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Vacinação tem de ser acelerada nos concelhos mais atrasados, urge coordenador da ‘task force’

“Temos em média 100 mil vacinas por dia e em vez de estarmos a dar vacinas numa região, numa área ou num concelho que já está muito vacinado, damos vacinas nas regiões que estão menos vacinadas, equilibrando o processo”, explicou o vice-almirante Gouveia e Melo.
  • Mário Cruz/Lusa
9 Junho 2021, 14h52

O coordenador da ‘task force’ da vacinação defendeu hoje que tem de haver um “equilíbrio nacional” no ritmo de vacinação, devendo por isso ser reforçado o processo nos concelhos mais atrasados, como é o caso de Sintra.

“Temos em média 100 mil vacinas por dia e em vez de estarmos a dar vacinas numa região, numa área ou num concelho que já está muito vacinado, damos vacinas nas regiões que estão menos vacinadas, equilibrando o processo”, explicou o vice-almirante Gouveia e Melo.

O coordenador falava aos jornalistas no final de uma visita ao centro de vacinação de Monte Abrãao, no concelho de Sintra, onde nos últimos dias se verificaram longas filas de espera para vacinação.

Antes de visitar o centro de vacinação, acompanhado do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, e do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, Gouveia e Melo disse que a sua deslocação foi para avaliar a situação e para ajudar a resolver o problema.

“Este problema é indesejável e não pode acontecer e é por isso que vim aqui”, disse o coordenador do plano de vacinação contra a covid-10, ressalvando que “não há muitos centros onde haja longas filas”.

No final da visita e de uma reunião com as várias entidades, Gouveia e Melo disse que “há uns aspetos que são macro ao sistema”, relacionados com a quantidade de vacinas que têm que ser entregues em Sintra face à população que tem.

“Isto tem de ser ajustado. E depois há os aspetos micro que têm a ver com a organização dos espaços”, disse, adiantando que ambas as situações foram analisadas e já foram tomadas decisões para “agir rapidamente”.

Uma das decisões prende-se com o reforçar da vacinação neste concelho. “A Região de Lisboa está a recuperar, mas dentro da região de Lisboa este concelho está atrasado, portanto, tem que ser reforçado com recursos humanos”, sublinhou.

Por outro lado, disse, não adianta reforçar o número de vacinas e depois não as conseguir administrar: “tem que ser reforçada também a capacidade de vacinar e, para isso, tem que se melhorar a eficiência dos espaços que existem e se for necessário aumentar mais um espaço”.

Para isso, avançou, hoje à noite uma equipa de militares vai deslocar-se ao centro de vacinação para “ajudar a melhorar” a sua eficiência.

“Temos que melhorar a disposição do espaço e a sua organização de maneira a torná-lo muito eficiente” como acontece na maioria dos locais.

No centro de Monte Abrão há “um pequeno problema de organização que não é muito complicado”. Contudo, disse, “às vezes uma pequena perturbação repercute-se em cadeia e cria depois filas que não são desejáveis”.

Ao início da manhã de hoje registava-se uma longa fila para vacinação que rapidamente se dissipou, com as pessoas a dizerem que o processo tinha sido rápido ao contrário do que tinha acontecido na terça-feira.

Comentando esta situação, Gouveia e Melo disse que as autoridades de saúde não querem “filas nem no início do dia, nem a meio do dia, nem no fim do dia”.

“Este processo tem que ser organizado de forma a que a população seja respeitada (…) o tempo de todos nós é muito valioso, portanto, nós não podemos pôr pessoas à espera”, sustentou, comentando que não gostou de ver as filas quando chegou ao centro às 09:30 de hoje.

Para as longas filas contribuíram o encerramento de outros centros de vacinação no concelho, as pessoas irem mais cedo do que a hora marcada e o pavilhão só abrir às 09:00 quando há marcações para as 09:01.

Para Gouveia e Melo, os centros têm de abrir 15 a 20 minutos antes da primeira marcação, para fazer a acreditação da primeira pessoa que vai ser vacinada: “São coisas que têm de ser corrigidas”.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara de Sintra adiantou que decidiu pedir apoio à ‘task force’ para operacionalizar a vacinação no concelho.

“Como não estava a acontecer junto da ARS e do Governo, a Câmara decidiu pedir que a ‘task force’ desse um apoio grande e nós próprios assumimos responsabilidades que não tínhamos até agora e que agora passamos a ter e assumimos com gosto isso”, disse o autarca.

Basílio Horta sublinhou que havia necessidade de mudar e é isso que vão fazer: “vamos operacionalizar, vamos vacinar mais com aquilo que temos e se for necessário vamos recuperar e recrutar”.

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