Ações da Multiplan saltam 5%, Ambev e Vale recuam mais de 1% e GPA cai 7,4% após balanços; CSN sobe 5,6%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (29)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As ações de empresas que divulgaram resultados foram o grande destaque na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (29).

As ações de Ambev (ABEV3, R$ 17,13, -1,15%) chegaram a cair mais de 4% após um resultado considerado robusto, mas com as margens seguindo como um ponto de preocupação em meio ao aumento dos custos. Contudo, os ativos amenizaram as perdas, para cerca de 1%. O Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 31,42, -7,40%) teve queda de mais de 7% após o balanço.

A Vale (VALE3, R$ 115,57, -1,47%) caiu mais de 1% em um cenário em que entregou Ebitda recorde, mas abaixo do esperado, enquanto o dia foi de baixa para o minério de ferro na China. A Gol (GOLL4, R$ 21,40, -2,28%) teve baixa de mais de 2% após o balanço.

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Já entre as altas, ficaram Multiplan (MULT3, R$ 24,16, +5,36%), com ganhos de mais de 5% (e impulsionando também a ação da Iguatemi), e Movida (MOVI3, R$ 22,86, +8,55%), com avanço de mais de 8% após os resultados.

Fora da temporada, BR Distribuidora (BRDT3, R$ 29,37, +1,80%) teve alta de cerca de 2% dos papéis após aprovar programa de recompra de ações limitado a R$ 1,5 bilhão.

Também entre as altas, a CSN (CSNA3, R$ 48,13, +5,62%) disparou pouco menos de 6%. Na quarta à noite, a companhia divulgou balanço considerado bastante forte, mas as ações não reagiram e fecharam em baixa de 2,79%. Confira a análise clicando aqui.

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Atenção ainda para os bancos, que recuaram em uma sessão de maior cautela, em que o mercado brasileiro como um todo se descolou do bom humor externo. Com isso, Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 30,63, -0,52%), Bradesco (BBDC3, R$ 21,18, -0,52%; BBDC4, R$ 24,67, -0,96%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,38, -1,58%) e Santander Brasil ((SANB11, R$ 41,03, -1,44%), caíram.

Confira os destaques:

Brisanet (BRIT3, R$ 13,93, +0,07%)

Em destaque entre as estreias, as ações da Brisanet têm o seu primeiro pregão nesta quinta,  após serem precificadas no piso da faixa indicativa, a R$ 13,92.

O preço saiu no piso da faixa estimada pelos coordenadores, que ia até R$ 17,26 cada. Ao todo, a transação totalizou R$ 1,435 bilhão.

No preço definido, com a venda de R$ 89,8 milhões na tranche primária, a empresa levantou R$ 1,25 bilhão, recursos que usará para expandir sua rede própria e aportar capital na Agility.

A Brisanet, que se apresenta como a maior do país entre os provedores independentes de internet de fibra óptica, opera em 96 cidades no Nordeste, além de sua controlada Agility Telecom, que atende 251 municípios na região.

Criada há 22 anos, a Brisanet afirma ter mais de 14,4 mil quilômetros de infraestrutura de backbone, atendendo Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

Na tranche secundária da oferta coordenada por Santander, XP, BTG Pactual e UBS-BB, atuais sócios pessoa física da companhia venderam o equivalente uma 185,5 milhões de reais de suas participações no negócio.

Vale (VALE3, R$ 115,57, -1,47%)

A mineradora Vale registrou lucro líquido de US$ 7,586 bilhões no segundo trimestre de 2021, uma alta de 662% ante o lucro de US$ 995 milhões apresentado um ano antes. Em relação ao primeiro trimestre deste ano a alta foi de 36,78%.

Em reais, a Vale registrou um lucro trimestral de R$ 40,1 bilhões no segundo trimestre deste ano – cerca de 7,6 vezes superior ao ganho de R$ 5,3 milhões no mesmo período do ano passado e um crescimento de 37% ante o visto nos três primeiros meses do ano.

Já a receita líquida bateu R$ 87,8 bilhões entre abril e junho, aumento de 117% em comparação com igual intervalo de 2020 e um crescimento de 32% ante os três primeiros meses do ano. No pregão de ontem, com a expectativa positiva em relação à divulgação do resultado trimestral, a ação da vale na Bolsa brasileira subiu 2,7%.

