[weglot_switcher]

Fusões e aquisições sobem 58% no primeiro semestre em todo o mundo

As transações na Europa cresceram 40% no segundo trimestre, mas o mercado da Ásia-Pacífico regista forte desaceleração. No primeiro semestre foram 484 negócios concluídos, mais 58%, de acordo com o QDPM da Willis Towers Watson. Mas persistem as preocupações de que a inflação possa subir ainda este ano.
14 Julho 2021, 11h26

A atividade global de fusões e aquisições (M&A) atingiu novos recordes no segundo trimestre, superando os números alcançados nos primeiros três meses do ano e colocando 2021 no caminho certo para ser o ano mais ativo de todos os tempos, de acordo com o Quarterly Deal Performance Monitor (QDPM) da Willis Towers Watson.

O barómetro revela que as fusões e aquisições na América do Norte e Europa seguem ritmo recorde e na China, pelo contrário assiste-se a uma contração da atividade M&A.

As transações na Europa cresceram 40% no 2º trimestre de 2021, mas o mercado da Ásia-Pacífico regista forte desaceleração

Uma das conclusões do estudo é que pela primeira vez em quatro anos, o desempenho das negociações supera os não adquirentes pelo segundo trimestre consecutivo.

Os dados revelam que o primeiro semestre do ano também foi um período recorde com 484 negócios concluídos, 58% mais que no mesmo período de 2020 (307 negócios), quando a economia global estagnou por causa da pandemia. Este é o valor mais alto já registado para o período de janeiro a junho desde que Willis Towers Watson lançou o seu índice de fusões e aquisições em 2008.

Segundo Crispin Stilwell, diretor sénior de Risco da Willis Towers Watson, em comunicado, “este é um dos tempos mais movimentados que já vimos, com o mercado das fusões e aquisições em modo de recuperação total em quase todos os setores, impulsionado por empresas com forte liquidez sob pressão para se reorganizarem em resposta à pandemia”.

“O aumento sem precedentes nas negociações de fusões e aquisições segue uma recuperação robusta na confiança económica, à medida que as empresas procuram reinventarem-se para fazer em face a um mundo pós-Covid e para se adaptarem à transição digital em curso”, refere a Willis Towers Watson.

Com base no desempenho do preço das ações, os compradores superaram o mercado mais amplo em +2,1 pontos percentuais (pp) para negócios avaliados em mais de 100 milhões de dólares no segundo trimestre de 2021.

De acordo com o Quarterly Deal Performance Monitor da Willis Towers Watson, esta é a primeira vez desde 2017 que os adquirentes conseguiram um desempenho acima das expetativas em dois trimestres consecutivos. Durante o período de um ano, os adquirentes melhoraram o índice de M&A em +3,2 pp, sobretudo devido a um primeiro trimestre muito forte.

Gabe Langerak, Head of M&A Consulting for Western Europe, Willis Towers Watson adianta na mesma nota que “persistem as preocupações de que a inflação possa subir ainda este ano, provocando um aumento nas taxas de juros e o fim de um boom recorde nas fusões e aquisições. No entanto, esses temores parecem prematuros com o atual frenesim de atividade alimentado pela dinâmica do mercado, que, provavelmente, manterá ou até mesmo acelerará o ritmo de novos negócios no segundo semestre de 2021.”

Aumento das negociações devido a atividade na Europa e América do Norte

Executado em parceria com o M&A Research Centre da The Business School, os dados mostram que o aumento nas negociações e o melhor desempenho, que começou no final de 2020, após uma queda nos primeiros dias da pandemia, continua em grande parte devido a atividade na América do Norte e na Europa.

Os compradores da Europa superaram o seu índice regional em +6,4 pp, com um aumento de atividade no segundo trimestre de 2021 e 59 negócios concluídos. Também aqui, foi registado um recorde histórico para um segundo trimestre, refere a Willis Towers Watson.

O Reino Unido continua a ser um destino atraente para fusões e aquisições aos olhos de compradores exteriores, que, “não se intimidando com o Brexit e com o forte desempenho no FTSE 100, continuam a demonstrar interesse em comprar empresas no Reino Unido”. Os negociadores sediados no Reino Unido também superaram de forma consistente o índice regional nos últimos 12 meses (+11,4 pp).

Em contraste, os compradores da Ásia-Pacífico tiveram um desempenho inferior ao do seu índice regional em -0,7 pp, com apenas 32 negócios fechados no 2º trimestre de 2021, o mais pequeno desde 2014. A China também concluiu o menor número de negócios desde 2013, à medida que os volumes de aquisição chineses continuam a diminuir depois de um pico em 2015.

Segundo a Willis Towers Watson, a atividade de fusões e aquisições “deu claramente continuidade ao impulso obtido após os primeiros três explosivos meses de 2021”, com os compradores a concluírem mais negócios do que em qualquer segundo trimestre alguma vez registado (278 negócios), de acordo com os últimos resultados do índice da Willis Towers Watson. Este é um aumento significativo, mesmo quando comparado ao ritmo acelerado estabelecido no primeiro trimestre de 2021 (206 negócios).

Crispin Stilwell diz que “as empresas estão a responder à pandemia, reestruturando-se para se tornarem mais resilientes, reduzirem custos e reposicionarem-se para o crescimento futuro, acelerando tendências pré-existentes, como a transformação digital e as mudanças no comportamento do consumidor.”

Já Gabe Langerak conclui que “a robusta atividade de sell-side impulsionada por empresas que continuam a alienar ativos não essenciais aponta para uma forte perspetiva de fusões e aquisições para o que resta de 2021”.

A Willis Towers Watson é uma empresa global líder em consultoria, corretagem e soluções que apoia clientes em todo o mundo a transformar o risco num caminho para o crescimento.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.