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UBS: Crescimento económico e fim da escassez de chips vão sustentar platina

O banco suíço UBS mantém a sua perspetiva positiva para a platina, considerando que os fundamentais devem melhorar no segundo semestre.

Carla Pedro cpedro@negocios.pt 27 de Junho de 2021 às 17:52

A ideia de que a inflação retomará os níveis previstos pela Fed assim que forem corrigidos os problemas na oferta, derivados da acelerada recuperação económica que levou ao esgotamento de stocks de matérias primas, provocou uma valorização do dólar, o que foi negativo para a platina – atendendo a que é denominada na nota verde, ficando assim menos atrativa para quem negoceia com outras moedas.

 

A baixa liquidez da platina em comparação com o ouro e os receios do mercado de que uma potencial subida dos juros mais cedo do que o previsto pesasse no crescimento económico também não ajudaram, sublinha uma nota de análise do UBS a que o Negócios teve acesso, frisando que a procura industrial pela platina corresponde a cerca de 60% da procura total, "pelo que os receios em torno da economia não ajudam".

 

Mas, segundo o "research" do banco suíço, os fundamentais para este metal precioso deverão melhorar no segundo semestre de 2021, com a platina a beneficiar do crescimento económico que se prevê que continue sólido.

 

"O esperado fim da escassez de microchips também deverá sustentar a produção automóvel e a procura por platina para os catalisadores", diz Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS e autor desta análise sobre a platina.

 

A atual escassez mundial de chips semicondutores, com a indústria automóvel a sofrer o maior impacto, tem sido um fator que tem limitado o potencial de valorização da platina, recorda Staunovo, que diz haver estimativas de mercado que apontam para uma queda na produção automóvel superior a dois milhões de veículos.

 

"Isto impacta sobretudo os mercados da América do Norte e da China, sendo por isso mais negativo para o paládio, que é usado nos carros a gasolina. Mas a menor produção de automóveis na Europa também impacta a procura por platina para os catalisadores nos veículos a diesel", salienta.

 

Assim, quando se concretizar o cenário do fim da escassez de chips, a platina irá tirar partido disso.

 

O UBS aponta, por isso, para que os preços da platina continuem a valorizar nos próximos 12 meses. "Assim que termine a escassez de chips, esperamos aumentos na produção automóvel que impulsionarão a procura por platina".

 

"O crescimento económico também deverá manter-se sólido nos próximos meses, o que sustentará a procura do setor industrial por este metal precioso", acrescenta Giovanni Staunovo.

 

"Os novos catalisadores automóveis (que reduzem a quantidade de paládio usado, em favor da platina – que é mais barata) que vão ser instalados nos novos carros alimentados a gasolina também deverão sustentar os preços à entrada em 2022", sublinha o analista do UBS.

 

A platina negoceia atualmente em torno dos 1.110 dólares por onça e Staunovo aponta para 1.250 dólares na segunda metade do ano, com a estimativa a fixar-se nos 1.300 dólares em março de 2022 e em 1.400 dólares três meses depois. No acumulado deste ano, o metal precioso sobe 4,23%.

 

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