A XP destaca que a Vale reportou resultados fortes no segundo trimestre, mas já precificado após o relatório de produção.

O Ebitda ajustado proforma, por sua vez, ficou abaixo do esperado, a US$ 11,2 bilhões, alta de 33% na comparação trimestral, mas 3,5% abaixo do esperado pela XP e 5,5% abaixo do consenso Bloomberg. O número ficou 2% abaixo da projeção do Credit Suisse

Na avaliação do Credit, a diferença aconteceu em função do custo de produção dos finos de minério de ferro da mina ao porto – chamado de custo caixa C1 –  que avançou 15% em relação às estimativas dos analistas.

A expectativa da Vale é que o custo de caixa apresente uma queda de US$ 1,5 a tonelada no quatro trimestre versus o segundo com a diluição de alguns custos fixos. A geração de caixa de US$ 6,5 bilhões indica um fluxo de caixa livre anualizado de 22%.

Já a dívida líquida expandiu um pouco, para US$ 11,4 bilhões, vindo de US$ 10,7 bilhões em função do pagamento referente a compra dos ativos de carvão, além de US$ 2,2 bilhões em dividendos e US$ 2 bilhões de recompra.

O Credit também apontou que alguns investidores esperavam um anúncio de dividendo extraordinário, mas os analistas acreditam que possa vir em algum momento nos próximos meses.

“Continuamos otimistas com Vale que deve entregar um FCF yield de 20% em 2021 e uma política de dividendo que deve trazer os yields para um patamar próximo de 10% em 2021, assumindo minério de US$ 179 a tonelada. A queda de custos prevista para os próximos meses pode ser o principal trigger pela frente para uma nova pernada”, destacam os analistas.

Para o BBI, apesar de um pouco mais fraco do que o esperado, os resultados do segundo trimestre de 2021 não devem ser um fator importante. “No futuro, o programa de recompra deve continuar a fornecer suporte às ações, enquanto pensamos que o excesso de geração de fluxo de caixa livre devido aos altos preços do minério de ferro ainda não está refletido no patrimônio da Vale”, apontam os analistas. Eles reafirmam a recomendação de compra da Vale, com preço-alvo de R$ 133 por ação VALE3.

O Morgan Stanley também destacou que o Ebitda ajustado de US$ 11,24 bilhões reportado pela Vale, que exclui a cobrança de impairment de US$ 432 milhões, Brumadinho e gastos com Covid de US$ 185 milhões e US$ 16 milhões, ficou 2% abaixo do consenso e 3% abaixo da estimativa do banco. O custo por mercadoria vendida (Cogs) e os gastos explicam o patamar abaixo de seu modelo, diz o banco. A receita normalizada por ação, de US$ 1,57 ficou 10% acima do consenso, e acima da estimativa de US$ 1,22 do banco.

A receita de operações, de US$ 7,7 bilhões, ficou bem acima da estimativa do Morgan Stanley, principalmente por conta de gastos financeiros e despesas fiscais menores e necessidade menor de capital de giro. O preço dos grânulos ficou 7% acima da estimativa de US$ 238,3 por tonelada, e a dívida líquida expandida aumentou 7% na comparação trimestral, a US$ 11,45 bilhões, principalmente por conta das provisões por Fundão e por um impacto mais forte sobre os compromissos por Brumadinho.

O banco mantém avaliação overweight (expectativa de valorização acima da média do mercado) para os papéis da Vale negociados em NY, e preço-alvo de US$ 27.

GPA (PCAR3, R$ 31,42, -7,40%)

O grupo varejista GPA, controlador do Pão de Açúcar, registrou lucro líquido consolidado de R$ 4 milhões  no segundo trimestre, uma queda de 95,9% ante mesma etapa de 2020.

Já seu resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou R$ 899 milhões, recuo de 7,7% ano a ano.

A receita teve queda de 5,3% de abril a junho, para R$ 11,88 bilhões. Segundo o Grupo, o resultado foi impactado pelas novas restrições impostas para conter a nova onda da pandemia de covid-19 e devido à forte base de comparação com o ano anterior.

