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Renan Sousa
Renan Sousa
É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney. Twitter: @Renan_SanSousa
Real que nem vampiro ou lobisomem

Bitcoin é dinheiro de tráfico? É confiável? Confira 10 mitos e verdades sobre criptomoedas

Tire suas dúvidas e conheça algumas curiosidades sobre o mundo das criptomoedas e com o que você deve se preocupar ou não

Bitcoin Lenda Urbana Morcego
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Quando comecei a cobrir criptomoedas, minha família inteira me puxava para perguntar um monte de coisas. Às vezes era difícil dar conta de todas as perguntas, mas, com tempo e estudo, consegui dar respostas cada vez mais precisas. 

Umas semanas atrás, minha mãe mandou uma mensagem, preocupada. “Renan???” e uma foto do noticiário: “bandidos usam bitcoins para traficar drogas”. Evidentemente, ela estava preocupada com o filho estar possivelmente envolvido com gangues, mafiosos e coisas do gênero. Normal de mãe.

Expliquei que não era exatamente isso e tudo se resolveu. Mas fui fazer uma pesquisa sobre o tema. Será que mais gente acredita nisso?

Curiosamente, a ideia de “dinheiro de tráfico” apareceu bastante quando tratamos de bitcoins e criptoativos.

Até mesmo nas séries, o trabalho não me deixou descansar. Em um determinado ponto em Raio Negro, assassinos são pagos em bitcoins (exatamente esta frase). “É irrastreável, não dá para saber quem foi”, conta o personagem. 

Já no mundo real, as suspeitas sobre lavagem de dinheiro e tráfico de drogas chegaram à Receita Federal dos Estados Unidos. Foi o caso da Binance, que está sob investigação de manter contas suspeitas de lavagem de dinheiro nos EUA.

Durante uma coletiva informal na terça-feira (1º), um porta-voz da Casa Branca afirmou que os EUA estão expandindo sua análise sobre ramsomwares, softwares que bloqueiam as atividades de uma empresa por meio da criptografia.

Foi o que aconteceu com a JBS esta semana. Em geral, esses ataques exigem criptomoedas como pagamento, por elas serem "impossíveis de serem rastreadas".

Entre muitos mitos e verdades, separei aqui as dez principais verdades, mentiras e imprecisões sobre criptomoedas e criptoativos. 

Para me ajudar, chamei o professor Henrique Poyatos, coordenador acadêmico da FIAP, que organizou o curso sobre blockchain e criptomoedas da fundação, e Fábio Alves Moura, da AMX, especialista em blockchain com foco em negócios e leis

1- É dinheiro de tráfico?

Taxar uma moeda de “dinheiro de tráfico” é impreciso. É possível usar qualquer moeda e método de pagamento para fins lícitos e ilícitos. O bitcoin, por exemplo, pode ser usado para pagar duas pizzas, como foi o caso do investidor amador de Wall Street Laszlo Hanyecz, lá em 2010. 

Ao mesmo tempo, é possível fazer transações na deep web (uma “internet paralela”) e comprar armas ou drogas. Mas, como lembra Fábio, o tráfico de drogas é tão antigo quanto a própria criação da moeda. 

E o próximo ponto explica porque elas não são o melhor meio para o tráfico lucrar.

2 - As transações são anônimas...

Sim, não é necessário se identificar. Para criar uma carteira e fazer transações em criptomoedas basta apenas criar uma conta, que não exige maiores documentos. Você só sabe de quem está recebendo e para quem está mandando aquelas moedas se a pessoa identificar sua carteira.

A ideia de uma carteira pseudo-anônima (e já explicaremos porque os especialistas preferem este termo) é da própria filosofia do mundo das criptomoedas: dar à pessoa a possibilidade de não se identificar ou se identificar como preferir. O professor Poyatos faz um paralelo com o histórico médico de uma pessoa. Se ela quiser, é público. Se não quiser, é privado.

