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Chefe da ‘task force’ do regulador europeu recomenda que vacina AstraZeneca não seja administrada a maiores de 60 anos

Depois de desaconselhar a administração da vacina a pessoas com condição sanguínea rara, o chefe da ‘task force’ da EMA recomenda agora que a vacina seja apenas inoculada a pessoas com mais de 60 anos.
13 Junho 2021, 10h32

O chefe da task force da Agência Europeia do Medicamentos (EMA, sigla em inglês) recomendou, este domingo, que a vacina da AstraZeneca não fosse administrada a pessoas com mais de 60 anos tendo em conta os efeitos secundários da coagulação do sangue. Esta é a terceira recomendação, na mesma semana, feita pelo regulador a propósito do fármaco anglo-sueco.

Embora a vacina tenha a garantia da EMA de que é “segura e eficaz”, a recomendação segue-se à decisão de vários Estado. membros da União Europeia (UE) que deixaram de administrá-la a pessoas com menos de uma determinada idade, geralmente entre os 50 e os 65 anos, devido aos raros casos de coagulação sanguínea, principalmente entre os jovens.

EMA desaconselha vacina da AstraZeneca a pessoas com condição sanguínea rara (com áudio)

“Em contexto de pandemia, a nossa posição era e é que a relação risco-benefício continua favorável para todas as faixas etárias”, disse Marco Cavaleri, ao jornal italiano “La Stampa”, citado pela “Reuters”, neste domingo.

No entanto, como o número de casos de Covid-19 está a diminuir e tendo em consideração que a população mais jovem está menos exposta aos riscos relacionados o vírus, Cavaleri disse que seria melhor usar nos mais novos vacinas com tecnologia mRNA, como as vacinas Moderna e Pfizer-BioNTech.

O responsável pela estratégia de vacinação na EMA, também disse ao jornal italiano que a vacina da Johnson & Johnson deve ser utilizada de preferência para pessoas com mais de 60 anos.

Ambas as vacinas virais vetoriais foram aprovadas pelo regulador europeu para os maiores de 18 anos, mas houve relatos raros de coágulos sanguíneos. A União Europeia aprovou também duas vacinas de RNA de mensageiro, da Pfizer/BioNTech e Moderna.

No sábado, a Itália restringiu a utilização da vacina AstraZeneca a pessoas maiores de 60 anos, alegando o aumento dos riscos para a saúde dos mais jovens.

Questionado sobre se seria melhor proibir a AstraZeneca, inclusive para os maiores de 60 anos, Cavaleri disse: “Sim, e esta é uma opção que muitos países, como a França e a Alemanha, estão a considerar à luz da maior disponibilidade de vacinas por RNA mensageiro”.

“Contudo, os incidentes têm sido muito raros e ocorreram após a primeira dose. É verdade que há menos dados sobre a segunda dose, mas no Reino Unido está a correr bem [o programa de vacinação]. Nos jovens, o risco de adoecer diminui, e a mensagem para eles pode ser a de usar preferencialmente vacinas de RNA mensageiro, mas a escolha é de cada Estado”, acrescentou.

Cavaleri considerou ainda que a vacina de dose única da Johnson & Johnson apresenta “menos problemas do que a AstraZeneca”, apesar de ter sido menos utilizada.

“Com uma dose única, é útil para algumas categorias difíceis de alcançar, mas é melhor reservá-la para os maiores de 60 anos”, disse.

A tecnologia do RNA mensageiro consiste em injetar nas células instruções genéticas para que elas possam produzir proteínas ou “antigénios” específicos do novo coronavírus. Estas proteínas serão entregues ao sistema imunitário, o qual produzirá depois anticorpos.

As vacinas “víricas”, tais como as da AstraZeneca e Johnson & Johnson, utilizam como portador outro vírus, que é modificado para transportar informação genética para combater a covid-19. Ambas utilizam um tipo muito comum de vírus chamado adenovírus como portador.

 

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