A XP ressalta que, apesar do GPA Brasil ter apresentado uma rentabilidade acima da estimativa dos analistas da casa, isso foi mais que compensado por uma pior rentabilidade no Grupo Éxito, levando a um Ebitda consolidado 4% abaixo da projeção da XP.

Assim, já era esperada uma reação negativa do mercado devido a uma performance de vendas mais fraca do que esperado e abaixo do Carrefour no Brasil.

Gol (GOLL4, R$ 21,40, -2,28%)

A Gol registrou um lucro líquido de R$ 642,9 milhões no segundo trimestre de 2021, ante um prejuízo líquido de R$ 1,996 bilhão no segundo trimestre de 2020, divulgou a companhia nesta quinta-feira (29).

Por outro lado, o prejuízo líquido após participação de minoritários foi de R$1,2 bilhão, excluindo variações cambiais e monetárias, despesas líquidas não recorrentes, ganhos relacionados a Exchangeable Notes e resultados não realizados de capped calls.

A receita líquida foi de R$ 1 bilhão, um aumento de 187% na base anual. As outras receitas (principalmente cargas e fidelidade) totalizaram R$ 141 milhões, equivalente a 13,7% das receitas totais.

Ambev (ABEV3, R$ 17,13, -1,15%)

A Ambev registrou lucro líquido ajustado de R$ 2,9627 bilhões contra R$ 1,3726 bilhão no segundo trimestre de 2020, alta de 115,9% na base de comparação. Para o primeiro semestre de 2021, o lucro foi de R$ 5,7247 bilhões contra R$ 2,6004 bilhões no mesmo período do ano passado, ou alta de 120,1%.

Essa linha do resultado teve um impacto positivo de um crédito tributário de R$ 1,6 bilhão, contabilizado no balanço. A Ambev explica que o número é resultado da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar inconstitucional a inclusão do ICMS na base de cobrança do PIS/Cofins.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado do trimestre foi de R$ 5,289 bilhões, um avanço reportado de 58%, e orgânico de 24%.

A receita líquida da empresa foi de R$ 15,711 bilhões no trimestre, em alta de 35,3% ante os R$ 11,615 bilhões entre abril e junho de 2020.

Segundo a empresa, a receita foi impulsionada pelo desempenho do volume e pelo crescimento da receita líquida por hectolitro (ROL/hl) de 14,5%. A receita líquida cresceu 28,5% no Brasil.

O Credit Suisse avaliou os dados da Ambev como fortes. O banco ressalta que a empresa informou alta de 12,7% nos volumes de cerveja no segundo trimestre na comparação anual, frente a 10,9% no segundo trimestre de 2019, anterior aos efeitos da pandemia, e em linha com suas estimativas e as da média do mercado.

Assim, o faturamento líquido da empresa subiu 25,8% na comparação anual. O lucro Ebitda de R$ 2,4 bilhões representa alta de 52,7% na comparação anual, impactado positivamente pela inclusão do ICMS na base do PIS/Cofins. No nível consolidado, os volumes cresceram 8% em comparação com o mesmo período de 2019, as vendas líquidas subiram 35% e o Ebitda, 22%, excluindo créditos fiscais, o que implica um patamar levemente acima da expectativa do Credit.

O Credit avalia os papéis da Ambev como outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado), com preço-alvo em R$ 21,5, do qual R$ 0,8 é atribuível ao Zé Delivery, frente à cotação de R$ 17,33 de quarta.

Apesar da visão positiva, o banco aponta que  a margem Ebitda veio abaixo das estimativas do consenso.

A XP aponta que a pressão de custos segue como principal desafio, com preços altos para a maioria das matérias-primas e real desvalorizado frente ao dólar, variáveis que afetam todas as empresas do setor. “No entanto, por meio de suas iniciativas de inovação (BEES, Zé Delivery, Donus), capilaridade comercial, base de clientes atomizada e processo contínuo de desenvolvimento de portfólio, especialmente no core-plus, acreditamos que a AmBev continua a superar seus pares”, avaliam os analistas, que reiteraram recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 20 por ação para o fim de 2022.

O BBI aponta que há pressão de custos mas, embora seja contra-intuitivo, acredita que isso será positivo para os resultados no futuro, pois está permitindo que a empresa aumente os preços, que historicamente se fixam / continuam a aumentar mesmo quando os custos caem, impulsionando os lucros futuros.

