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Qual será a pedra no sapato nos resultados das companhias de bens de capital?

16 jul 2021, 14:30 - atualizado em 16 jul 2021, 14:45
Tupy
Em linhas gerais, companhias de bens de capital terão margens pressionadas pelos altos preços das matérias-primas (Imagem: YouTube/Tupy Conexões)

Com a safra de resultados do segundo trimestre no radar, os analistas da Ágora Investimentos se debruçaram sobre o setor de bens de capital, parte da economia responsável pela produção de outros bens ou serviços, como máquinas & equipamentos, materiais de construção, instalações industriais, entre outros.

O relatório ao qual o Money Times teve acesso lista seis ações ligadas ao setor de bens de capital, em que a Ágora discorre sobre as prévias das empresas no período entre abril a junho deste ano.

Em linhas gerais, companhias de bens de capital terão margens pressionadas pelos altos preços das
matérias-primas, segundo os analistas Victor Mizusaki e José Cataldo, autores do relatório.

Acompanhe a seguir a prévia de seis empresas de bens de capital:

Weg (WEGE3): com publicação prevista para o próximo dia 28 de julho, espera-se que a fabricante de motores elétricos apresente receita líquida de R$ 5,1 bilhões no 2T21 — 26% na comparação anual.

“A forte receita líquida da Weg deve se materializar após a recuperação do longo ciclo internacional, com receitas em dólares crescendo 5%, enquanto o mercado doméstico deve repetir o desempenho nos três primeiros meses do ano”, comenta a dupla.

WEG
Resultado da Weg no 2° trimestre deve ser alavancado pela retomada do ciclo internacional, segundo analistas (Imagem: LinkedIn/Weg)

Em termo de EBITDA, que mede o resultado operacional, a Weg deve somar R$ 993 milhões (+36%) e lucro líquido de R$ 729 milhões (+42%) entre abril a junho.

Tupy (TUPY3): com divulgação prevista no dia 28 de julho, a atuante no setor de siderurgia deve reportar salto de 143% em sua receita líquida no intervalo, ao somar R$ 1,6 bilhão.

Já os indicadores de EBITIDA e lucro líquido devem desacelerar na comparação anual, e fecharem em 137 milhões e e R$ 30 milhões, respectivamente.

Embora a demanda continue forte, sua margem EBITDA deve cair para 8,8% (menos 1,5 ponto percentual ante o 1T21) devido à escassez de semicondutores, enfatiza a Ágora.

Marcopolo (POMO4): com data de publicação prevista em 02 de agosto, a fabricante de carrocerias de ônibus deve ter um mix de produção pior no trimestre considerado.

“Os segmentos de ônibus urbanos e intermunicipais continuam a lutar devido à Covid-19, combinada com o aumento das pressões de custo, que explicam a contração da margem de lucratividade”, advertem os especialistas.

Marcopolo
A fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo deve ter um mix de produção pior no trimestre considerado (Imagem: Reprodução/ Site da Marcopolo)

É provável que o lucro líquido tenha aumentado positivamente por um ganho não recorrente relacionado a um crédito fiscal de R$ 383 milhões.

Randon (RAPT4): com divulgação prevista em 10 de agosto, a companhia deve registrar aumento em todos os seus indicadores financeiros no 2° trimestre, com destaque para o lucro líquido de R$ 107 milhões (+94%).

Com base no relatório, a forte demanda do setor agrícola por caminhões e reboques deve impulsionar a receita, enquanto a retomada dos pedidos de vagões e a consolidação da Nakata devem levar a Randon a elevar o guidance (projeção financeira) de receita para 2021.

Iochpe-Maxion (MYPK3): com publicação prevista em 11 de agosto, a produtora de autopeças deve ter um resultado misto em termos financeiros.

Enquanto receita líquida de R$ 3,1 bilhões deva representar crescimento de 162% na comparação anual, o lucro líquido deve contrair R$ 352 milhões em um ano, e fechar o 2° trimestre em saldo de R$ 45 milhões.

Na análise da Ágora, apesar da escassez de semicondutores e seu impacto na produção global de veículos, a diversificação da receita da Iochpe deve ajudar a compensar as pressões de volume.

Mahle Metal Leve
A Metal Leve deve registrar uma queda em relação ao forte desempenho nos três primeiros meses do ano, avalia a Ágora (Imagem: YouTube/MAHLE)

Metal Leve (LEVE3): com divulgação prevista em 12 de agosto, a companhia com atuação no setor automotivo deve registar alta de 98% em sua receita líquida, na comparação anual, ao totalizar R$ 715 milhões no intervalo de abril a junho.

Tanto o EBITIDA quanto o lucro líquido da Metal Leve devem recuar em um ano, e encerrar o período com R$ 109 milhões e R$ 59 milhões, respectivamente.

“A Metal Leve deve registrar uma queda em relação ao forte desempenho do 1T21 devido a restrições na cadeia de abastecimento”, concluem os analistas Victor Mizusaki e José Cataldo.

Veja a seguir as recomendações no setor de Bens de Capital:

Empresas Código Recomendação Preço-alvo (R$)
Marcopolo POMO4 Venda 3
Iochpe-Maxion MYPK3 Compra 22
Metal Leve LEVE3 Venda 21
Randon RAPT4 Compra 22
Tupy TUPY3 Compra 35
Weg WEGE3 Neutra 45

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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