamente os clientes, no que toca às regras da Diretiva de Mercados de Instrumentos Financeiros (DMIF). Esta diretiva exige que os bancos separem os seus clientes por níveis de sofisticação financeira e de capacidade de exposição ao risco financeiro, como investidor de retalho, investidor profissional ou contraparte (outro banco ou instituição financeira).

Concretamente, a DMIF impõe aos intermediários financeiros o dever de classificarem os seus Clientes de acordo com três categorias – Clientes Não Profissionais, Clientes Profissionais e as Contrapartes Elegíveis, para efeitos de aplicação de um nível de proteção mais ou menos elevado.

O artigo do FT fala de clientes empresas como sendo os lesados da venda enganosa de produtos, não foi possível clarificar se essa venda envolve empresas ou clientes particulares de alto rendimento.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.