Assim, os resultados do 2T21 reforçaram a tese do banco já que a Ambev reportou um crescimento de receita consolidada de 35% em base anual (amplamente em linha com nossa estimativa, mas 7% acima do consenso) e 26% mais alto em termos anuais para sua divisão de cerveja no Brasil (com preços subindo 12% na comparação anual). Na noite da véspera, o BBI elevou a recomendação para Ambev de neutra para compra.

Intelbras (INTB3, R$ 28,10, +1,92%)

A Intelbras teve lucro atribuído aos controladores de R$ 85,1 milhões no segundo trimestre, 66,9% superior frente igual período de 2020. O lucro líquido cresceu 67,2%, a R$ 85,3 milhões. A receita líquida foi a R$ 724,9 milhões no período, alta  de 109% no comparativo anual.

O Itaú BBA afirmou que as restrições de lockdown tiveram impacto negativo nas vendas da Intelbras em abril por conta do fechamento de lojas físicas, mas o faturamento bruto cresceu 4% na comparação trimestral, impulsionado por crescimento de volume em todas as divisões, apesar de queda no tíquete médio na base de comparação trimestral. O banco vê os resultados como neutros para a empresa, mas mantém recomendação outperform e preço-alvo de R$ 28,10.

Movida (MOVI3, R$ 22,86, +8,55%)

A Movida teve lucro de R$ 174 milhões no 2º trimestre, alta de 6.556% na comparação anual.

A receita líquida consolidada foi de R$ 1,2 bilhão. Já o Ebitda  consolidado foi a R$ 388 milhões, com margem de 32,1%, evolução de 17,6 pontos percentual na margem consolidada frente o 2º trimestre de 2020.

O Credit Suisse diz que o crescimento da Movida foi impulsionado pelo setor de seminovos, e que os resultados ficam acima de suas expectativas. O Ebitda consolidado ficou 10% acima da expectativa do Credit, e a receita líquida de R$ 174 milhões ficou 29% acima. O banco mantém avaliação neutra para a Movida, com preço-alvo de R$ 21.

A XP ressalta que os principais pontos positivos foram: (i) forte desempenho do aluguel de frotas (receita líquida e margem Ebitda em alta de 19% e em alta de 5 pontos percentuais na base trimestral, respectivamente); e (ii) dinâmica positiva das vendas de carros usados, refletindo a elevação dos preços dos carros usados ​​(preço médio dos carros vendidos em alta de 33% na comparação anual e alta de 5% na base trimestral).

Do lado negativo, os analistas destacam a (i) queda da margem Ebitda no segmento de aluguel de veículos, impactada pelas restrições relacionadas à pandemia, bem como pelo ambiente restritivo de fornecimento de automóveis. “Respaldados por uma sólida perspectiva de crescimento estrutural do setor, reiteramos nossa recomendação de Compra e preço alvo de R$23 por ação”, apontam os analistas.

Multiplan (MULT3, R$ 24,16, +5,36%)

A administradora de shopping centers Multiplan teve lucro líquido de R$ 93,77 milhões no segundo trimestre, um aumento de 32,4% ante igual etapa de 2020. O resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) de abril a junho somou R$ 178,3 milhões, queda ano a ano de 1,4%.

Para o BBI, os resultados indicam um cenário melhor do que o esperado para a Multiplan, com as vendas reforçando uma correlação positiva com o número de horas de operação durante o processo de reabertura. “A surpresa positiva veio de como essa recuperação das vendas já está se refletindo nas receitas de locação da empresa, sugerindo que os descontos estão sendo reduzidos. Nossa leitura positiva dos resultados do trimestre vai além dos números apresentados e também sugere tendências de recuperação acelerada para o resto do ano, o que pode levar a resultados positivos para outros players e para a indústria de shoppings no Brasil”, apontam os analistas, que possuem recomendação de compra para a MULT3, com um preço-alvo de R $ 32  por ação.

