Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.

Outback quer expandir abertura de restaurantes fora dos shoppings

Aussie Grill, outra marca do grupo focada em delivery, acelera expansão

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O Aussie Grill, restaurante focado em delivery da Bloomin’ Brands, que também é dona do Outback Steakhouse e do Abbracio, quer acelerar o plano de expansão com mais 20 pontos de distribuição no país neste ano.

A marca, que é a bandeira do grupo especializada em frango, chegou ao Brasil no final do ano passado e hoje tem 70 pontos de distribuição, segundo Pierre Berenstein, presidente da Bloomin' Brands. Com as três redes, o grupo tinha 46 operações de delivery antes da pandemia e chega agora a 215.


Enquanto a operação virtual da Aussie Grill se multiplicou na pandemia, o Outback, cujo negócio está baseado nas lojas físicas —e com presença concentrada em shoppings, que sofreram com os fechamentos da quarentena— quer crescer com unidades de rua. Dentre os 114 restaurante do Outback no Brasil, só três estão fora dos shoppings, segundo o executivo.


Para atravessar as restrições de funcionamento, Berenstein afirma que a Bloomin’ Brands aderiu às duas rodadas do programa de redução de salários e jornadas lançado pelo governo.


O executivo diz que compreende, mas faz ressalvas à iniciativa da Abrasel, associação de restaurantes de porte menor, que entrou na Justiça pedindo indenização aos governos estaduais e municipais pelas perdas derivadas dos fechamentos obrigatórios na pandemia. A Bloomin' Brands não é associada da Abrasel.


“Estamos há 24 anos no Brasil, estamos aqui para o longo prazo. Tudo que fazemos é pensando em anos”, afirma Bereinstein.

Vocês têm planos de expansão neste ano?
Serão 13 novas unidades do Outback neste ano. Já abrimos três, e outras dez estão em processo de abertura. Neste ano, inauguramos em Ribeirão Preto (SP), Porto Alegre e nossa 23a loja no Rio de Janeiro.

Começamos o Aussie Grill no ano passado, testando poucos pontos de distribuição e ajustando o conceito para o Brasil. No país, é uma marca nativa digital, só com delivery. Rapidamente, escalamos para 70 pontos e temos plano para mais 20 neste ano.

Adaptamos toda a comunicação para o mundo digital. Pensamos como seria a interação da marca com o consumidor no Brasil, através de uma tela de celular.


Em tão pouco tempo, a Aussie Grill tem 70 pontos de distribuição. Com esses pontos, a gente perfaz 215 operações de delivery de marcas da Bloomin’ Brands, fora as lojas físicas, que são 114 Outbacks e 14 Abbraccios. Antes da pandemia, o grupo tinha 46 operações de delivery.

Pierre Berenstein, presidente da Bloomin' Brands
Pierre Berenstein, presidente da Bloomin' Brands, dona das redes Outback, Abbracio, e Aussie Grill - Divulgação

O Outback segue apostando em lojas de shopping?
Os shoppings continuam sendo, e continuarão sendo, um grande centro de serviços e de entretenimento. Então, sim, continuaremos operando em shoppings. E teremos expansão também na rua.

Hoje, temos três unidades de rua, mas já enxergamos a possibilidade de algumas outras e de desenvolver esse canal com velocidade.


A Bloomin’ Brands aderiu à segunda rodada do programa de corte de jornada e de salário lançado pelo governo neste ano?
É importante dizer que, em razão da pandemia, não demitimos nenhum funcionário. Nós adotamos o que é possível pela lei e pelos incentivos. Para nós, foi fundamental não ter feito nenhum corte de funcionários porque isso nos permite, na hora que tem a flexibilização e a reabertura, reabrir com mais velocidade, garantir os treinamentos e não perder nosso padrão de serviço. Nós utilizamos o primeiro e o segundo programa.

Trabalham com a possibilidade de uma nova onda de fechamentos?
Sempre trabalhamos com essa possibilidade. Fazemos, em média 100 mil entregas por semana, já batemos até 500 mil em um mês. Estamos muito mais preparados, mas é óbvio que vai machucar o setor. Agora, já imaginamos o que precisa ser feito, mas a nossa prioridade são as pessoas.

No caso de uma terceira onda, vamos seguir as recomendações da OMS [Organização Mundial da Saúde], dos governos e dos municípios, como sempre fizemos.

Como vê esse movimento dos bares e restaurantes que entraram na Justiça para pedir a governos estaduais e a prefeituras reparações pelas perdas sofridas durante as restrições de funcionamento na pandemia?
Respeitamos muito o setor, mas a nossa posição é bastante clara, de respeito às regras da OMS, do governo. Estamos há 24 anos no Brasil, estamos aqui para o longo prazo. Tudo que fazemos é pensando em anos e anos.

Entendo as dores do setor, mas a nossa posição é continuar fazendo o que for possível para garantir a segurança das pessoas e dos clientes, e respeitar os decretos de governos e municípios.

A empresa pensa em seguir esse movimento, considerando as perdas no faturamento?
Neste momento, não.


A Bloomin Brands pretende retomar as negociações de venda do Outback no Brasil?
Qualquer negociação foi suspensa. O assunto não existe mais. Como somos uma empresa pública e aberta, qualquer coisa nesse sentido, vamos ser transparentes com o mercado e vamos informar no momento adequado. Não existe nada.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.