Economia

“A vacina é o investimento com melhor retorno”, afirma Ludovic Subran, economista chefe da Allianz

14 fevereiro 2021 10:33

Sónia M. Lourenço

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Jornalista

marco tacca/getty images

Em entrevista ao Expresso, Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz, deixa um aviso ao Governo: Portugal tem de aproveitar rapidamente os fundos europeus e medidas que aceleram a recuperação da economia, nomeadamente nos sectores mais afetados, como é o caso do turismo

14 fevereiro 2021 10:33

Sónia M. Lourenço

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A Europa será o último dos grandes blocos económicos a regressar aos níveis pré-crise, apenas no final de 2022, afirma Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz. Ao Expresso, alerta que Portugal tem de aproveitar rapidamente os fundos europeus e sublinha que são precisas medidas para apoiar as empresas que não tragam mais endividamento. Caso contrário, “arrisca-se uma zombificação, com empresas muito mais endividadas quando sairmos da crise”.

No início do ano houve um agravamento da pandemia. Como vê a economia europeia e mundial em 2021?

O princípio do ano poderá ser de recessão em alguns países por causa de novas infeções e confinamentos — Portugal é um desses casos — e do atraso na vacinação. Calculamos que a Europa seja o último dos grandes blocos a regressar aos níveis pré-crise, apenas no final de 2022. Nos Estados Unidos será em 2021 e a China já recuperou. Estimamos que o atraso na vacinação esteja já a custar €90 mil milhões à União Europeia. Prevemos um crescimento de 5% na Europa em 2021. Com uma hipótese forte: 25% da poupança acumulada em 2020 será libertada para consumo. Isto, se não tivermos episódios de poupança forçada, como confinamentos, após o primeiro trimestre, e a poupança por precaução — por receio de desemprego ou de aumento dos impostos — for limitada. Temos esta hipótese porque a maioria dos Governos avançou com medidas de proteção do emprego e garantiu que não haveria austeridade nem aumento de impostos. O que significa uma dinâmica adicional de consumo.