O Itaú BBA afirmou que a Multiplan divulgou dados fortes em meio a um cenário de restrições de horas de funcionamento. O banco diz que as faturas dos aluguéis aumentaram, atingindo 97% do patamar do segundo trimestre de 2019 e superando a expectativa do Itaú. Em junho, os aluguéis ultrapassaram o patamar de 2019 em 11%.
O banco diz que o desequilíbrio entre aluguéis e vendas foi parcialmente compensado por custos condominiais menores, levando os custos ocupacionais a 14,3%. O banco diz que o portfólio da Multiplan ficou em 97% da capacidade total em julho, com as vendas em 94% do patamar de 2019. O banco mantém avaliação outperform e preço-alvo de R$ 30,8 para 2022, frente à cotação de R$ 22,93 de quarta.

Log (LOGG3, R$ 29,87, +1,43%)

O lucro líquido da Log Commercial Properties registrou alta de 257%, no segundo trimestre na base de comparação anual, para R$ 78,5 milhões. A receita líquida, por sua vez, teve alta de 6%, para R$ 36,9 milhões.

“A Log apresentou resultados positivos e em linha com nossas estimativas. Sua performance deve-se principalmente à forte demanda pelos seus ativos logísticos. A companhia apresentou forte absorção bruta de 203 mil m² (vs. 213 mil m² no trimestre passado), implicando em uma baixa vacância de 2,0% no trimestre. No financeiro, o FFO ajustado foi de R$28 milhões, em linha com nossas estimativas. No balanço patrimonial, a companhia registrou uma geração de caixa de R$54 milhões, levando a um baixo índice de dívida líquida/Ebitda de 0,3x. Embora, vemos o resultado como positivos, mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 40,40 por ação em razão do valuation da companhia”, destaca a XP.

Dexco (DTEX3, R$ 21,40, 0,00%)

A Dexco (novo nome da Duratex) apresentou lucro líquido recorrente de R$ 251 milhões no segundo trimestre de 2021. O resultado representa um crescimento de mais de 100 vezes em relação ao mesmo período de 2020, quando obteve lucro de R$ 2,2 milhões.

O Credit Suisse  ressalta que o Ebitda ajustado de R$ 500 milhões representa alta de 320% na comparação anual, e de 1% na trimestral, em linha com suas estimativas e com o consenso do mercado. Na comparação anual, os resultados foram mais fortes por conta do impacto de medidas de lockdown sobre a empresa.

O banco mantém avaliação outperform para a empresa, afirmando acreditar que ela se beneficiará de um ciclo de crescimento de vários anos do setor de construção no Brasil. O preço-alvo fica em R$ 27, frente à cotação de R$ 21,4 de quarta.

Odontoprev (ODPV3, R$ 12,79, -1,84%)

A Odontoprev teve baixa do lucro de 25,6% no 2º trimestre, para R$ 86,6 milhões.

O Morgan Stanley comentou os resultados divulgados pela empresa, que apontou a adição de 152 mil novos membros líquidos, frente à estimativa de 113 mil novos membros. O banco diz que pressões menores de custos levaram as receitas a ficarem levemente acima de suas estimativas e do consenso do mercado. A taxa de utilização ficou acima da expectativa, fazendo com que as margens ficassem abaixo das estimativas do banco. O lucro Ebitda ajustado de R$ 137 milhões ficou em linha com a estimativa do Morgan Stanley e com o consenso do mercado.

As receitas cresceram 5% na comparação anual, frente a queda de 1% no primeiro trimestre e de 2% no quarto trimestre de 2020, levemente acima do consenso e das estimativas do mercado. O tíquete médio de R$ 20,4 se manteve estável na comparação anual, após cair 2% no primeiro trimestre de 2021, 3% no quarto de 2020 e 4% no terceiro de 2020.

A margem Ebitda ajustado de 30% ficou 9,4 pontos percentuais abaixo do patamar de um ano antes, e 1,2 ponto percentual abaixo da expectativa do Morgan Stanley e do consenso do mercado. Assim, o Ebitda ajustado de R$ 137 milhões ficou 20% abaixo do patamar de um ano antes, e ficou em linha com o consenso do mercado. O preço-alvo ficou em R$ 15, frente a cotação de R$ 13,03.

O Itaú BBA afirma que os resultados da OdontoPrev são positivos. O banco diz que os dados sugerem um crescimento expressivo em junho, e que a margem Ebitda ajustada perdeu 9 pontos percentuais na comparação anual, mas ficou 3 pontos percentuais acima de sua expectativa. O banco mantém preço-alvo de R$ 14, e avaliação market perform (perspectiva de valorização dentro da média do mercado).

