Em causa estão os reparos feitos por Ana Catarina Mendes a Pedro Nuno Santos por este ter publicamente criticado a Ryanair e o seu presidente em relação às posições da companhia aérea irlandesa sobre a TAP
O comentador político Luís Marques Mendes considera "surreal" a polémica entre Ana Catarina Mendes, líder parlamentar do PS, e o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, considerando que a decisão de Ana Catarina Mendes de criticar o governante "não é correta nem inteligente". "Uma líder parlamentar não é uma comentadora", apontou este domingo o ex-líder do PSD.
Em causa estão os reparos feitos por Ana Catarina Mendes a Pedro Nuno Santos por este ter publicamente criticado a Ryanair e o seu presidente em relação às posições da companhia aérea irlandesa sobre a TAP. "É surreal um ministro andar numa polémica na praça pública com um gestor estrangeiro. Mais surreal acho que a líder parlamentar que apoia o Governo venha criticar em público o ministro", afirmou Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC.
O comentador enquadrou a posição de Ana Catarina Mendes numa guerra pela sucessão de António Costa no PS. "Provavelmente em 2023, António Costa vai deixar a liderança do PS e do Governo", assinalou Marques Mendes. "A sucessão já começou", acrescentou.
Marques Mendes acredita que Pedro Nuno Santos "está em boa posição" para suceder a Costa, mas "haverá muita gente que não quer". Esses setores do PS terão inicialmente apostado em Fernando Medina, mas, afirmou Marques Mendes, "Fernando Medina mais facilmente pode ser em 2026 candidato a Presidente da República", pelo que Ana Catarina Mendes estará "a tentar uma oportunidade".
O comentador defendeu ainda que António Costa "gosta da ideia de ter um cargo europeu", pelo que isso poderá impedi-lo de candidatar-se nas legislativas de 2023.
Luís Marques Mendes abordou ainda a decisão do Reino Unido de colocar Portugal fora da lista verde para viajantes. O comentador discorda da decisão e afirma que "a situação do Reino Unido é muito pior do que a nossa", porque aquele país "tem um problema de variantes muitíssimo mais grave".
"O Reino Unido não teve uma decisão aceitável", afirmou Marques Mendes, que também dirigiu críticas ao Governo português, por alegadamente não ter atuado por antecipação no plano diplomático.
"Um ministro dos Negócios Estrangeiros existe para jogar na antecipação, para prevenir problemas", apontou Marques Mendes. "Se a decisão do Reino Unido é incompreensível, mais uma razão para terem falado com as autoridades britânicas. Esta parte falhou", acrescentou o comentador.
Marques Mendes aproveitou ainda o seu espaço de comentário na SIC para classificar como "errada" a decisão do Governo de manter as discotecas fechadas. "Era preferível autorizar bares e discotecas de forma condicionada, por exemplo, com testes à entrada", sugeriu.
O comentador notou que, com estes estabelecimentos fechados, "os jovens vão juntar-se ao monte" e procurar outras formas de se divertir, pelo que seria preferível uma solução organizada que evitasse esses ajuntamentos.
Marques Mendes deixou ainda a sugestão de que o Governo avance já em julho com a vacinação de jovens a partir dos 18 anos. "Era positivo", defendeu.
Artigo editado a 07/06 corrigindo o país de origem da companhia Ryanair
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
