6 em cada 10 investidores pretendem aumentar alocação em Bolsa no Brasil, diz pesquisa do UBS

Alta da inflação e dos juros é maior preocupação, junto com risco de racionamento de energia

Lucas Bombana

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Enquanto o avanço da vacinação é hoje o principal pilar a embasar o otimismo de investidores e empresários brasileiros com o desempenho da atividade econômica e dos mercados à frente, a alta da inflação é apontada, por outro lado, como o maior ponto de preocupação no radar.

Segundo pesquisa do banco UBS realizada entre os dias 23 de junho e 9 de julho com cerca de 200 investidores e empresários no Brasil, 74% dos participantes se mostraram otimistas com as perspectivas para o cenário doméstico, um aumento de 10 pontos percentuais ante os 64% de março.

Além da imunização, que vai permitir uma volta à rotina pré-pandêmica, o impacto das exportações de commodities e o forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021 contribuem para sustentar a visão positiva dos entrevistados.

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No mais recente relatório Focus, a projeção dos economistas consultados pelo Banco Central (BC) aponta para um crescimento de 5,27% da economia local neste ano.

Neste contexto, 61% dos investidores que responderam à pesquisa disseram que pretendem aumentar a alocação em renda variável. Apenas 9% deles pretendem reduzir a alocação em Bolsa, enquanto 30% planejam manter a carteira inalterada.

Proteção contra inflação

Já do lado das preocupações, a inflação em níveis cada vez mais elevados, bem como juros também maiores, são os principais pontos no radar dos investidores e empresários brasileiros, que citaram ainda o risco de racionamento de energia devido ao nível baixo de água nos reservatórios.

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Embora a inflação já venha pressionada – o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 8,35% em 12 meses, até junho –, para 79% dos participantes que participaram da pesquisa, a expectativa é que o aumento nos preços continue no mesmo ritmo, ou até acima, nos próximos 12 meses.

No Focus, os economistas projetam a inflação medida pelo IPCA em 6,31% neste ano, com uma desaceleração para 3,75% em 2022.

Mais ações e ativos imobiliários no mundo

Em um recorte global da pesquisa, o UBS aponta que cerca de metade dos agentes ouvidos também espera por uma aceleração nos níveis de inflação nos próximos 12 meses.

A inflação ao consumidor (CPI) nos EUA teve alta 5,4% em junho, na base de comparação anual, a maior desde 2008. De acordo com consenso Refinitiv, a expectativa era de avanço 4,9%.

Neste cenário, a pesquisa do UBS revela que aumentar a compra de ações e de ativos imobiliários tem se mostrado a principal estratégia de investidores globais.

“Embora nossa expectativa seja de que o recente aumento dos preços deve perder força, as perspectivas para a inflação permanecem incertas, e, portanto, incluir proteção contra a inflação nas carteiras é uma medida apropriada”, disse Tom Naratil, presidente do UBS Americas e co-presidente do UBS Global Wealth Management, em nota.

Commodities, infraestrutura e ações foram citadas pelo especialista entre os investimentos que podem ajudar o investidor a se proteger da alta dos preços no médio e no longo prazo.

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