Airbus, Rolls-Royce e a fabricante de combustível sustentável Neste lançaram esta semana o primeiro estudo de emissões de combustível de aviação 100% renovável, conhecido como SAF (Sustainable Aviation Fuel), em um avião comercial de passageiros.
O projeto Emission and Climate Impact of Alternative Fuels (emissões e impactos climáticos dos combustíveis alternativos) estuda os efeitos do uso de SAF puro nas emissões e no rendimento dos aviões.
“Atualmente, os aviões só podem funcionar com uma mistura máxima de 50% de SAF e querosene fóssil; esta parceria permitirá entender como os motores de turbina a gás funcionam utilizando 100% do combustível sustentável visando a certificação, além de identificar as possíveis reduções de emissão e os benefícios ambientais”, explica Steven Le Moing, diretor do Programa de Novas Energias da Airbus.
Os testes nas turbinas tiveram início esta semana nas instalações da Airbus, em Toulouse, na França, utilizando um A350-900, com propulsores Rolls-Royce. Foi o primeiro voo para comprovar a compatibilidade operacional do uso do combustível sustentável puro com os sistemas da aeronave.
Também estão previstos testes de emissões em voo e análises em terra para mensurar as emissões de partículas e determinar o impacto ambiental do uso de SAF nas operações aeroportuárias.
Boeing planeja dar garantia até 2030
A iniciativa do grupo vem na esteira de um anúncio recente da Boeing de garantir que todos os seus aviões comerciais estarão aptos a usar combustíveis de aviação 100% sustentáveis até 2030.
A fabricante norte-americana divulgou em janeiro deste ano que realizou testes de voo substituindo o querosene fóssil por renovável, e se comprometeu a trabalhar com os reguladores para aumentar o limite de mistura permitido.
A regulamentação do uso de SAF no Brasil está na agenda da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em fevereiro, a ANP lançou uma consulta pública para revisão da ANP n° 778, que especifica combustíveis de aviação fósseis, alternativos e suas misturas.
Entre as principais alterações está a adição de duas novas rotas de querosene derivados de biomassa, gases residuais e gás natural.
A revisão também será objeto de audiência pública no dia 26 de março.