Joe Biden ligou para Xi Jinping, tarde da noite de quinta em Washington. Avançaram pela madrugada, em conversa de uma hora e meia, segundo o Wall Street Journal, e o mercado americano se animou com a "esperança de redução nas tensões EUA-China".
Foi dias depois de empresas cobrarem via New York Times, citando Google, Qualcomm e outras, a derrubada das barreiras contra a China erguidas por Donald Trump e mantidas por Biden.
É a pressão mais visível, mas existem outras em curso no país, que não consegue se desligar da China, antes de mais nada, na indústria cultural. Em busca do consumidor chinês, a NBCUniversal acaba de anunciar que vai abrir o parque temático Universal Beijing no próximo dia 20.
E dias atrás a Variety, principal noticioso de Hollywood, festejou que "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" bateu o recorde para estreias no fim de semana do dia do trabalho, que marca o fim das férias nos EUA.
Mas são só os consumidores americanos —e alguns outros. O mais novo filme de super-herói da Marvel, que é parte da Disney, produzido num esforço para conquistar o público chinês, ainda não tem nem data para estrear no país.
Como detalhou o roteirista David Callaham, de ascendência chinesa, a Disney limpou como pôde Shang-Chi e sobretudo seu pai, originalmente Fu Manchu, personagem-símbolo do racismo histórico contra chineses. Na China, porém, a mídia e os "netizens" resistem.
Na direção contrária, depois de Trump ameaçar tirar o TikTok do ar, ameaça ainda não descartada por Biden, a plataforma chinesa vai se incorporando de vez à cultura pop americana. No ano passado, ela já deixou todo o Vale do Silício para trás, a começar do Facebook, como aplicativo mais baixado.
E agora, ressaltam NYT, WSJ e Variety, as irmãs Charli e Dixie D'Amelio, "titãs do TikTok", principalmente a primeira, com 124 milhões de seguidores, acabam de estrear o reality "The D'Amelio Show" no Hulu, da mesma Disney, que prepara ainda um documentário sobre elas.
Ato contínuo, a Netflix anunciou a contratação de Addison Rae, uma outra "estrela do TikTok" nos EUA, para protagonizar um filme.
DISTOPIA POÉTICA
A chinesa Cao Fei, com obras "sobre a ligação da humanidade com a tecnologia", oferecendo "uma distopia poética única", levou o prêmio Deutsche Börse de 2021, destacam Guardian e outros.
Ela vem de ganhar sua primeira exposição individual em Pequim, com trabalhos como "Nova", da imagem acima.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.