Ômega Geração (OMGE3, R$ 37,42, +2,80%)

A Omega anunciou a compra de participação de 50% na Ventos da Bahia. O Credit Suisse avalia que a compra corresponde aos planos de compras e aquisições da empresa, e diz esperar bons resultados especialmente no segundo semestre de 2021. O banco não vê exposição significativa a deficit hídrico, já que o portfólio é composto principalmente por ativos solares e eólicos. O banco mantém avaliação outperform e preço-alvo de R$ 45,30.

Petrobras (PETR3, R$ 28,23, -0,39%; PETR4, R$ 27,81, +0,36%)

A Petrobras informou que a agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou a sua nota de crédito “stand-alone” (risco intrínseco), de “bb” para “bb+”, conforme comunicado publicado na quarta-feira ao mercado.

Ainda em destaque, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um recurso da Petrobras e anulou a maior condenação trabalhista imposta à estatal petrolífera. Moraes acatou a um pedido para reverter condenação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de 2018, quando se discutiu a forma de pagamento de uma verba salarial.

Já a Compass, empresa de gás e energia do grupo Cosan (CSAN3), informou que fechou contrato para aquisição da fatia de 51% da Petrobras na Gaspetro por R$ 2,03 bilhões. A holding detém participações em 19 distribuidoras de gás canalizado no Brasil, segundo informações enviadas ao mercado. A japonesa Mitsui detém a fatia remanescente na Gaspetro, de 49%.

Light (LIGT3, R$ 15,31, +0,46%)

A elétrica Light informou que seu conselho de administração aprovou a alienação de participações societárias detidas pela companhia na Guanhães Energia e na Lightger para a Brasal Energia, conforme fato relevante publicado na madrugada desta quinta-feira.

Segundo a Light, a operação envolverá a venda de 51% da Guanhães –que opera as pequenas centrais hidrelétricas Senhora do Porto, Dores de Guanhães, Fortuna II e Jacaré– por R$ 97,9 milhões, e de fatia de 51% da Lightger, que opera a PCH Paracambi, por R$ 108,5 milhões.

A companhia destacou que os termos do contrato de compra e venda, a ser oportunamente assinado, deverão prever que a conclusão da operação estará sujeita a condições usuais, como a aprovação de órgãos reguladores, e a possibilidade de exercício de eventual direito de venda conjunta e/ou preferência pela estatal mineira Cemig CMIG4.SA, que detém as fatias remanescentes de 49% tanto na Guanhães quanto na Lightger.

“A companhia esclarece, ainda, que a Alienação Guanhães e a Alienação Lightger deverão ser realizadas de forma conjunta, constituindo uma única transação”, afirmou a Light.

“A operação, se concluída, representará a concretização de mais uma etapa do plano de desinvestimento de ativos non-core da Light.”

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 29,37, +1,80%)

O conselho de administração da BR Distribuidora aprovou um programa de recompra de ações ordinárias de emissão da companhia, limitado ao valor total de R$ 1,5 bilhão em um prazo de até 18 meses, informou a empresa em fato relevante publicado nesta quinta-feira.

Segundo a BR, o programa terá efeitos a partir de 11 de agosto deste ano e poderá envolver até 116,5 milhões de papéis, correspondentes a 10% do total de ações em circulação. A recompra tem como objetivo a aquisição de papéis para manutenção das ações em tesouraria, cancelamento ou alienação.

Bradesco, Citigroup, Credit Suisse, Itaú, Merrill Lynch e Morgan Stanley serão as instituições intermediárias do programa.

A decisão da administração pela abertura do programa está baseada na percepção acerca do potencial de criação de valor da companhia, disse a BR, acrescentando que a administração vê no programa uma opção oportuna de alocação de capital.

“Esta percepção ancora-se não apenas em todas as ações já implementadas desde sua privatização, que a levaram a um novo nível de eficiência e rentabilidade, mas também nas oportunidades e ações ora em curso… que deverão contribuir significativamente para sua já robusta e resiliente geração de caixa”, afirmou a BR Distribuidora.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.