A ideia por trás de uma criptomoeda descentralizada, ou seja, sem uma instituição como um Banco Central por trás, serve para a pessoa ter um maior controle da sua vida financeira. Ao mesmo tempo, com essa maior autonomia, a população também teria a responsabilidade de manter essa rede de trocas transparente e segura.

A rede da ethereum, por exemplo, é fiscalizada pelos próprios integrantes por meio do site ethereum scam. Nele é possível ver as transações, quem possui e quantas moedas cada pessoa tem.

3 - … E impossíveis de serem rastreadas

Mito. É totalmente possível seguir o caminho das criptomoedas. No site Github, rede social usada por programadores, é possível baixar o arquivo completo da blockchain do bitcoin. 

Cada bloco da cadeia é criptografado de tal maneira que o bloco seguinte contenha informações do anterior. Ou seja, se uma pessoa A me mandar bitcoins e eu transferir para pessoa B:

  • o bloco da pessoa A contém informações da pessoa que transferiu bitcoins para ela;
  • o meu bloco terá informações do bloco da pessoa A;
  • e o bloco da pessoa B terá informações do meu bloco.

Dessa forma, é possível voltar até Satoshi Nakamoto, tido como criador do bitcoin, para rastrear o caminho de cada moeda. 

Se a ideia é não deixar um caminho, as criptomoedas são o pior jeito para fazer coisa errada.

4 - Criptomoedas são muito poluentes

O processo de mineração de criptomoedas, em especial do bitcoin, ainda é muito nocivo ao meio ambiente. Isso foi motivo de críticas por parte do bilionário Bill Gates e de Elon Musk, que não permite mais que a Tesla aceite transações em bitcoin.

As principais "fazendas" de mineração estão sediadas na China. O processo de mineração é o que coloca novas criptomoedas em circulação e torna a rede mais segura. O gigante asiático corresponde a metade de toda taxa de mineração (hashrate) do mundo.

Mas a matriz energética da China ainda é baseada em combustíveis fósseis, em especial o carvão. E com a rede do bitcoin consumindo mais energia elétrica do que países como Argentina, Malásia e Suécia, o impacto ambiental é realmente significativo.

Apesar disso, existem diversas iniciativas para tornar a mineração menos poluente. O estado americano do Kentucky já tem leis que preveem incentivos ao uso de energia renovável para mineração de criptomoedas.

5 - É dinheiro que “não existe”

Podemos invocar diversos filósofos sobre existência e essência para explicar este ponto.

Mas não faremos isso. 

De acordo com dados do Visual Capitalist, em 2020, o mundo tinha US$ 95,7 trilhões em circulação. Desse total, apenas 7% (US$ 6,69 trilhões) é dinheiro físico. Ou seja, o “dólar” só seria 7% “real”.

O fato de as criptomoedas não serem representadas por papel moeda não significa que elas não existam. Não só existem como acumulam US$ 2,45 trilhões (ou 2,56% de todo dinheiro do mundo) em valor de mercado.

6 - Criptomoedas podem sumir sem mais nem menos

Acordar um dia e descobrir que o bitcoin desapareceu seria o equivalente a abrir o jornal e ver que a Petrobras se desfez no ar. É possível, mas altamente improvável

Entretanto, outros projetos menores podem sim sumir do mapa sem mais nem menos. Foi o que aconteceu no boom dos ICOs (Oferta Inicial de Moedas, na sigla em inglês, semelhante ao IPO para empresas) em 2017. 

Com o surgimento de diversas criptomoedas, as pessoas passaram a investir em projetos sem ao menos saber onde ou no que estavam colocando o dinheiro. Muitos deles viraram pó antes mesmo da chegada de 2018.

Moedas menores, com menos valor de mercado e sem muita perspectiva de crescimento podem vir à falência e te deixar na mão. Por isso, é importante conhecer o projeto e saber no que se está investindo antes de fazer qualquer investimento.

7 - Governos podem proibir ou banir criptomoedas

O exemplo da Turquia é o primeiro que vem quando pensamos em proibição estatal. E recenmente, a China fechou o cerco contra a mineração e outras atividades em cripto. Ou seja, um governo central pode, sim, proibir uma criptomoeda.

Entretanto, essa não é uma tarefa fácil. Os criptoativos foram criados para não dependerem de um sistema central para operar. Os governos podem proibir bancos e instituições públicas de receberem em bitcoins.

Mas fica muito mais difícil impedir as transações entre pessoas (peer to peer, ou P2P, como é chamada) e instituições privadas.

Mas não é interessante para o governo fazer isso. Até a Receita Federal já criou uma aba específica para declaração de criptomoedas e criptoativos no Imposto de Renda desde 2020, o que mostra uma aceitação muito maior das criptomoedas pelas instituições.

8 - Preciso aprender a programar para investir em criptomoedas

Não é preciso ser um gênio da computação para operar com criptomoedas.

Hoje já é possível investir em cripto por meio de fundos ou diretamente na B3, por meio do HASH11, um fundo de índice (ETF) que segue uma carteira de moedas digitais, com preponderância para o bitcoin.

Agora, se você prefere deter a posse direta das criptomoedas, o processo para se manter diretamente a posse de bitcoins ou outros criptoativos pode envolver certo conhecimento técnico no manuseio das chamadas "wallets".

Já para quem pretende automatizar o processo, vale aprender um pouco de programação. Por exemplo, é possível fazer um programa na sua própria carteira para vender um ativo quando ele está caindo muito ou estabelecer uma ordem de compra quando atingir determinada cotação. 

9 - É uma bolha financeira

Esse é um dos maiores medos do investidor atualmente. Quem investia lá por 2008, viu a bolha imobiliária nos Estados Unidos e dobra a cautela sobre dinheiro fácil. 

Primeiramente, uma bolha financeira não é necessariamente um golpe ou pirâmide. Ela é definida como uma inflação nos preços de um determinado ativo que não se sustenta naquele valor

O mercado imobiliário dos EUA sofreu com isso, quando casas simples em subúrbios da cidade passaram a valer preços de mansões. Basicamente, as pessoas passaram a hipotecar a casa para ter crédito com juros mais baratos. Assim, quem financiou o imóvel e não conseguia pagar, acabou tendo que entregar sua residência aos bancos, que tentavam vendê-las para recuperar o dinheiro do crédito.

Com o mercado inundado por casas à venda e ninguém com dinheiro para comprar, houve uma desvalorização rápida dos imóveis, que deu origem a à famosa crise financeira de 2008. 

No mercado de criptomoedas, o mesmo pode acontecer: um criptoativo pode se valorizar muito acima do que realmente vale e, em seguida, não valer mais nada. Se você está vendo uma comparação com o dogecoin, pensou certo. 

Especialistas do mercado estão atentos e não recomendam o investimento em dogecoin por considerarem uma bolha financeira. Entretanto, veem grande valor em outros projetos que têm seu preço regulado pelo próprio mercado.

10 - Servem apenas como dinheiro digital

As criptomoedas nasceram para substituir o dinheiro convencional. Entretanto, elas abrem caminho para um vasto mundo novo.

As blockchains das criptomoedas podem armazenar, também, os tokens não fungíveis, ou NFTs, os certificados digitais. Também abrem possibilidade para criação de novos programas dentro da própria internet, como é o caso da Internet Computer. Não vamos esquecer também os DeFis, que podem aposentar o mercado financeiro.

Se você pretende investir em qualquer uma dessas classes de ativos, é sempre bom lembrar da máxima do mercado: rentabilidade passada não garante rentabilidade futura. Uma carteira bem equilibrada, com ativos de maior e menor risco, é sempre o mais indicado para qualquer investidor.

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